Rituais fúnebres nas Misericórdias portuguesas de Setecentos

Autores

  • Maria Marta Lobo de Araújo Universidade do Minho

Resumo

A criação da Misericórdia de Lisboa em 1498 abriu caminho à disseminação destas confrarias não apenas na metrópole mas também no império, tornando-se nas principais instituições de assistência em termos locais. Criadas num contexto de profunda renovação espiritual'. as Santas Casas conferiam grande significado à prática de enterrar os mortos e à oração pelos vivos e defuntos. O lugar que os rituais fúnebres ocupavam nestas instituições atravessa duas obras de misericórdia: uma espiritual e outra corporal, configurando-lhe, desta forma, uma grande importância. Não foi por acaso que em algumas destas confrarias os irmãos declaravam ser o enterro dos mortos a sua principal função, indo ao encontro do compromisso de 1618 que afirmava ser esta "uma das principais obras de misericórdla'". Estes rituais de solidariedade estavam associados ao princípio de que a boa morte nunca seria um acto solitário e precisava do auxílio de todos, ajudando a alma a fortalecer-se perante a presença de Deus.

Biografia Autor

Maria Marta Lobo de Araújo, Universidade do Minho

É docente do Departamento de História da Universidade do Minho e membro do Centro de Estudos Interdisciplinares Paisagens, Indivíduose Sociedades (CEIPIS) da mesma universidade. Desenvolve trabalhos na área da História Social e da História Religiosa da Época Moderna. É autora de vários livros e tem publicado um conjunto de artigos em revistas nacionais e estrangeiras da especialidade.

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Publicado

2019-10-08

Edição

Secção

Artigos