O caráter geopatrimonial das mesetas e morrotes de São Pedro do Sul e São Vicente do Sul (centro-oeste do Rio Grande do Sul/Brasil)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21814/physisterrae.5374

Palavras-chave:

Relevo Testemunho, Geopatrimônio, Valores da Geodiversidade

Resumo

O presente trabalho tem o objetivo de demonstrar o caráter geopatrimonial dos cerros Itaquatiá, São Miguel, Loreto e Seio de Moça, a partir do valor científico, de suporte e cultural destas formas de relevo. Os procedimentos metodológicos compreendem a revisão na literatura especializada, a elaboração de Modelos Digitais de Elevação (MDE), pesquisa de percepção e trabalhos de campo. O valor científico dos cerros investigados ocorre principalmente por que tais cerros estão em área de transição entre duas unidades geomorfológicas do extremo sul do Brasil e demonstram de forma clara a sequência de evolução do relevo na retração de escarpas. O valor de suporte decorre da estruturação de habitats das mesetas e morrotes para espécies de ocorrência muito restrita, como cactáceas e bromeliáceas. Finalmente, o valor cultural está relacionado à importância simbólica e alto grau de relevância destas formas de relevo para as comunidades locais.

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Biografias Autor

Luiz Paulo Martins e Souza, Programa de Pós-graduação em Geografia/Universidade Federal de Santa Maria

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria (2014) e mestrado em Geografia (2018) pela Universidade Federal de Santa Maria/PPGGEO. É membro do PANGEA (Grupo de Pesquisa em Patrimônio Geológico, Geoconservação e Gestão das Águas) e TAFONI (Grupo de Pesquisa em Intemperismo e Formas de Relevo), ambos pela UFSM. Tem experiência na área de geociências, atuando principalmente nos seguintes temas: geodiversidade, geoconservação e percepção da paisagem. Atualmente é doutorando em Geografia pelo PPGGEO da Universidade Federal de Santa Maria onde desenvolve pesquisa nesta temática.

André Weissheimer de Borba, Professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia/UFSM

Possui Graduação em Geologia (1998), Mestrado (2001) e Doutorado em Geociências (2006) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Estratigrafia e Análise de Bacias Sedimentares, atuando principalmente nos seguintes temas: estratigrafia, geologia histórica, análise de bacias, geologia do Escudo Sul-rio-grandense, bacias orogênicas, termocronologia traços de fissão, geologia isotópica de Nd e proveniência sedimentar. Exerceu, entre 2004 e 2012, o cargo de Geólogo da Procuradoria Geral de Justiça, Ministério Público do Estado do RS, onde elaborou mais de mil e duzentos documentos contendo descrição e valoração de processos de degradação ambiental provocados por empreendimentos de extração mineral e de captação de água subterrânea, entre outros. Atualmente, é Professor Associado do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Desde 2010, tem se dedicado a pesquisas e ações de extensão na área de Geodiversidade, Patrimônio Geológico e Geoconservação, e atuado na coordenadoria científica da equipe de implantação do Geoparque Caçapava Aspirante UNESCO. Participa do Grupo de Pesquisa PANGEA (Patrimônio Natural, Geoconservação e Gestão da Água), na UFSM, e, desde 2020, lidera o Grupo de Pesquisa TAFONI - Intemperismo e Formas de Relevo, que reúne pesquisadores da UFSM e Unipampa/Caçapava. Representa, ainda, o núcleo RS-SC da Sociedade Brasileira de Geologia na Comissão de Geoparques da mesma entidade (CG/SBG).

André Ricardo Furlan, Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Geografia/UFSM

Graduado em Geografia - Licenciatura (2016) pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus de Erechim, RS e Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atualmente é doutorando em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e atua como professor dos Anos Finais do Ensino Fundamental no município de Flores da Cunha, Rio Grande do Sul. Compõe o Núcleo de Estudos Território, Ambiente e Paisagem (NETAP/UFFS), Laboratório de Geologia Ambiental (LAGEOLAM/UFSM) e Laboratório de geoprodutos, gamificação e ensino inclusivo de Geografia (HEFESTO/IFRS). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Física atuando nas seguintes temáticas: Planejamento Ambiental e Ordenamento Territorial, Bacia Hidrográfica, Geomorfologia, Geoprocessamento, Uso e Ocupação da Terra, Áreas de Risco e Ensino de Geografia.

Elisângela Lopes da Silva, Doutora Programa de Pós-Graduação em Geografia/UFSM

Graduada em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Santa Maria (2012), mestra em Geografia pelo programa de pós-graduação em Geografia pela Universidade de Federal de Santa Maria (2016) e doutora em Geografia (2022) na linha de pesquisa "dinâmica da natureza e qualidade ambiental do cone Sul, pela mesma instituição. É graduanda em Geografia (Licenciatura Plana) pela Faveni. É membro do grupo de pesquisa PANGEA (Grupo de pesquisa em patrimônio geológico, geoconservação e gestão da água) da UFSM. Atuou como Educadora Ambiental voluntária no Parque Estadual da Quarta Colônia, no Rio Grande do Sul e Assessora Territorial de Gênero para o Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial, NEDET Centro Serra, projeto vinculado ao CNPQ/MDA/SPM/ UFSM. Tem experiência nas áreas de recuperação de áreas degradadas, unidades de conservação, educação Ambiental, desenvolvimento territorial sustentável e inclusão produtiva. Atualmente vem atuando nas áreas de geoconservação, geoturismo, geoparque, gênero e desenvolvimento local, com ênfase na inclusão produtiva de mulheres, no empoderamento feminino e nos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) .

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Publicado

29-12-2023

Como Citar

Martins e Souza, L. P., Weissheimer de Borba, A., Ricardo Furlan, A., & Lopes da Silva, E. (2023). O caráter geopatrimonial das mesetas e morrotes de São Pedro do Sul e São Vicente do Sul (centro-oeste do Rio Grande do Sul/Brasil). Physis Terrae - Revista Ibero-Afro-Americana De Geografia Física E Ambiente, 5(1), 65–87. https://doi.org/10.21814/physisterrae.5374

Edição

Secção

Geoconservação e Património Natural