Uma odisseia sem retorno. O Exílio nas Crônicas de Arkádi Aviértchenko e Teffi

Autores

  • Ekaterina Vólkova Américo
  • Márcia Chagas Kondratiuk

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.700

Palavras-chave:

Literatura russa da emigração, Exílio, Crônicas, Arkadi Aviértchenko, Teffi

Resumo

A partir das traduções das crônicas de Arkadi Aviértchenko (“A Tragédia do Escritor Russo”, 1920) e de Teffi (“Que Faire”, 1920e“A Cidadezinha”, 1927) que acompanham o artigo, pretende-se analisar algumas questões que marcaram a primeira onda da emigração russa como isolamento; a ideia da recriação da Rússia no exterior e a perda gradativa das memórias e referências culturais e linguísticas. O gênero crônica parece especialmente propício a essa análise, uma vez que, por transitar entre ficção literária, registro histórico e jornalismo, permite capturar as impressões imediatas da primeira onda da emigração russa que se deu após a Revolução de 1917 e a Guerra Civil subsequente. Tomadas sob a ótica das epopeias mitológicas, as crônicas de Aviértchenko e Teffi revelam também o exílio naquele momento, para os russos, como uma espécie de viagem para o mundo além-fronteiras, em que tudo é virado às avessas. Em última perspectiva, essas narrativas remetem a uma tragédia humana universal, que é o encontro com o ‘outro’, com o estranho. No entanto, no plano ficcional, a angústia e a insegurança relacionadas ao exílio são ressignificadas por meio da ironia e da subversão grotesca, inclusive no nível linguístico, em que ocorrem combinações das mais inusitadas entre o idioma russo e francês.

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Publicado

05-01-2022

Como Citar

Américo, E. V., & Kondratiuk, M. C. . (2022). Uma odisseia sem retorno. O Exílio nas Crônicas de Arkádi Aviértchenko e Teffi. Diacrítica, 35(3), 1–12. https://doi.org/10.21814/diacritica.700