Dossier Côa I: O Relatório de Impacte Patrimonial (1989)

Resumo

O património arqueológico do vale do Côa, designadamente a arte rupestre, tem sido um dos temas mais difundidos na comunicação social, nas últimas semanas de 1994. Por si mesmo o extraordinário valor arqueológico e artístico das gravuras paleolíticas justificaria a amplitude das notícias. As circunstâncias em que ocorreram os últimos achados, o seu ocultamento e a provável submersão de gravuras e pinturas pela albufeira da barragem, que está a ser construída próximo da foz do rio, conferem à descoberta um inevitável carácter dramático. O debate, vivo e apaixonado, irá produzir, por certo, ao longo do próximos anos, numerosos textos e comentários, quer na Imprensa, quer em revistas da especialidade. É, sem dúvida, um caso paradigmático, em numerosos aspectos. Num futuro próximo iremos, também nós, publicar um texto mais desenvolvido sobre o "dossier Côa", quando pudermos dispôr de elementos que, por ora, não foram divulgados pelas entidades da tutela. Entretanto, julgámos oportuno imprimir o relatório do estudo do impacte da construção da barragem do Côa sobre o património construído, relatório que elaborámos em finais de 1989, mais precisamente em Novembro. Nesta publicação apenas corrigimos acentos e vírgulas. Na verdade, o texto, que em 1989 enviámos à E.G. F., foi um dos primeiros relatórios que redigimos em computador, pelo que estava cheio de gralhas, que corrigimos nesta edição. O estilo é muito pesado, macarrónico. Porém, dado o interesse histórico do
documento, achámos por bem, não introduzir alterações maiores, mesmo de estilo. Limitámo-nos, pois a corrigir acentos e vírgulas, bem como a alterar algumas minúsculas que passámos para maiúsculas (caso de pré-história, por exemplo).