Uma tarefa urgente: salvar arquivos de empresa

Autores

  • José Manuel Lopes Cordeiro Universidade do Minho

Resumo

No domínio da salvaguarda de arquivos empresariais o nosso país regista, infelizmente, um enorme atraso. Se, ao longo de quase todo o século XX, com as algumas excepções, a necessidade de salvaguardar arquivos empresariais nunca foi devidamente contemplada, nas duas últimas décadas, com a reconversão da economia portuguesa e o concomitante desaparecimento de empresas estabelecidas há longos anos no panorama económico nacional - e, portanto, detentoras de importantes acervos documentais -, a situação agravou-se consideravelmente. Deste modo, afigura-se cada vez mais urgente a tomada de medidas céleres relativamente àqueles arquivos, a fim de se salvaguardar aquilo que ainda o pode ser, e evitar-se a perda de uma significativa parcela do nosso património cultural. Importa, no entanto, salientar que algo tem vindo a ser feito nesta área, nomeadamente pela BAD - Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, através do seu Grupo de Trabalho de Arquivos Empresariais -, com a realização de diversas iniciativas, desde a organização de dois Encontros sobre Arquivos Empresariais (um Nacional', em 2000, e outro lnternaclonal ", no ano seguinte), à promulgação de legislação específica e, aspecto particularmente importante, o inventário dos arquivos de empresa existentes no nosso país.

Biografia Autor

José Manuel Lopes Cordeiro, Universidade do Minho

Natural do Porto. Licenciado em Ensino da História e Ciências Sociais, pela Universidade do Minho. Assistente do Departamento de História do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, desde 1988. Fundador e Director do Projecto do Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave, 1987-1995 e, de novo, após 2003. Fundador e director da revista Arqueologia Industrial, desde 1987. Comissário da Exposição de arqueologia industrial, "A Indústria Conserveira em Matosinhos", organizada pela Câmara Municipal de Matosinhos, em Agosto-Novembro de 1989. Comissário da Exposição "Um Século de Indústria no Norte, 1934-1933", organizada pela Associação Industrial Portuense, em Abril-Maio de 1999. Integrou o Projecto do Conselho da Europa "Itinerários Culturais Europeus - As Rotas do Têxtil", durante o período 1989-1994, sendo o seu Responsável para Portugal. Fundador do Projecto do Museu da Ciência e Indústria do Porto, em 1993. Membro do "Board" do "TICCIH - The International Committee for the Conservation of the Industrial Heritage", para o triénio 2000-2003, e seu Representante Nacional desde 1992. Presidente da Associação Portuguesa para o Património Industrial para o triénio 2000-2003. Membro dos Conselhos de Redacção das revistas: Patrimoine de l'lndustrie/lndustrial Patrimony, co-editada pelo TICCIH e o Ecomusée de Le Creusot (França), e Industrial Archaeology Review, editada pela Association for Industrial Archaeology e a School of Archaeologica Studies da Universidade de Leicester (Grã-Bretanha). Membro do Grupo de Trabalho de Arquivos Empresariais da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas. Publicou inúmeros trabalhos sobre arqueologia industrial, história económica e museologia, entre os quais A Indústria Conserveira em Matosinhos. Exposição de Arqueologia Industrial (1989), Indústria e Energia na Bacia do Ave, 1845-1959 (1993), Exposição de Arqueologia Industrial. Um Século de Indústria no Norte, 1834-1933 (1999), O Elevador do Bom Jesus do Monte, Braga (em co-autoria, 2001), As Pontes do Porto (em co-autoria, 2001). 

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Publicado

2019-11-06

Edição

N.º 32 (2002)

Secção

Artigos