Almejando o alargamento da participação dos adultos em actividades de educação e formação: o caso do modelo EFA
Resumo
O marasmo intelectual a que Portugal foi condenado durante quarenta e oito anos de regime autoritário não permitiu que, a seu devido tempo, se assistisse à criação e implementação de um sistema de educação de adultos capaz de proporcionar a participação de todos, sem excepção, em iniciativas de educação e formação ao longo da vida. À abundante legislação e ao forte movimento popular a que se assistiu no período da Primeira República (1910-1926) seguiram-se as medidas restritivas sobre as iniciativas associativas e de educação popular do Estado Novo (1926-1974). O poder político, que questionava inclusivé a pertinência da alfabetização de adultos, tinha no sistema escolar (baseado num ensino primário generalizado, mas de curta duração e na dissuasão da frequência de níveis escolares para além do elementar) o "instrumento da integração da ordem social pela conformidade de cada um com a sua condição" (Silva, 1990:18).