A dualidade artística do compositor-intérprete

Autores

  • Ricardo Barceló

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.300

Palavras-chave:

Compositor, Intérprete, Guitarra, Música, Performance, Arte

Resumo

A obra de arte vive apenas nas interpretações que dela são feitas, um facto que ganha maior dimensão no caso da música e outras artes performativas, sendo essas interpretações infinitas perante uma infinidade de personalidades interpretantes. A interpretação supostamente exige fidelidade ao significado da obra, mas a obra também deixa uma margem de liberdade, inevitavelmente, para avisão do intérprete. Composição e performance musical implicam interação com uma realidade física que impõe limitações, perante as quais as personalidades dos artistas tomarão diferentes decisões para superar os obstáculos, revelando um estilo, que deixará transparecer na obra o espírito da pessoa. Consideramos que na situação especial do compositor-intérprete, ou seja, o compositor que compõe uma peça queo próprio executa, o artista passa por um diálogo com a matéria mais de uma vez, lidando com a realidade física, primeiro durante a composição e depois na performance, comunicando dessa forma a obra e a sua maneira de ver a obra ao mesmo tempo. Neste caso não há duas personalidades intervindo na mesma obra, mas uma única pessoa em diferentes situações e lapsos temporais, a interagir com a forma em distintos aspetos, representando um desafio pouco divulgado, que analisamos neste artigo.

Referências

Barceló, R. (1995). La digitación guitarrística. Recursos poco usuales. Madrid: Real Musical.

Barceló, R. (2010). Delviolín a la guitarra: Influencias en la técnica, escritura, organología y expresión.Roseta,5(2), 48–59.Madrid: Sociedad Española de laGuitarra.

Barceló, R. (2015). O Sistema Posicional na guitarra. Origem. Conceitos de Posição. Saarbrücken: Novas Edições Académicas.

Berlioz, H. (1843). Grand Traité d’Instrumentation et d’Orchestration Modernes. Op.10, (VIII). Paris: Schonenberger.

Brouwer, L.(1982). Pieza sin título I. La Habana: Ediciones del Patrimonio Musical de Cuba.

Eco, H. (2001). La definición del Arte.Barcelona: Ediciones Destino.

Escande, A. (2005). Abel Carlevaro. Un mundo nuevo en la guitarra. Montevideo: Aguilar –Fundación BankBoston.

Escande, A. (2009). Don Andrés y Paquita. La vida de Segovia en Montevideo.Lulu.

Fabini, E. (1903). Mozartiana(para guitarra). Paris: Max Eschig (1934).

Falla,M. de (1920). Tombeau de Claude Debussy(para guitarra). Paris:Durand et Cie.

Fornaro, M. (2000). La guitarra popular y académica en Uruguay: Una historia de encuentros. InE. Rioja (Coord.),La guitarra en la historia XI(pp. 13–54). Ediciones de La Posada.

Gilardino, A. (1988). Manuale di Storia della Chitarra(2). Ancona: Bèrben.

López-Montes, J.(2014). El papel de la partitura. In M. José de Córdoba, Dina Riccò et al. Sinestesia. Los fundamentos teóricos, artísticos y científicos. Granada: Ediciones Fundación Internacional Artecittà.

Löwy, M. (2004). Le concept d’affinité élective chez Max Weber.Archives de sciences sociales des religions127, 93–103.Disponível em: <http://journals.openedition.org/assr/1055>.Consultado em:13 jun. 2019. DOI: https://doi.org/10.4000/assr.1055

Popper, K. (1976) Unended Quest: An Intellectual Autobiography.London&NewYork: Routledge.

Correia, J. (2007).Um modelo teórico para a compreensão e o estudo da performance musical.Interpretação musical(pp. 63-104). Teoria e prática. Lisboa: Edições Colibri. Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical, Universidade Nova de Lisboa.

Shifres, F. (2002). Lo común y lo personal. Un estudio sobre la individualidad de la ejecución musical desde la perspectiva interpretativa.EnIAD 2002 (Encuentro de Investigación en Arte y Diseño). Livro de Atas(pp. 57–61). La Plata, Buenos Aires: Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Bellas Artes. Secretaría de Ciencia y Técnica. Bachillerato de Bellas Artes.

Sor, F. (2008). Método para guitarra.E. Baranzano &R. Barceló (Trads.). Fafe: Editora Labirinto/ Paris: L’auteur. Imp. de Lachevardiere.

Suárez-Pajares, J. (1997). Aquellos años plateados. La guitarra en el entorno del 27.La Guitarra en la Historia,8(pp. 35–57). Eusebio Rioja (Ed.). Córdoba:Ediciones de la Posada.

Taylor, F. (1911).Principles of Scientific management.NewYork: Harper & Brothers Publishers.

Vieira de Carvalho, M. (2007). A partitura como Espírito Sedimentado: Em torno da Teoria da Interpretação Musical de Adorno. Interpretação musical. Teoria e prática. Lisboa: Edições Colibri. Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical, Universidade Nova de Lisboa.

Downloads

Publicado

19-11-2019

Como Citar

Barceló, R. (2019). A dualidade artística do compositor-intérprete. Diacrítica, 33(1), 64–76. https://doi.org/10.21814/diacritica.300