História e memória de Bracara Augusta

Autores

  • Manuela Martins

Resumo

O conferencista é sempre, ainda que o não explicite, um construtor de discursos, através dos quais veicula mensagens, sempre condicionadas pela sua condição e identidade, pelos assistentes e, simultaneamente, pelas condições históricas e sociais do momento. Pretendo com esta afirmação ultrapassar o lugar comum de que os factos, no caso presente, a História e a memória de Bracara Augusta, devem ou podem falar por si, devendo o autor abstrair-se da sua subjectividade.
De facto, a relação passado/presente, objecto desta comunicação, é sempre mediatizada por quem a lê, donde, essa leitura é sempre interpretação, simultaneamente, histórica e sociológica. Falar da História e da memória de uma cidade romana, através de um diálogo passado/presente, constitui assim, necessariamente, um exercício interpretativo e subjectivo.
Falar de Bracara Augusta não é inócuo. Estamos a falar de História e a História não é uma narrativa literária, que se conta como um guião, que conduz e ordena o fio dos acontecimentos. A História constrói se e a sua construção dependendo da natureza dos factos e da sua interpretação, tem implicações sobre o presente e sobre o futuro.

Mas, falar de História é também falar de memória, que pode ser escrita, arqueológica, mas também oral, enquanto vivência passada, ou presente, daqueles que descobrem, escrevem, reintrepretam e consomem essa mesma memória.

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Publicado

1993-01-01