A paisagem da Área de Proteção Ambiental das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, Mato Grosso do Sul – Brasil: possibilidades para o Turismo de Natureza

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21814/physisterrae.4746

Palavras-chave:

Ícone de paisagem, Sistemas de Informação Geográfica, Potencialidade, Atividade Turística

Resumo

A paisagem, enquanto categoria analítica, permite desenvolver análises que permeiam as mais diferentes intencionalidades, seja para fins de gestão administrativas, ambientais, culturais ou para atividades específicas, como o desenvolvimento da atividade turística em um determinado destino. Neste sentido, aqui se versa por apresentar a investigação realizada sobre a APA Ilhas e Várzeas do Paraná, área localizada no Mato Grosso do Sul, Brasil. O objetivo é demonstrar como esse conjunto paisagístico permite desenvolver diferentes atividades ligadas ao segmento do Turismo de Natureza. Para sua realização foi necessário desenvolver análises por meio de dados secundários, bem como realizar trabalhos de campo, os quais permitiram observar in loco a realidade das paisagens da área. Como resultado, foi criado um mapa síntese, no qual foram considerados os elementos que mais se destacam no aspecto visível da paisagem (relevo, cursos hídricos e vegetação/usos da terra). A síntese apresentou três diferentes níveis de paisagem e suas relações com as atividades do Turismo de Natureza. Considerando os resultados alcançados, foi possível compreender uma grande potencialidade do conjunto paisagístico investigado, visto a singularidade das paisagens encontradas, principalmente em função do relevo, variedade hídrica e conservação da vegetação nativa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Aguiló Alonso, M. et al. (2004). Guía para la elaboración de estudios del medio físico: contenido y metodología. 5ª. Ed. Ministerio de Medio Ambiente, Madrid (España). Secretaría General Técnica.

Almeida, A. (2006). Paisagens: um património e um recurso. In Jacinto, R., & Bento, V. (Eds.), O interior raiano do Centro de Portugal. Outras fronteiras, novos intercâmbios(pp. 31- 42). (Iberografias, 8). Porto: Campo das Letras; Guarda: CEI.

Amaral, R., & Ross, J. L. S. (2009). As unidades ecodinâmicas na análise da fragilidade ambiental do Parque Estadual do Morro do Diabo e entorno, Teodoro Sampaio/SP. GEOUSP Espaço e Tempo, 13(2), 59–78. https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2009.74128

Bombin, M. M. E., Frutos, M. de., Iglesias, E., Mataix, C., & Torrecilha, I. (1991). El paisaje. Madri: Ministerio de Obras Públicas y Transportes, Centro de Publicaciones.

Brasil (1997). Decreto nº de 30 de setembro de 1997. Dispõe sobre a criação da Área de Proteção Ambiental das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, nos Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, e dá outras providências. Publicado no diário oficial da união de 30 de setembro de 1997.

Cauquelin, A. (2007). A Invenção da Paisagem. São Paulo: Martins Fontes.

Cavalcanti, L. C. S. (2014). Cartografia de paisagens: fundamentos. Oficina de Textos.

Chicati, M. L., Nanni, M. R., Oliveira, R. B., & Cezar, E. (2009). Levantamento e caracterização dos solos de uma região de várzeas da APA das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná. Agropecuária Técnica, 30(2), 10-15. https://doi.org/10.25066/agrotec.v30i2.3180

Coelho, L. C. (2011). Revelando a paisagem através da fotografia: construção e aplicação de um método: Porto Alegre vista do Guaíba. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

Environmental Systems Research Institute [ESRI]. (2017) Software ArcGIS Professional GIS for the desktop, version 10.5.

Fialho, F. (Org.). (2014). Mato Grosso do Sul 2000-2013. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.

Forman, R. T. T., & Godron, M. (1986). Landscape ecology. New York: Wiley.

Gouveia, I. C. M., & Ross, J. L. S. (2019). Fragilidade Ambiental: uma proposta de aplicação de Geomorphons para a variável relevo. Revista do Departamento de Geografia, 37, 123-136. https://doi.org/10.11606/rdg.v37i0.151030

Guedes, H. S. (1999). Paisagem e imagem: uma reflexão sobre o espaço turístico de Passa Quatro. Revista do Departamento de Geografia, 13, 131-144. https://doi.org/10.7154/RDG.1999.0013.0008

Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística [IBGE]. (2009). Manual Técnico em Geomorfologia. 2. Ed. Rio de Janeiro: IBGE, Manuais Técnicos em Geociências.

Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística [IBGE]. (2012). Manual Técnico da Vegetação. 2.ed. Rio de Janeiro: IBGE, Manuais Técnicos em Geociências.

Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística [IBGE]. (2015). Manual Técnico em Pedologia. 3. Ed. Rio de Janeiro: IBGE, Manuais Técnicos em Geociências.

Lacerda Filho, J. V., Brito, R. S. C., Silva, M. G., Oliveira, C. C., Moreton, L. C., Martins, E. G. Lopes, R. C. Lima, T. M., Larizzatti, J. H., & Valente, C. R. (2006). Geologia e Recursos Minerais do Estado de Mato Grosso do Sul. Esc. 1: 1.000.000. (Convênio CPRM/SICME). Campo Grande: CPRM.

Lima, B. S. (2021). Ícones de paisagem de Mato Grosso do Sul: análise funcional e de qualidade visual para o Turismo de Natureza. Tese de Doutorado em Geografia. Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados.

Lima, B. S., & Silva, C. A. (2022). As paisagens e as potencialidades de turismo de natureza da feição central da Serra Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brasil. Revista Geográfica de América Central, 2(69), 313-334. https://doi.org/10.15359/rgac.69-2.11

Lima, B. S., Silva, C. A., & Boin, M. N. (2017a). Unidades de paisagens da Serra de Maracaju para o turismo de natureza, Folha Nioaque/MS. In Anais do XII ENANPEGE (pp. 1384-1396). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Lima, B. S., Silva, C. A., & Boin, M. N. (2017b). Compatibilização de dados cartográficos na elaboração de cartas de unidades da paisagem para o turismo de natureza. In Boin, M. N., Martins, P. C. S., & Mirante, M. H. P. (Eds). Geotecnologias aplicadas às questões ambientais (pp. 39-68), V. II. Tupã: ANAP.

Lima, B. S., Silva, C. A., & Boin, M. N. (2018). As paisagens da Serra de Maracaju/MS-Brasil, quando o olhar e a cartografia revelam o potencial do turismo de natureza. Revista da ANPEGE, 14(25), 6-38. https://doi.org/10.5418/RA2018.1425.0001

Lima, B. S., Silva, C. A., & Martins, P. C. S. (2019). A qualidade visual da paisagem da Serra do Amolar-MS/Brasil. In Pinheiro, L. S., & Gorayeb, A. (Eds). Geografia Física e as mudanças globais (pp. 1-13). Fortaleza: Editora UFC.

Limont, M., Müller, C., & Soares, N. (2015). Ações de governança territorial da Rede Gestora do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná. Porto Alegre: Instituto Curicaca.

Lothian, A. (1999). Landscape and the philosophy of aesthetics: is landscape quality inherent in the landscape or in the eye of the beholder?. Landscape and urban planning, 44(4), 177-198. https://doi.org/10.1016/S0169-2046(99)00019-5

Martins, P. C. S., & Silva, C. A. (2018). Turismo de Natureza ou na Natureza ou Ecoturismo? Reflexões e contribuições sobre um tema em constante debate. Revista Turismo em Análise, 29(3), 487-505. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v29i3p487-505

Mato Grosso do Sul. (2015). Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de Mato Grosso do Sul. Segunda Aproximação: Elementos para construção da sustentabilidade do território sul-matogrossene. Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Campo Grande.

Mendes, A. R. C. (2010). Avaliação da Qualidade Cênica da Paisagem: aplicação da metodologia de Steinitz ao Litoral Alentejano. Dissertação de Mestrado. Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa.

Milne, J. M., Murphy, K. J., & Thomaz, S. M. (2008). Estudos experimentais dos impactos causados da atividade de pastoreio em áreas de pasto na várzea do alto rio Paraná. Cadernos da Biodiversidade, 5(2), 4-9.

Moraes, A. R., & Bernardes, R. S. (2009). Estimativa de áreas potencialmente alagáveis na Área de Proteção Ambiental das ilhas e várzeas do rio Paraná utilizando HEC-geo HMS. In Anais do 2º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal (pp. 895-904). Corumbá: Embrapa Informática Agropecuária/INPE.

Moraes, A. R., & Bernardes, R. S. (2011). Alterações no uso do solo da Área de Proteção Ambiental das Ilhas e Várzeas do rio Paraná (MS/PR/SP) durante a década de 2000. In Anais do XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto – SBSR (pp. 6121-6127). Curitiba: INPE.

Nohl, W. (2001). Sustainable landscape use and aesthetic perception–preliminary reflections on future landscape aesthetics. Landscape and urban planning, 54(1-4), 223-237. https://doi.org/10.1016/S0169-2046(01)00138-4

Pires, P. S. (2005). A análise de indicadores da qualidade visual como etapa da caracterização de paisagens turísticas: uma aplicação no distrito-sede de Porto Belo/SC. Turismo - Visão e Ação, 7(3), 417-426.

Pires, P. S. (2011). Marco teórico-metodológico de los estudios del paisaje: perspectivas de aplicación en la planificación del turismo. Estudios y perspectivas en turismo, 20(3), 522-541.

Raimundo, S. (2011). Paisagem, Turismo e análise ambiental. In Teles, R. M. S. et al. (Eds). Turismo e meio ambiente (pp. 21-44). Rio de Janeiro: Elsevier.

Rodrigues, A. B. (2011). Geografia e Turismo: notas introdutórias. Revista do Departamento de Geografia, 6, 71-82. https://doi.org/10.7154/RDG.1992.0006.0006

Rodríguez, J. M. (1984). Apuntes de geografia de los paisajes. Universidad de La Habana, Facultad de Geografía.

Ross, J. L. S. (1994). Análise empírica da fragilidade dos ambientes naturais e antropizados. Revista do Departamento de Geografia/FFLCH/USP, 8, 63-73. https://doi.org/10.7154/RDG.1994.0008.0006

Ruschmann, D. (2008). Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. (14ª ed). Papirus editora.

Semenov, Y. M. (2017). Landscape planning: the applied branch in complex physical geography. Geography and Natural Resources, 38(4), 319-323. https://doi.org/10.1134/S1875372817040023

Silveira, M. A. T. (2014). Geografia aplicada ao turismo. Fundamentos teórico-práticos. Curitiba: Editora InterSaberes.

Vieira, A. A. B. (2008). Serra de Montemuro: dinâmicas geomorfológicas, evolução da paisagem e património natural. Tese de Doutorado em Geografia. Universidade de Coimbra, Coimbra.

Vieira, A. (2014). O patrimônio geomorfológico no contexto da valorização da geodiversidade: sua evolução recente, conceitos e aplicação. COSMOS, 7(1), 28-59.

Vieira, L. F. S., Silva, L. A. P., Caneppele, J. C. G., & Verdum, R. (2018). Atlas das Belezas Cênicas das Paisagens do Pampa: olhar, ler, refletir e compreender para valorizar a paisagem - Região Cuesta do Haedo. Porto Alegre: IGEO/UFRGS.

Vieira, L. F. S., & Verdum, R. (2019). A Proteção da Natureza e do Patrimônio da Humanidade pela Beleza Cênica da Paisagem. Confins. Revue francobrésilienne de géographie/Revista franco-brasilera de geografia, 40, 1-18. https://doi.org/10.4000/confins.19680

Zacharias, A., Teixeira, A. L., Ventorini, S. E., Ferreira, A. B. R. ., & Santos, T. G. (2021). A cartografia de síntese e as estruturas verticais e horizontais da paisagem em ambientes urbanos suscetíveis à inundação. Revista do Departamento de Geografia, 41(1), e177185. https://doi.org/10.11606/eISSN.2236-2878.rdg.2021.177185

Zavattini, J. A. (2009). As chuvas e as massas de ar no estado de Mato Grosso do Sul: estudo geográfico com vista à regionalização climática. (1. Ed.). São Paulo: Editora UNESP.

Downloads

Publicado

29-12-2023

Como Citar

de Souza Lima, B., & Aparecido da Silva, C. (2023). A paisagem da Área de Proteção Ambiental das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, Mato Grosso do Sul – Brasil: possibilidades para o Turismo de Natureza. Physis Terrae - Revista Ibero-Afro-Americana De Geografia Física E Ambiente, 5(1), 1–23. https://doi.org/10.21814/physisterrae.4746

Edição

Secção

Biogeografia e Paisagem