O poema imortal de Christian Bök

Autores

  • Andressa Nunes Santos scola de Ciências da Saúde e da Vida, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, Brasil
  • Diego Grando scola de Ciências da Saúde e da Vida, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.657

Palavras-chave:

Poesia, Escrita conceitual, Arte transgênica, Poema vivo, Engenharia genética, Edição gênica

Resumo

Christian Bök é um escritor e poeta conceitual canadense, professor de Escrita Criativa na Universidade de Melbourne, na Austrália. Na esteira de outros poetas conceituais que deram início ao campo de produção da arte transgênica, Bök engendrou um projeto híbrido entre as áreas da poesia e da biologia a fim de criar um poema vivo e imortal. Através de uma formação autodidata nas áreas de biologia molecular, biogenética e engenharia genética, o poeta desenvolveu, em teoria, uma forma de escrever um pequeno poema e introduzi-lo no DNA de uma bactéria resistente ao fogo, à água, à radiação e à própria explosão do Sol, capaz de sobreviver, inclusive, no espaço sideral. Além disso, parte do seu projeto era induzir a bactéria a ler o poema original e a produzir um verso poético em resposta. Este artigo descreve como Christian Bök comprovou em laboratório a viabilidade da sua teoria ao escrever um verso no DNA de uma bactéria modelo para estudos genéticos, a Escherichia coli, e obter dela, na sequência, um verso em resposta.

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Publicado

08-06-2022

Como Citar

Santos, A. N., & Grando, D. (2022). O poema imortal de Christian Bök. Diacrítica, 35(3), 286–299. https://doi.org/10.21814/diacritica.657