Fazer turismo em tempos de guerra. As viagens pelo Brasil do galego José Casais entre 1937 e 1939
DOI:
https://doi.org/10.21814/diacritica.6269Palavras-chave:
Turismo, Imigração galega no Brasil, Guerra Civil EspanholaResumo
O Estado Novo (1937–1945), no Brasil, reprimiu quaisquer articulações dos imigrantes espanhóis em prol da II República durante a Guerra Civil Espanhola e evitou a chegada de exilados da Espanha. Dentro desse contexto, estudaram-se, mediante uma pesquisa documental, as ações do professor e pesquisador galego José Casais, quem, após a exoneração do cargo que desempenhava na Embaixada da Espanha em Buenos Aires, refugiou-se no Brasil e, evitando posicionamentos partidários, dedicou-se a fazer turismo pelo país até a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Considera-se que no livro de viagem documentado com fotografias Un turista en el Brasil, publicado em 1940, José Casais pôs em prática a sua compreensão da categoria turismo moderno. Essa obra contém também a primeira narração em que Santiago de Compostela, associada à distinção e à tradição, é usada como a referência para a recomendação de um destino turístico no Brasil, sendo ele a Cidade de Goiás. Considerando o habitus de Casais, procurou-se entender, por um lado, como se materializou a aplicação, nos roteiros realizados, da categoria turismo moderno e, por outro, que elementos foram usados para justificar o traçado de paralelismos entre as duas cidades – Compostela e Goiás, recomendando, em consequência, a incorporação da antiga capital goiana aos itinerários do novo turismo.
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