Potencialidades do Geossítio Paredões de Janeiro, Parque Nacional de Ubajara, Ceará, Brasil: a geomorfologia como patrimônio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21814/physisterrae.2164

Palavras-chave:

Geopatrimônio, Geoconservação, Geodiversidade, Geoturismo

Resumo

O Geossítio Paredões de Janeiro (GPJ), Tianguá (Ceará), reúne algumas das mais espetaculares feições geomorfológicas do Parque Nacional de Ubajara (PNU). Contempla o contato do Glint da Ibiapaba com a Depressão Sertaneja, fendas estruturais e uma cachoeira. Porém, apesar do potencial, a área não dispõe de ações diretas de conservação e trabalhos científicos. O presente trabalho tem por objetivo realizar o inventário dos locais de interesse geológico, a sua avaliação quantitativa e proposta de estratégias de conservação, valorização e divulgação para o GPJ. No GPJ foram inventariados dois mirantes, quatro fendas estruturais e uma cachoeira. A avaliação quantitativa classificou o GPJ como de relevância nacional, com valor científico de 285, educativo de 305 e turístico de 255. Quanto à valorização foram selecionadas a Pedra do Espia e a Fenda Norte para a confecção de painéis interpretativos. Para a divulgação, é proposto um cartão postal e sua inserção em três roteiros geoturísticos. A presente pesquisa demonstra de forma quantitativa e qualitativa os valores científicos, educativos e turísticos do GPJ, erguendo esse espaço enquanto prioritário para a instituição de ações de conservação e educação ambiental no contexto do PNU.

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Biografias Autor

Marcos Antonio Leite do Nascimento, Departamento de Geologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil

Possui graduação em Geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1998), com mestrado (2000) e doutorado (2003) em Geodinâmica pela UFRN. Foi geólogo do Serviço Geológico do Brasil - CPRM entre 2007 e 2009, onde coordenou o Projeto Monumentos Geológicos do Rio Grande do Norte e foi membro suplente da CPRM na Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleontológicos - SIGEP. Atualmente é Professor Associado I do Departamento de Geologia da UFRN. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Petrologia Ígnea, Geologia de Campo, Geodiversidade, Geoconservação e Geoturismo. Pesquisa em temas como Levantamento do Patrimônio Geológico Potiguar com fins a Geoconservação; Projeto Geoparque Seridó e Magmatismo Ediacarano no Rio Grande do Norte. É autor de vários artigos científicos nacional e internacional, publicou o primeiro livro brasileiro dedicado ao tema.

Edson Vicente da Silva, Departamento de Geografia, Universidade Federal do Ceará, Brasil

Graduação em Geografia - Bacharelado e Licenciatura. pela Universidade Estadual do Ceará (1981), mestrado em Planejamento Rural em Função do Meio Ambiente pelo Instituto Agronômico Mediterrâneo de Zaragoza (1987), doutorado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Rio Claro São Paulo (1993), pós-doutor em Educação Ambiental pela Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (2006) e pós-doutor em Planejamento e Geoecologia da Paisagem pela Faculdade de Geografia, Universidade de Havana-Cuba (2007). Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Ceará (1997), tirocínio docente da Universidade Federal da Bahia e professor dos Doutorados e Mestrados em Geografia e de Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA), da Universidade Federal do Ceará . Tem experiência na área de Geoecologia da Paisagem, atuando principalmente nos seguintes temas: análise ambiental, educação ambiental, litoral, análise geoambiental, recursos hídricos e desenvolvimento sustentável.

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Publicado

28-12-2019

Como Citar

Alves Meira, S., Leite do Nascimento, M. A., & da Silva, E. V. (2019). Potencialidades do Geossítio Paredões de Janeiro, Parque Nacional de Ubajara, Ceará, Brasil: a geomorfologia como patrimônio. Physis Terrae - Revista Ibero-Afro-Americana De Geografia Física E Ambiente, 1(2), 21–42. https://doi.org/10.21814/physisterrae.2164