Diacrítica https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica <p>A Diacrítica é uma revista científica de cariz multidisciplinar dedicada aos estudos literários, artísticos, culturais e linguísticos. São publicados três números anualmente que integram um dossiê temático (com abertura de chamada) e as secções varia, recensão e entrevista (com submissões em fluxo contínuo). É editada pelo Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM) desde 1986 e subsidiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Desde janeiro de 2017 é publicada também em formato eletrónico.</p> <p>ISSN 2183-9174 (formato eletrónico)</p> <p>ISSN 0870-8967 (formato em papel)</p> pt-PT diacritica@elach.uminho.pt (Márcia Oliveira) prm@elach.uminho.pt (Pedro Medeiros) Tue, 21 Oct 2025 16:15:07 +0000 OJS 3.3.0.10 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 O entreolhar do movimento imóvel: uma análise comparativa entre o cinema e a poética de António Reis https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/5846 <p>O presente ensaio buscar analisar, de forma comparativa, o cinema e a poética de António Reis, cineasta e poeta português. Embora se trate de duas manifestações artísticas distintas, considera-se que, em sua obra, elas dialogam em si. Para tanto, são analisados os filmes <em>Jaime </em>(1974), <em>Trás-os-Montes </em>(1976) e <em>Ana</em> (1984). No que se refere à sua produção poética, foi selecionado um <em>corpus </em>composto por oito poemas que integram o livro <em>Poemas Quotidianos </em>(2017), antologia que reúne os únicos cem poemas publicados pelo autor. A discussão estrutura-se, principalmente, em quatro eixos temáticos: as relações entre cinema e poesia, a imobilidade, a desconstrução do neorrealismo, a invisibilidade e a interioridade na representação feminina, considerando-se que tanto o cinema quanto a poesia de Reis integram uma poética única. Para o estudo da interação entre cinema e poesia, recorre-se às reflexões de João Batista de Brito (2006), Italo Calvino (1990) e Godoy Johnson (1982). Já para a análise da poética de Reis, são utilizados o ensaio de Eduardo Prado Coelho (1967), escrito como prefácio da primeira edição dos <em>Poemas Quotidianos</em> em 1967, e o prefácio de Fernando J. B. Martinho (2017) presente na edição lançada pela Tinta-da-China cinquenta anos depois.</p> Cidalia Oliveira Barbosa Pinto Direitos de Autor (c) 2025 Cidalia Oliveira Barbosa Pinto https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/5846 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 Mimese e écfrase como retórica de contestação em Eu amo Dick, de Chris Kraus https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6042 <p>Esse artigo investiga a obra <em>Eu amo Dick </em>(2019), de autoria de Chris Kraus, sob o viés da teoria feminista. Elenca-se uma discussão de gênero, focando no modo que a autora mobiliza a ideia de feminilidade e a dinâmica do olhar. Inicialmente, abordo a forma como a autora produz uma mimese estratégica que performa uma aparente cumplicidade da lógica falocêntrica apenas para introduzir, por meio do excesso, uma sátira sobre os limites dessa feminilidade. Essa discussão é feita a partir das propostas de Irigaray (1985, 2017), que tratam a relação das mulheres com a linguagem e a epistemologia ocidental. Posteriormente, demonstro como Kraus mobiliza uma forma de descrição de obras visuais que reelabora a relação do olhar entre sujeito e objeto. Para tal, as referências usadas passam principalmente por Heffernan (1993) e Mulvey (2018). Ao fim, é concluído que Kraus oferece uma contribuição significativa para os debates sobre as estruturas formais das obras literárias, visto que, ao realizar intersecções políticas, <em>Eu amo Dick</em> sugere outras formas de produzir sentido e alianças. </p> Isabella Giordano Bezerra Direitos de Autor (c) 2025 Isabella Giordano Bezerra https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6042 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 O arquétipo da mãe na ficção de Teresa Veiga: o caso de “As Parcas” https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6260 <p><strong>.</strong> O arquétipo da mãe, detetado em vários mitos de origem não apenas indo-europeia, é uma constante na literatura de todos os tempos. A questão da maternidade é também uma das matrizes do imaginário de Teresa Veiga, cuja presença pode ser rastreada desde a primeira coletânea de contos até ao último livro. Ao mesmo tempo, é pertinente observar que não se trata de uma imagem fixa na obra veiguiana, mas, pelo contrário, de uma constelação de imagens rica em variedade e matizes axiológicos (p. ex. tópicos da mãe ausente / rival / alienada / suicidária / imaginária / protetora etc.). Neste contexto, é precisamente a figura da mãe (hiper)protetora, relevante no conto “As Parcas” (<em>Uma aventura secreta do marquês de Bradomín</em>, 2008/2015), que constitui o foco da presente análise. No centro da atenção encontra-se a relação problemática entre mãe e filha, ensombrada pelo simbolismo das Parcas. A análise deste duplo relacionamento baseia-se nas estruturas arquetípicas desenvolvidas por Carl Gustav Jung, aqui se revelando tanto a vertente simbólico-mitológica, como a sua subversão fantasmática. </p> Silvie Špánková Direitos de Autor (c) 2025 Silvie Špánková https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6260 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 O planeta é um pergaminho: a poética ambiental de Sérgio Medeiros https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6554 <p>A obra de Sérgio Medeiros (Bela Vista, 1959) mostra-se como um caso exemplar de hibridismo ou mesmo indiscernibilidade entre gêneros artísticos na atualidade, talvez não apenas em contexto brasileiro. Desde seus primeiros livros, Medeiros opta por uma experimentação constante, entre prosa e poesia, que logo se expande ao teatro, à caligrafia, ao livro de artista, ao desenho e à pintura, sendo ao mesmo tempo poesia visual, ou ainda, como o próprio designa, “esculturas de caligrafias”, “glifos” e, por vezes, música, performance, instalação. Sua produção nos leva a experimentar uma rítmica que se expande para além dos suportes, ocupando o espaço, o entorno, e indo em direção a uma “poética ambiental”, no sentido do programa ambiental do artista Helio Oiticica. O objetivo deste artigo é, ao fazer uma apresentação do projeto caligráfico e “glífico” de Medeiros, mostrar o quanto esse trabalho híbrido e expandido liga-se à criação de outras cosmogonias possíveis. As análises e reflexões partem do ponto de vista de seu processo criativo e baseiam-se sobretudo no próprio pensamento do autor, o qual constitui junto aos poemas visuais e verbais sua cosmogonia poética. Importa-nos ainda notar o quanto o desdobramento ambiental é o gesto condizente com cosmogonias que partem de um ato ético de escuta e aproximação a outros modos de ver e escrever o mundo, propondo que “o planeta é um pergaminho”, em que tudo e todos escrevem.</p> Annita Costa Malufe Direitos de Autor (c) 2025 Annita Costa Malufe https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6554 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 El arte de la desaparición o la tekné del escepticismo catatónico https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6180 <p>Este artículo trata el fenómeno de la desaparición como trasunto de la suspensión del juicio (<em>epoché</em>) en tanto que metodología escéptica. En concreto, aborda la desaparición como arte (<em>tekné</em>) performativo, el cual permite entablar similitudes con el estado de indecibilidad propio de la<em> ataraxia</em>. El trabajo toma como punto de partida la indagación de Giorgio Agamben acerca de la desaparición del físico cuántico Ettore Majorana, y explora sus consecuencias por medio de la picnolepsia, teorizada por Paul Virilio, y la catatonia. El artículo analiza ejemplos seleccionados de variado enfoque estético para examinar las sinergias escépticas de la desaparición como forma de investigación filosófica, situando-se en el terreno transversal de la estética comparada y los estudios visuales.</p> María del Carmen Molina Barea Direitos de Autor (c) 2025 María del Carmen Molina Barea https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6180 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 Tanto talento em tão pouco tempo: o que diz Veleio Patérculo sobre outros autores https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6560 <p>Propõe-se neste artigo uma análise dos trechos em que são abordados autores de diferentes gêneros na <em>História Romana</em>, obra da primeira metade do primeiro século de nossa era escrita por Veleio Patérculo. Ainda que o texto tenha sobrevivido em mau estado, e que o status de Veleio enquanto historiador tenha sido questionado, o seu trabalho tem-se revelado uma fonte relevante quanto ao período do final da República e início do Império Romano. Apresenta-se também como um dos poucos registros disponíveis sobre determinados autores cujas obras perderam-se total ou parcialmente ao longo do tempo, o que justifica o recorte aqui abordado. Utilizam-se nesta reflexão as proposições de Mario Citroni (2006a) sobre os cânones antigos e as listas e os critérios de seleção presentes em autores como Horácio e Quintiliano para discutir o que Veleio indica. Conclui-se que o historiador valoriza o <em>ingenium</em>, um talento natural, mas também é possível notar a importância dada à <em>ars</em> como meio para os autores atingirem a posição de glória, autoridade e imortalidade. Essa excelência, por sua vez, tornaria os textos difíceis de serem imitados por aqueles que vêm depois, exigindo destes mais empenho e fazendo com que os grandes talentos concentrem-se em curtos espaços de tempo.</p> Jéssica Frutuoso Mello Direitos de Autor (c) 2025 Jéssica Frutuoso Mello https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6560 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 A polivalência das formas do modo condicional em português https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6170 <p>Este artigo discute a semântica das formas verbais (simples e compostas) com o morfema <em>-ria</em>, classificadas na tradição gramatical portuguesa como instâncias do modo condicional. Trata-se de formas extraordinariamente versáteis, que podem associar-se a diversos tipos de valores, entre os quais serão autonomizados seis: valores de localização temporal relativa de tipo reichenbachiano, quer puramente prospetivos quer prospetivos-retrospetivos, valores modais epistémicos, valores evidenciais reportativos e valores condicionais, quer hipotéticos quer contrafactuais. Será feita uma análise individual de cada um destes valores, identificando as suas propriedades gramaticais distintivas, com comparação dos valores mais próximos entre si. Destacar-se-á a oposição entre contextos dêiticos e contextos anafóricos, na medida em que eles condicionam de modo muito significativo a escolha das formas verbais. Serão ainda apresentados os resultados da análise de uma amostra aleatória de 400 excertos com formas verbais com a desinência <em>-ria</em> no <em>corpus</em> de texto jornalístico português cetempúblico, com o objetivo de registar a prevalência dos diversos valores no registo escrito do português europeu contemporâneo.</p> Telmo Moia Direitos de Autor (c) 2025 Telmo Moia https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6170 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 As canções em inglês têm melhor desempenho? Estudo da diversidade linguística nas participações no Festival Eurovisão da Canção https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6280 <p class="DIAresumotexto">As línguas na Eurovisão são, desde há muito, uma fonte de debate. A utilização frequente do inglês como língua principal das canções levanta questões sobre se as atuações em inglês, em vez da língua nacional, aumentariam as hipóteses de vitória de uma canção. Estudos demonstraram que as canções em inglês têm frequentemente uma vantagem, provavelmente devido a uma maior acessibilidade por parte do público. No entanto, as recentes canções vencedoras em outras línguas que não o inglês sugerem que a diversidade linguística pode ser uma vantagem. Este estudo explora as línguas utilizadas nas participações na Eurovisão de 1956 a 2024, analisando as letras de 1721 canções para examinar a relação entre a escolha da língua e a colocação final. Os resultados mostram que a maioria dos países vencedores opta pelo inglês, mesmo que essa não seja a sua língua oficial.</p> Francisco Javier Palacios-Hidalgo, Cristina A. Huertas-Abril Direitos de Autor (c) 2025 Francisco Javier Palacios-Hidalgo, Cristina A. Huertas-Abril https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6280 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 Introdução (Vol. 39.2/2025): A Galiza e o mundo em português. Relações culturais https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6885 <p>O volume 39.2 da <em>Diacrítica</em> reúne o dossiê temático <em>A Galiza e o mundo em português. Relações culturais</em>, cuja origem inicial reside no <em>XIV Congresso Internacional da Asociación Internacional de Estudos Galegos. Horizontes dos Estudos Galegos e/na Lusofonia</em> (Universidade do Minho, 17-20 de abril de 2024). Os contributos reunidos sob o título <em>A Galiza e o mundo em português. Relações culturais</em> exploram, de diferentes perspetivas e com foco em diversas temáticas e períodos, o quadro relacional galego-português(-Lusofonia). Para além de uma apresentação sintética dos contributos, a presente introdução oferece um breve enquadramento do percurso relacional objeto de estudo de modo a contextualizar adequadamente os trabalhos selecionados, oriundos todos eles das Ciências Sociais e Humanas.</p> Carlos Pazos-Justo, María Jesus Botana Vilar Direitos de Autor (c) 2025 Carlos Pazos-Justo, María Jesus Botana Vilar https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6885 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 Processos de desfronteirização entre a Galiza e o Norte de Portugal https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6282 <p>As experiências de cooperação transfronteiriça são recorrentemente apontadas como laboratórios vivos da integração europeia, já que permitem corrigir certos desencontros simbólicos e institucionais provocados pela artificialidade das fronteiras estatais. No caso de Portugal e Espanha isto é especialmente relevante, pois grande parte do século XX esteve marcado por uma divisão fronteiriça rígida e fortemente controlada pelas ditaduras ibéricas. A entrada dos dois Estados no projeto europeu foi rapidamente aproveitada pelos agentes políticos, económicos, sociais e culturais da Galiza e do Norte de Portugal para fortalecer laços com base nas suas complementaridades. A partir da revisão de conceitos chave, análise de dados de fontes oficiais e mapeamento de iniciativas territoriais, este texto identifica os principais processos de “desfronteirização” observados nos últimos anos na fronteira entre a Galiza e o Norte de Portugal, destacando as suas origens e resultados. O texto termina com uma reflexão sobre os obstáculos que ainda persistem e que dificultam a consolidação da Eurorregião Galiza-Norte de Portugal como um território de ação política, económica e territorial, capaz de superar as barreiras impostas pelas lógicas territoriais baseadas no Estado-nação.</p> Inês Gusman Direitos de Autor (c) 2025 Inês Gusman https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6282 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 As relações económicas da Galiza com os países da CPLP são proporcionais à sua massa económica? Implicações numa nova era de política externa https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6089 <p>A política externa da Galiza entrou numa nova fase nas suas relações com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa após a publicação da Lei de Acção Externa da Galiza (2021) e da Lei Paz Andrade (2014). Nesse contexto, torna-se essencial que a Galiza desenvolva este quadro normativo com o objetivo de definir uma nova estratégia para fortalecer as relações comerciais com esse grupo de países, com os quais compartilha uma afinidade cultural e histórica. Para identificar oportunidades de aprimorar essas relações comerciais, optou-se por aplicar um modelo gravitacional, considerando variáveis como o PIB e a distância entre os territórios. Os resultados revelam diferenças significativas entre os territórios analisados e em função das variáveis selecionadas. As conclusões deste estudo permitirão extrair implicações e elaborar recomendações políticas voltadas para a concepção e a inovação de uma estratégia económica futura com esses países.</p> Diego Sande Veiga, Edmir Luciano Santos Ferreira Direitos de Autor (c) 2025 Diego, Edmir Luciano https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6089 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 Tutela Jurídica dos Caminhos de Santiago: Portugal e Galiza. https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6276 <p class="DIAresumotexto">A institucionalização dos Caminhos de Santiago em Portugal ocorreu em 2019 com o Decreto-Lei nº 51/2019, de 17 de abril, que estabelece e regula esses percursos no país. A certificação funciona como um mecanismo de salvaguarda, valorização e promoção, garantindo reconhecimento oficial. Atualmente, quatro itinerários estão certificados: Caminho Português de Santiago Central – Alentejo e Ribatejo; Caminho Português de Santiago Interior; Caminho Português de Santiago – Caminho da Costa; e Caminho Português de Santiago Central – Região Centro. A partir da análise de uma seleção da legislação portuguesa e galega, será apresentada uma reflexão sobre o enquadramento normativo dos Caminhos, considerando os aspetos cultural e turístico.</p> Maria João Moreira Direitos de Autor (c) 2025 Maria João Moreira https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6276 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 La coproducción cinematográfica entre Galicia y Portugal 2019–2024 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6239 <p>El artículo examina la relación cinematográfica entre Galicia y Portugal, desde un punto de vista de la producción cinematográfica gallega se hace un recorrido por los factores que han permitido encontrar en el país luso uno de los mejores aliados para desarrollar una narrativa propia. La coproducción se presenta como una estrategia esencial para superar limitaciones económicas y técnicas, permitiendo a los cineastas y a las empresas de producción gallegas y portuguesas colaborar y enriquecerse mutuamente. Históricamente, la coproducción europea se ha consolidado como un medio para enfrentar la hegemonía estadounidense y mejorar el acceso a financiamiento. En el caso de Galicia y Portugal, la proximidad geográfica y los lazos culturales facilitan esta colaboración, aunque también hay desafíos, como el carácter periférico de ambos países y el pequeño tamaño de sus industrias cinematográficas. A nivel institucional, organismos como AGADIC y el Instituto do Cinema e do Audiovisual han promovido eventos para fomentar la cooperación y, en los últimos años se han establecido una serie de políticas públicas y un marco legal favorable que han permitido un crecimiento significativo del sector audiovisual gallego.</p> Beli Martínez, Talia Rodríguez-Martelo, Marta Pérez-Pereiro Direitos de Autor (c) 2025 Beli Martínez, Talia Rodríguez-Martelo, Marta Pérez-Pereiro https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6239 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 Comunidades linguístico-culturais e fronteiras estatais: o caso da raia galego-portuguesa https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6215 <p>É sabido que os limites político-administrativos entre os estados rara vez coincidem com as fronteiras linguísticas e culturais. O caso da Galiza e do norte de Portugal não constitui uma exceção: desde os primórdios da história, e durante muito tempo, mesmo bem depois da emergência do Condado Portucalense no reino galego, pôde verificar-se até hoje a continuidade cultural e linguística nas duas margens da fronteira estatal. Tomando como ponto de partida dados socioeconómicos, etnográficos, históricos, etc., pretendemos ilustrar, portanto, essa velha identidade cultural, espelhada de maneira recíproca nos dois lados da raia e nomeadamente no mundo rural.</p> Xosé Manuel Sánchez Rei Direitos de Autor (c) 2025 Xosé Manuel Sánchez Rei https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6215 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 Noticias da homenaxe a Rosalía de Castro no Porto (1954) https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6284 <p>Transcorridos 70 anos, a escultura de Rosalía resiste como lugar de memoria nun entorno que hoxe dista de ser o <em>locus amoenus</em> descrito nos discursos do acto inaugural celebrado en 1954 na Praza da Galiza. A perennidade da pedra, en granito rosa, parece simbolizar, alén dunha paisaxe compartida polo noroeste peninsular, a fortaleza dos lazos que unen o Norte de Portugal e Galicia. Un vínculo, moitas veces vencellado ao ámbito cultural, ao lingüístico e ao literario, mais tamén ao político e as súas consecuentes instrumentalizacións. Este texto propón un ollar ao pasado a través das noticias da inauguración do monumento publicadas nos principais xornais galegos e nos portugueses <em>Jornal de Notícias </em>e <em>O Comércio do Porto</em>. Seguindo algúns parámetros da análise de contido, comparouse a importancia e relevancia dada ao acontecemento nun total de 18 noticias. Esta primeira abordaxe complementouse aínda co estudo do discurso en relación co contexto político a fin de investigar a proxección da imaxe da poeta e o adoutrinamento da fraternidade peninsular.</p> Olivia Novoa Fernández Direitos de Autor (c) 2025 Olivia Novoa Fernández https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6284 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 Reverberações da saudade. Uma exploração da identidade cultural galega na revista Nós (1920–1935) https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/5983 <p>Este artigo reflete sobre a apropriação da saudade como elemento cultural e identitário na revista <em>Nós</em>, durante o período entre 1920 e 1935. Ao relacionar os contextos galego e português, este estudo discerne sobre como a saudade se tornou um capital simbólico de certo impacto. Nesse sentido, a investigação sublinha a influência da saudade tanto na literatura como na formação de uma identidade cultural galega, destacando a importância da revista <em>Nós</em> como meio de expressão política e estética.</p> José Pedro Angélico Direitos de Autor (c) 2025 José Pedro Angélico https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/5983 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 Manuel María e Portugal. Das cantigas medievais à literatura do seu tempo através da sua obra e correspondência lusitana https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6177 <p>O poeta galego Manuel María teve uma intensa relação com Portugal e com personalidades do seu âmbito literário, como bem demonstra o volume da correspondência existente a respeito na documentação custodiada nos arquivos da sua Casa-Museu em Outeiro de Rei. Dela deduz-se que Manuel María exerceu em Portugal como verdadeiro embaixador da língua e da literatura galegas, bem como de uma nação em reconstrução que partilha com o país vizinho um passado comum. A sua obra também reflete esse interesse constante do poeta por Portugal, pela história e pelas cantigas medievais, de que é boa amostra a sua pouco conhecida faceta de poeta neotrovadoresco. As cartas revelam igualmente a sua alta valorização da literatura portuguesa e uma especial preferência por autores como Guerra Junqueiro, Teixeira de Pascoaes, Miguel Torga ou Florbela Espanca. Ao mesmo tempo, Manuel María teve uma muito boa receção além Minho, onde foram publicadas várias das suas obras, e para alguns dos seus correspondentes tornou-se o escritor galego mais conhecido e um dos mais estimados em Portugal.</p> Xosé Ramón Freixeiro Mato Direitos de Autor (c) 2025 Xosé Ramón Freixeiro Mato https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6177 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 Fazer turismo em tempos de guerra. As viagens pelo Brasil do galego José Casais entre 1937 e 1939 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6269 <p>O Estado Novo (1937–1945), no Brasil, reprimiu quaisquer articulações dos imigrantes espanhóis em prol da II República durante a Guerra Civil Espanhola e evitou a chegada de exilados da Espanha. Dentro desse contexto, estudaram-se, mediante uma pesquisa documental, as ações do professor e pesquisador galego José Casais, quem, após a exoneração do cargo que desempenhava na Embaixada da Espanha em Buenos Aires, refugiou-se no Brasil e, evitando posicionamentos partidários, dedicou-se a fazer turismo pelo país até a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Considera-se que no livro de viagem documentado com fotografias <em>Un turista en el Brasil</em>, publicado em 1940, José Casais pôs em prática a sua compreensão da categoria turismo moderno. Essa obra contém também a primeira narração em que Santiago de Compostela, associada à distinção e à tradição, é usada como a referência para a recomendação de um destino turístico no Brasil, sendo ele a Cidade de Goiás. Considerando o <em>habitus</em> de Casais, procurou-se entender, por um lado, como se materializou a aplicação, nos roteiros realizados, da categoria turismo moderno e, por outro, que elementos foram usados para justificar o traçado de paralelismos entre as duas cidades – Compostela e Goiás, recomendando, em consequência, a incorporação da antiga capital goiana aos itinerários do novo turismo.</p> Antón Corbacho Quintela, Liz Fernandes de Paula Direitos de Autor (c) 2025 Antón Corbacho Quintela, Liz Fernandes de Paula https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6269 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 Referentes culturais Galegos en Portugués. Os nomes propios de "A Praia dos Afogados" de Domingo Villar na versión Portuguesa e na autotradución Española https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6254 <p>O universo cultural galego e portugués é historicamente común mais isto non sempre se reflicte nos contactos literarios contemporáneos, pois os intercambios no espazo literario transnacional impoñen as súas propias condicións (Sapiro, 2024). Para exemplificalas tomamos como banco de probas a versión dunha obra galega contemporánea ao portugués e, alén de ver os seus condicionamentos, observamos as súas consecuencias nun aspecto cultural concreto, a versión dos nomes propios. O tratamento destes elementos supón un problema de tradución amplamente tratado no ámbito dos Estudos de Tradución (Moya, 2000, Franco Aixelá, 2022) que o/a tradutor/a literario/a debe confrontar de modo razoado e coherente, segundo o xénero literario, tipo de obra, público meta da tradución, estratexias tradutoras da editorial e a intención comunicativa do autor. Domingo Villar, un dos autores galegos contemporáneos de maior éxito comercial internacional (Galanes-Santos, 2023), adoitaba xeolocalizar física e culturalmente as súas obras en Galiza. Partindo do orixinal galego da súa obra de maior éxito, <em>A praia dos afogados </em>(2009), debruzámonos sobre a autotradución española (2009) e a versión portuguesa (2013) para analizarmos as estratexias de tradución dos nomes propios en ambas. Na obra orixinal figuran 189 referencias onomásticas propias, que constitúen un corpus de análise tradutolóxica acaído polo seu volume para os nosos obxectivos, dunha banda, amosar como se plasma na actualidade esa relación en ámbito internacional; doutra, determinar canto do orixinal galego se transmite ás outras culturas e, por último, estabelecer até que punto a autotradución española mediatizou a versión portuguesa deste autor galego.</p> Iolanda Galanes-Santos, Blanca Miranda-Rodas Direitos de Autor (c) 2025 Iolanda Galanes-Santos, Blanca Miranda-Rodas https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6254 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000 A diversidade do Galego e o seu ensino. Aportacións do ensino do Portugués Brasileiro para unha lingua minorizada https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6167 <p>A través dunha breve análise sobre cuestións que atinxen ao ensino da lingua galega e do portugués brasileiro vamos tentar facer contribucións para o tratamento da variación e da diversidade lingüística no seu ensino como linguas maternas. O galego é unha lingua aínda en proceso de normalización – o que desde a perspectiva de Haugen sería <em>elaboración </em>ou <em>implementación </em>– e que nos últimos anos ten mellorado moito canto ao seu status no nivel lexislativo dentro do sistema obrigatorio de ensino galego. Mesmo así, observamos que a normalización aínda non é realmente efectiva. Xa o portugués brasileiro sofre dunha forte diglosia a respecto do portugués europeo e a súa normativa, que é a que de facto é ensinada no sistema público de ensino brasileiro. As reflexións que traemos aquí sobre unha e outra lingua e o seu ensino poden servirnos para evitar os prexuízos nas aulas de galego e tamén nas de portugués brasileiro como linguas maternas e avanzar nun ensino máis democratizado. </p> <p> </p> Elías González López Direitos de Autor (c) 2025 Elías González López https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/6167 Tue, 21 Oct 2025 00:00:00 +0000