Ressonâncias de ditaduras na literatura infantojuvenil: Lygia Bojunga no Brasil e Alice Vieira em Portugal

Autores

  • Renata Flaiban Zanete

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.4989

Palavras-chave:

Literatura infantojuvenil e ditadura, Literatura infantojuvenil e censura, Lygia Bojunga, Alice Vieira

Resumo

A que constrangimentos esteve exposta a literatura infantojuvenil nos períodos ditatoriais, no Brasil e em Portugal? O que foi permitido e o que foi proibido? Como as ditaduras e seus expedientes aparecem retratados nas obras literárias de receção infantile juvenil, nos dois países? Este artigo busca algumas respostas a estas questões por meio de um recorte preciso: a vida e algumas obras das autoras Lygia Bojunga e Alice Vieira. Ambas viveram durante as ditaduras brasileira e portuguesa, em seus países. A pobreza, o medo, a censura e as perseguições político-ideológicas, típicos dos sistemas autoritários, estão presentes em diversas narrativas das autoras que questionam certos pilares estruturadores da moral tradicional das ditaduras como a família, as relações de gênero ou o papel da mulher. Estudiosos especialistas da literatura para a infância e juventude ressaltam o surgimento das duas escritoras como momentos de viragem no panorama da história da literatura infantojuvenil, no Brasil e em Portugal. Iremos aqui destacar os contributos trazidos pelas obras das autoras. Registramos ainda certos apontamentos que indicam ligações que podem ser estabelecidas entre passado e presente, História e ficção.

Referências

Araújo, M. A. T. (2008). A emancipação da literatura infantil. Porto: Campo das Letras.

Beauvoir, S. de (2015). O segundo sexo, volume 1 – Os factos e os mitos (2ª ed.; Trad. Sérgio Milliet). Lisboa: Quetzal Editores.

Blockeel, F. (2001). Literatura juvenil portuguesa contemporânea: identidade e alteridade. Lisboa: Caminho.

Bojunga, L. (1995). Angélica (18ª ed.) Rio de Janeiro: Agir.

Bojunga, L. (1999). Os colegas (42ª ed.). Rio de Janeiro: José Olympio.

Bojunga, L. (2002). A casa da madrinha (18ª ed.). Rio de Janeiro: Agir.

Bojunga, L. (2005). O Rio e eu (2ª ed.) Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga.

Carnevali, F. G. (2009). “A mineira ruidosa” – Cultura popular e brasilidade na obra de Alexina de Magalhães Pinto (1870–1921) (Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo).

Feminina: um ideal educativo. Revista de história das ideias, 16, 193–233. https://doi.org/10.14195/2183-8925_16_7. DOI: https://doi.org/10.14195/2183-8925_16_7

Gomes, J. A., Ramos, A. M., & Silva, S. R. (Eds.) (2009). A memória nos livros: História e histórias. Porto: Deriva.

Lajolo, M., & Zilberman, R. (1988). Literatura infantil brasileira. História e histórias (4ª ed.). São Paulo: Ática.

Macedo, A. G., & Amaral, A. L. (Eds.) (2005). Dicionário da crítica feminista. Porto: Afrontamento.

Pires, M. N. C. (2005). Pontes e fronteiras. Da literatura tradicional à literatura contemporânea. Lisboa: Caminho.

Ramos, A. M., & Navas, D. (2016). Literatura juvenil dos dois lados do Atlântico. Porto: Tropelias & Companhia.

Rocha, N. (1992). Breve história da literatura para crianças em Portugal (2ª ed.) Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa.

Sandroni, L. (1987). De Lobato a Bojunga; as reinações renovadas. Rio de Janeiro: Agir.

Silva, S. R. (2010). Coisas que não ficam iguais quando saem dos livros para as nossas vidas: a propósito de Rosa, minha irmã Rosa, de Alice Vieira. In Encontros e reencontros. Estudos sobre literatura infantil e juvenil (pp. 109–122). Porto: Tropelias & Companhia. Vieira, A. (2004). Rosa, minha irmã Rosa (ed. 25.º aniversário da 1ª ed.) Lisboa: Caminho.

Vieira, A. (2008). Vinte cinco a sete vozes (3ª ed.). Lisboa: Caminho.

Vieira, A. (2009). Lote 12, 2.º frente (18ª ed.). Lisboa: Caminho.

Zanete, R. F. (2019). Para além das ditaduras: resistência e resiliência na literatura infantojuvenil de Lygia Bojunga e Alice Vieira. In R. S. Lima, A. M. Amorim, & F. Cabala (Eds.), Anais eletrônicos do congresso internacional ABRALIC 2019 (pp. 1322–1333). Brasília: Associação Brasileira de Literatura Comparada. Consultado em http://www.abralic.org.br/anais/arquivos/2019_1576867520.pdf

Downloads

Publicado

31-07-2020

Como Citar

Zanete, R. F. (2020). Ressonâncias de ditaduras na literatura infantojuvenil: Lygia Bojunga no Brasil e Alice Vieira em Portugal. Diacrítica, 34(2), 182–202. https://doi.org/10.21814/diacritica.4989