https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/issue/feed Diacrítica 2024-02-01T17:13:14+00:00 Maria do Carmo Lourenço-Gomes | Márcia Oliveira diacritica@elach.uminho.pt Open Journal Systems <p>A Diacrítica é uma revista científica de cariz multidisciplinar dedicada aos estudos literários, artísticos, culturais e linguísticos. São publicados três números anualmente que integram um dossiê temático (com abertura de chamada) e as secções varia, recensão e entrevista (com submissões em fluxo contínuo). É editada pelo Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM) desde 1986 e subsidiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Desde janeiro de 2017 é publicada também em formato eletrónico.</p> <p>ISSN 2183-9174 (formato eletrónico)</p> <p> </p> https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/5616 Apresentação 2024-01-31T16:49:23+00:00 Andréia Guerini andreia.guerini@ufsc.br Fernando Ferreira Alves falves@elach.uminho.pt Orlando Grossegesse ogro@elach.uminho.pt <p>O presente volume da <em>Diacrítica</em> faz parte de uma publicação conjunta, realizada em parceria com <em>Cadernos da Tradu</em><em>ção</em> (PGET, UFSC, Florianópolis), que pretende dar a conhecer os artigos elaborados a partir de comunicações apresentadas durante o X Congresso Internacional da <em>Associação Ibérica de Estudos de Tradução e Interpretação</em> (AIETI). Sob o título “Circum-navegações transtextuais e culturais”, parcialmente inspirado em <em>The Poetics of Translation</em> de Willis Barnstone, este congresso decorreu nos dias 15, 16 e 17 de junho de 2022, no Campus de Gualtar da Universidade do Minho (Braga), através da sua Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH) e do seu Centro de Estudos Humanísticos (CEHUM).</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Andréia Guerini, Fernando Ferreira Alves, Orlando Grossegesse https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4835 Traduções espanholas não publicadas de Sófocles no século XIX 2024-02-01T17:13:08+00:00 Ramiro González Delgado rgondel@unex.es <p>As sete tragédias preservadas de Sófocles só acabarão por ver a sua tradução espanhola quando a coleção “Biblioteca Clásica” da editora Hernando vier a publicar a versão de José Alemany Bolufer, em 1921. Antes do século XIX, só podemos considerar a tradução de <em>Édipo Tirano</em>, de Pedro Estala (1793). No século XIX, apenas três obras do dramaturgo grego foram publicadas em Espanha: <em>Édipo Rei </em>(1878), traduzida por Enric Franco para a língua catalã; e, em espanhol, <em>Antígona</em> (1883), de Antonio González Garbín, e <em>Filoctetes</em> (1886), de Ángel Lasso de la Vega. Três tragédias traduzidas por Pedro Montegón no final do século XIX, preservadas num manuscrito da Real Academia de História, deixarão de ser inéditas no final do século XX (1992), com a sua publicação em Itália: <em>Édipo Rei</em>, <em>Electra</em> e <em>Filoctetes</em>. Por fim, ainda é possível encontrar o manuscrito de três tragédias de Sófocles na Biblioteca Menéndez Pelayo, em Santander: <em>Antígona</em>, traduzida por Graciliano Afonso; <em>Édipo em Colono</em>, ​​de Emeterio Suaña y Castellet; e <em>Ájax</em>, com duas versões (prosa e verso) de José Musso y Valiente. O objetivo deste artigo é apresentar e comentar estes textos que pretendemos recuperar em breve.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Ramiro González Delgado https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4780 Das queixas às vindicações. As traduções de Christine de Pizan e Mary Wollstonecraft 2024-02-01T17:12:30+00:00 Pilar Godayol pgodayol@uvic.cat <p>A teoria feminista tem uma tradição de séculos. Embora, em geral, a <em>primeira vaga</em> do feminismo se situe durante o movimento sufragista, não devemos esquecer a luta de algumas mães precursoras, simbólicas na defesa dos seus direitos literários e de cidadania. Em 1405, a escritora francesa Christine de Pizan publicou uma obra pioneira na história do feminismo: <em>La Cité des Dames</em>. Com ele, inicia-se um memorial de queixas contra o patriarcado e algumas das primeiras reivindicações feministas, que não serão consolidadas até ao Iluminismo, com uma das suas maiores representantes, a escritora inglesa Mary Wollstonecraft e a sua obra <em>A Vindication of the Rights of Woman</em> (1792). <em>La Cité des Dames</em>, de Pizan, e <em>A Vindication of the Rights of Woman</em>, de Wollstonecraft, constituem duas referências (proto)feministas que desafiaram o discurso androcêntrico dominante da época, reivindicando a igualdade entre os sexos. A partir de uma abordagem historiográfica feminista da tradução e na linha metodológica de abordagens que preconizam o estudo das histórias subalternas invisibilizadas pelos discursos patriarcais, este artigo tem como objetivo recuperar e contextualizar dois textos fundadores dos feminismos de todos os tempos bem como estudar suas traduções para o espanhol, catalão e galego.</p> 2024-02-01T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Pilar Godayol https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4871 Dilemas da tradução. O Iluminismo e a obra de Isabelle de Charrière 2024-02-01T17:13:00+00:00 Aurora Maria Garcia Martinez auroram.garcia@uam.es <p>Isabelle de Charrière, autora de diversos géneros e defensora das mulheres no século XVIII, refletiu, nas suas obras, sobre os costumes e as vivências do seu tempo. A sua obra foi traduzida para várias línguas, mas não para espanhol. Por esta razão, na minha tese, foi proposta a tradução da parte de <em>Caliste, ou Continuation de ‘Lettres Écrites de Lausanne’</em> (1787). O objetivo deste artigo é mostrar o processo de tradução, as questões levantadas pelas mudanças estilísticas características do Iluminismo, os dilemas encontrados com certas expressões típicas da fala regional e as decisões tomadas para a sua resolução, recorrendo à sua justificação através de exemplos.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Aurora Maria Garcia Martinez https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4919 Uma abordagem integrada à análise de NRSA para tradução. Mansfield Park em espanhol e alemão 2024-02-01T17:12:54+00:00 Anna Espunya anna.espunya@upf.edu <p>Nos romances de Jane Austen, a conversa fornece evidências internas acerca da “natureza moral e social dos personagens” (Morini 2009, p. 9). Em termos de interação ao nível das formas de apresentação da fala (Page, 1972/2011), o chamado <em>Narrative Report of Speech Acts</em> (Leech &amp; Short, 2007) tem atraído uma menor atenção académica do que outras, nomeadamente o Discurso Indireto Livre. No entanto, a abordagem NRSA condensa informações sobre dois atos comunicativos e, portanto, dois locutores, a saber, o narrador que relata e o locutor relatado (o personagem). A possibilidade de investigar essa sobreposição de vozes requer uma abordagem integrativa que combina uma análise da teoria dos atos de fala do personagem com uma análise do posicionamento dialógico, tanto do personagem, quanto do narrador, aqui definido no contexto do sistema de <em>Engagement</em> apresentado por Martin e White (2005). Este artigo tem como objetivo apresentar essa abordagem e aplicá-la à descrição de <em>Mansfield Park</em> e respetivas traduções para o espanhol e o alemão. Será analisada uma amostra de instâncias do NRSA, bem como as suas respetivas soluções de tradução. Embora o tipo mais frequente seja a tradução literal, com ambas as camadas de significado reproduzidas com idêntico sucesso, foram identificadas instâncias de mudanças de tradução envolvendo força ilocucionária (adição, eliminação ou mudança de recursos ilocucionários) e/ou valor de <em>engagement</em>, combinados com mudanças registadas em certos recursos de distanciamento coocorrentes. Tais mudanças sugerem possíveis distorções nas respetivas pistas de caracterização.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Anna Espunya https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4844 Autoras inglesas publicadas durante o regime de Franco. Jane Austen, Mary Shelley, Charlotte Brontë, George Eliot e Anne Brontë 2024-02-01T17:13:05+00:00 Caterina Riba caterina.riba@gmail.com Carme Sanmartí mcarme.sanmarti@uvic.cat <p>Este artigo analisa a receção de cinco autoras inglesas do século XIX: Jane Austen, Mary Shelley, Charlotte Brontë, George Eliot e Anne Brontë, traduzidas para o espanhol e publicadas na Espanha durante a época de Franco. O estudo concentra-se nos dez romances dessas escritoras que superaram a rigorosa censura administrativa e foram publicados pela primeira vez entre 1939 e 1975: <em>Sense and Sensibility</em>,<em> Mansfield Park</em> e <em>Emma</em>, de Jane Austen; <em>The Professor</em>, <em>Shirley</em> e <em>Villette</em>, de Charlotte Brontë; <em>Agnes Grey</em> e <em>The Tenant of Wildfell Hall</em>, de Anne Brontë; <em>Janet's Repentance</em>, de George Eliot e <em>Frankenstein</em>, de Mary Shelley. Para elucidar os motivos que levaram a censura a autorizar a publicação dessas autoras de tradição protestante, foram examinados todos os arquivos de censura referentes aos livros tratados (49 arquivos) e foram tidas em consideração as avaliações dos ‘catálogos morais’ que circulavam durante o regime de Franco. Também foi realizada uma análise comparativa das traduções, para verificar se ocorreram mudanças significativas no processo de tradução. A censura foi muito branda com as autoras analisadas e os romances foram publicados sem muitas objeções.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Caterina Riba https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4953 O assassinato e a tradução considerados como duas Belas-Artes 2024-02-01T17:12:45+00:00 Juan Miguel Zarandona juanmiguel.zarandona@uva.es <p>Thomas de Quincey (1785–1859), foi um escritor inglês do início do século xix e o mais provocador génio do humor que o brilhante Romantismo da sua nação ofereceu à República Universal das Letras. Em espanhol, por serem os mais populares, os seus dois pequenos livros mais escandalosos têm os seguintes títulos: <em>Los Placeres y las Tormentas del Opio</em>, do original de 1821 (<em>Confessions of an English Opium Eater</em>), e <em>El Asesinato, Considerado Como Una de las Bellas Artes</em>, do original de 1832 (<em>On Murder Considered as One of the Fine Arts</em>). Se, nas Ilhas Britânicas, o assassínio pode ser considerado uma das belas-artes, tal como a sua compatriota e sucessora Agatha Christie (1890–1976) viria a demonstrar anos mais tarde, como não utilizar a mesma metáfora para as traduções espanholas: a receção do humor e dos duplos sentidos, a crítica social, a abordagem estético-revolucionária do empreendimento livresco nas suas mãos, a manipulação das regras de tradução, das intenções e inclusive das leis da tradução, a mudança de funções, etc. Talvez seja impossível procurar um texto mais exato do que aquele que propomos para este artigo, que nos permita descobrir uma vez mais que certas traduções são, pelo menos, um produto artístico, já que, tal como não existe a tradução perfeita, conforme alguns dizem, também não existe o crime perfeito, por mais belo e macabro que seja.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Juan Miguel Zarandona https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4769 Victor Hugo e a tradução. Todo um “caminho de pedra” que conduz ao paraíso 2024-02-01T17:13:11+00:00 Louchet Chantal chantallouchet@ucp.pt <p>O objetivo é seguir a evolução do próprio pensamento de Victor Hugo sobre a conceção da tradução e do tradutor. De facto, em 1819, Victor Hugo ficou indignado com uma tradução de Homero em verso em língua francesa: “É monstruoso e insustentável”, declarando que “uma tradução em verso de qualquer pessoa, por qualquer pessoa parece-[lhe] absurda, impossível e quimérica”, sugerindo a priori que Victor Hugo é um defensor da intraduzibilidade. Na sua juventude, Victor Hugo entendia que qualquer tradução era proibida, um tabu, dando toda a importância ao próprio autor. Mas o seu ponto de vista irá evoluir com o tempo. O trabalho desenvolvido pelo seu filho François-Victor Hugo, de 1858 a 1866, trar-lhe-á um novo horizonte no campo da tradução. Labor severo, revalorizando assim a tarefa do tradutor, percorrendo um caminho árduo, mas estimulante. Tributário da sua época, com Victor Hugo, é todo um processo de renovação de ideias do discurso francês sobre a tradução que nos é entregue. O objetivo deste artigo é mergulhar no universo de Victor Hugo a fim de clarificar esta sua perspetiva evolutiva ao longo do século XIX. Fá-lo-emos analisando os seus escritos cronologicamente, desde as obras da primeira juventude, até às obras do seu exílio.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Louchet Chantal https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/5111 Análise crítica da tradução italiana La Templanza de María Dueñas 2024-02-01T17:12:35+00:00 María Sagrario del Río Zamudio maria.zamudio@uniud.it <p>O artigo analisa a tradução italiana do romance La Templanza / Un sorriso tra due silenzi (2015) de María Dueñas, que foi o romance mais vendido desse ano e será levado, simultaneamente em Itália e em Espanha, ao pequeno ecrã pela Amazon Prime em março de 2021. Para verificar a qualidade de uma tradução literária, entram em jogo a crítica, a avaliação e a revisão, que são fundamentais no processo de tradução e cuja diferença fundamental reside no texto provisório (revisão) ou definitivo (crítica e avaliação), sendo por vezes esquecidas pelos tradutores e ausentes dos programas de formação. No entanto, normalmente são consideradas as estratégias de tradução utilizadas, que são as que permitem encontrar equivalências em contextos de tradução e que constituem o objetivo principal do artigo, onde a Pragmática se torna importante porque oferece os recursos necessários para a revisão de textos e clarifica a inter-relação entre enunciado-contexto-interlocutores, factores extra-linguísticos que determinam o nosso uso da língua e que não são contemplados pela gramática tradicional.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Qualidade da tradução. Estratégias de tradução. Pragmática.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 M. Sagrario del Río Zamudio https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4951 A tradução literária como comunicação entre culturas. Intercâmbio entre a Chéquia e o México 2024-02-01T17:12:48+00:00 Karolína Lochman Strnadová karoli.strna@gmail.com <p> </p> <p>O objetivo deste artigo é apresentar a investigação historiográfica das traduções de literatura checa para espanhol publicadas no México, ou seja, a tradução literária de uma língua minoritária (o checo) para uma língua maioritária (o espanhol) como parte da comunicação entre duas culturas (à primeira vista) distantes. Na primeira parte, são explicados os fundamentos teóricos e os métodos utilizados para o estudo historiográfico das traduções literárias com base na pesquisa bibliográfica e na análise paratextual. Os resultados são apresentados em duas secções, primeiro, sob a forma de fragmentos de entrevistas com os tradutores dos livros que fazem parte do nosso corpus. Esta fonte testemunhal é utilizada para a reflexão subsequente sobre a sociologia da produção de tradução literária no México. A segunda parte dos resultados apresenta um panorama comparativo, quantitativo e qualitativo, das traduções checo-mexicanas e mexicano-checas publicadas até 2019. O objetivo é utilizar os dados obtidos para observar o intercâmbio literário através de traduções e identificar as particularidades da produção de traduções de obras checas no México.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Karolína Lochman Strnadová https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/5070 Através das línguas, através da mídia. Análise comparativa da variação linguística na tradução literária e na adaptação transmidiática de um personagem ficcional sino-americano 2024-02-01T17:12:39+00:00 Dora Renna dora.renna@unife.it Francesca Santulli francesca.santulli@unive.it <p>Este estudo explora a tradução e a transmedialidade através da representação literária e cinematográfica de Charlie Chan nas adaptações em inglês e italiano. Na qualidade de detetive fictício sino-americano criado por E.D. Biggers na década de 1920 (frequentemente acusado de estereotipar a minoria por ele representada), Charlie Chan passa por diversos contextos culturais, proporcionando um terreno fértil para comparações intermediais. Ao empregar uma perspetiva intercultural e intermedial aos Estudos de Tradução, esta pesquisa tenta compreender como a variação linguística é representada através das línguas e da mídia. A análise entrelaça vários níveis de tradução, investigando as passagens do inglês inicial para o italiano, quer seja do romance quer seja do filme (tradução interlingual), bem como a adaptação do romance para o filme como forma de reescrita (e, portanto, de tradução de mídia). Em particular, o foco encontra-se na forma como a variação linguística de Chan, nomeadamente os traços que se supõe delinearem a sua ‘chinesidade’ ficcional, podem ter sido modificados nessas múltiplas passagens tradutórias. Os resultados desta pesquisa revelam que as diferentes versões preservam e adaptam em diversos graus a representação de Chan, e que tanto as diferentes línguas como a mídia, contribuem para uma compreensão matizada das complexidades na representação (estereotipada) da imagem dos personagens que fazem parte de uma minoria.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Dora Renna, Francesca Santulli https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4851 Paratextos enquanto mediadores da tradução: O caso do prefácio à versão portuguesa de Robinson Crusoe (1940) 2024-02-01T17:13:03+00:00 Gabriela Gândara Terenas gandaraterenas@gmail.com <p>Os paratextos conferem maior visibilidade ao tradutor e constituem uma fonte de informação sobre as decisões por ele tomadas ao longo do processo tradutório. No Prefácio à tradução portuguesa de <em>The Adventures of Robinson Crusoe</em>, de Daniel Defoe, o tradutor, José Osório de Oliveira, elimina o prefácio original do autor e substitui-o por um outro, da sua autoria, no qual não só justifica as alterações feitas ao texto de partida, mas também sublinha o facto de ter sido um navio português, rumo ao Brasil, que salvara o protagonista da difícil situação em que se encontrava. O estudo aqui proposto visa discutir as razões pelas quais Osório de Oliveira decidiu conferir especial ênfase a este episódio, em detrimento de muitos outros decerto mais interessantes no contexto das aventuras do protagonista. A data da publicação da tradução – 1940 – e, portanto, do paratexto em causa, oferece, em grande medida, a resposta, pois a ideologia do Estado Novo então em vigor assentava, claramente, na exaltação dos Descobrimentos portugueses, promovendo, assim, uma política colonialista que lhe permitisse manter as chamadas “províncias ultramarinas”. Deste modo, procurar-se-á demonstrar em que medida o paratexto poderá ter mediado a edição e a receção da tradução, numa época em que os feitos dos grandes heróis do passado se identificavam com os navegadores lusos.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Gabriela Gândara Terenas https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4930 Ursula Wölfel, obras publicadas, livros traduzidos e retraduzidos em Espanha 2024-02-01T17:12:51+00:00 Andrea H.L. Springer andrea.springer@uva.es <p>Este trabalho é um prelúdio do nosso projeto de tese de doutoramento, no qual investigamos a receção de Ursula Wölfel (1922–2014), autora alemã de literatura infantil e juvenil, numa dupla vertente: diacronicamente, a partir de 1963, através dos meios de comunicação e da crítica literária e, sincronicamente, através de um estudo de caso com alunos, como destinatários primários. O objetivo deste artigo é compilar a obra de Ursula Wölfel traduzida, editada e publicada em Espanha. Durante esta parte da investigação, pesquisámos as bases de dados das bibliotecas nacionais alemã e espanhola, a base de dados de livros publicados em Espanha, o Catálogo Coletivo de Bibliotecas Públicas, bem como o catálogo em linha da Red Automatizada de Bibliotecas de Castilla y León. Procedemos à comparação da informação disponível e à sua unificação. Durante o processo, apercebemo-nos de que não só os livros de Ursula Wölfel foram traduzidos em primeira edição, como também existem reedições, que foram reilustradas, mas mantêm o texto original; e existem ainda retraduções reilustradas. Isto leva-nos a refletir brevemente sobre o conceito de retradução e se esta é uma oportunidade para manter vivo o legado de Ursula Wölfel.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Andrea H.L. Springer https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4964 Editoras como instrumentos de aferição do posicionamento internacional da literatura infantojuvenil portuguesa 2024-02-01T17:12:42+00:00 Inês Costa inesmmcosta@ua.pt <p>O presente artigo tem como objetivo averiguar o posicionamento internacional da literatura infantojuvenil portuguesa contemporânea, a partir da caracterização das editoras que, nas últimas duas décadas, adquiriram direitos de tradução e publicaram obras portuguesas em outros países. A partir de um estudo de caso, centrado no catálogo da prestigiada editora Planeta Tangerina, far-se-á uma análise empírica sustentada em dados recolhidos acerca da dimensão das editoras estrangeiras, da sua associação a circuitos de produção de larga ou pequena escala (Bourdieu 1993, 2008), dos objetivos e missão que comunicam oficialmente e da composição do seu catálogo. Atendendo às especificidades deste subsistema literário, averiguar o posicionamento da literatura infantojuvenil portuguesa nos diversos mercados nacionais e numa perspetiva global implica também compreender a forma como esta é percecionada face à ponderação das três vertentes que a enformam: a vertente estética, a vertente didática e a vertente lúdica.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Inês Costa https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4900 Os avaliadores de tradução dentro e fora do seu elemento 2024-02-01T17:12:57+00:00 José Tomás Conde Ruano tomas.conde@ehu.eus <p>La evaluación de traducciones es una actividad presente en multitud de escenarios, cuya variabilidad la explica en parte la diversidad de sujetos que se enfrentan a ella. Los Estudios de Traducción se han ocupado de perfilar y comparar el comportamiento y el resultado de la evaluación llevada a cabo por distintos tipos de evaluadores. Este trabajo revisa dichas aportaciones pero yendo un paso más allá, al distinguir entre los escenarios en los que los evaluadores ejercen su labor habitual y otras situaciones menos paradigmáticas. El resultado es, por una parte, un compendio de las características que definen el perfil evaluador prototípico; por otra, una llamada de atención para investigadores, profesionales, estudiantes y docentes sobre las condiciones especiales que hacen de su evaluación algo diferente en según qué contextos. Se tratan por ejemplo fórmulas complejas caracterizadas por la colaboración de diversos tipos de evaluadores, así como la difícil categorización de los evaluadores, cuyo perfil a menudo no está definido por un solo rol. En síntesis, el trabajo puede servir de inspiración para que nuevas investigaciones que indaguen en los perfiles de evaluadores abran el foco y tengan en cuenta las circunstancias que pueden afectar a su supuesta actividad habitual.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 José Tomás Conde Ruano https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4703 A importância da revisão para a tradução de acordo com as normas de qualidade 2024-02-01T17:13:14+00:00 Jorge Pinho jorge.pinho@uc.pt <p>Este artigo sobre revisão e tradução pretende demonstrar a omnipresente importância da revisão para a tradução e os conflitos que assolam ambas as tarefas. Mas pretende-se, igualmente, analisar alguns dos interesses comuns que ambas as atividades partilham e que deveriam servir para as aproximar. Seguindo uma abordagem sintética às definições mais relevantes associadas a ambas as áreas, será possível analisar alguns dos procedimentos básicos e alguns exemplos práticos de influência mútua. Numa perspetiva histórica, iniciada com os trabalhos do CEN, em 2003, passando pela Norma Europeia de Serviços de Tradução EN 15038 e chegando à ISO 17100, em 2015, descrevem-se alguns momentos essenciais deste percurso. De seguida, procede-se a uma discussão e apreciação das vantagens e desvantagens de usar ambas as competências no ofício do tradutor, em particular no mundo editorial e a iniludível influência da revisão para o produto final da tradução e respetiva publicação.</p> <p>Numa abordagem sintética às definições mais relevantes associadas a ambas as áreas, será possível analisar alguns dos procedimentos básicos e alguns exemplos práticos de influência mútua.</p> <p>Numa perspetiva histórica, iniciada com os trabalhos do CEN, em 2003, passando pela Norma Europeia de Serviços de Tradução EN 15038 e chegando à ISO 17100, em 2015, descrevem-se alguns momentos essenciais deste percurso.</p> <p>De seguida, procede-se a uma discussão e apreciação das vantagens e desvantagens de usar ambas as competências no ofício do tradutor, em particular no mundo editorial e a iniludível influência da Revisão para o produto final da tradução e respetiva publicação.</p> 2024-01-31T00:00:00+00:00 Direitos de Autor (c) 2024 Jorge Pinho