O Desejar na Poesia de Adélia Prado
DOI:
https://doi.org/10.21814/diacritica.5523Palavras-chave:
Desejar, Poesia, Adélia Prado, Vida, FéResumo
Este artigo pretende analisar as várias dimensões do desejar, termo muito apropriado para designar a audácia da expressão dos sentimentos na obra da poetisa brasileira Adélia Prado. O corpus inclui todas as obras líricas da autora, agrupadas na antologia Poesia Reunida, publicada em 2015. O artigo examina, numa primeira fase, o erotismo na poesia de Adélia, com base na teoria freudiana sobre as pulsões de vida. Posteriormente, será feita uma meticulosa observação dos pensamentos da poetisa sobre o amor e a morte, sob a lente da religião de Adélia. Adélia trata o infinito como material, sem desatender a sua transcendência. Veremos que o desejar na obra de Adélia não é apenas erótico no sentido corpóreo, e que a morte é um desejo não segundo as pulsões de morte freudiana, mas adquirido pela sua fé cristã. Finalmente, será assinalada a dissolução da dicotomia corpo/espírito através da subtileza lírica.
Referências
Araújo, Z. (2011, julho 18–22). O Corpo (Con)sagrado: processos de hierofanização do corpo e da vivência cotidiana. [Apresentação em Conferência] XII Congresso Internacional da ABRALIC. https://abralic.org.br/eventos/cong2011/AnaisOnline/resumos/TC1175-1.pdf
Bataille, G. (1987). O erotismo (Antonio Carlos Viana, Trad.). L&PM. (Original publicado em 1957)
Baptista, A. (2003). Qualquer coisa é a casa da poesia. In Adélia Prado, Com licença poética (pp. xi–xvi). [Nota sobre a poética de Adélia Prado]. Cotovia.
Bingemer, M. (2003). Transcendência e corporeidade: A experiência de Deus segundo Adélia Prado. Gragoatá. 14, 89–107. https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/33448/19435 DOI: https://doi.org/10.22409/gragoata.v8i14.33448
Andrade, C. D. santos(2005). De animais, santo e gente. Poesia Sempre, 20, 71.
Endo, P. & Souza, E. (2016). Itinerário para uma leitura de Freud. (R. Zwick, Trad.). In Sigmund Freud, Além do princípio de prazer (pp. 3–11). L&PM.
Freud, S. (2016a). Além do princípio do prazer (R. Zwick, Trad.). L&PM. (Original publicado em 1920)
Freud, S. (2016b). Obras completas de Sigmund Freud (P. C. de Souza, Trad) (Vol. 16, pp. 228–240). Companhia das Letras. (Original publicado em 1925)
Freud, S. (2016c). Obras completas de Sigmund Freud (Paulo César de Souza, Trad.), vol. 18 (pp. 9–89). Companhia das Letras. (original publicado em 1930)
Massi, A. (2015). Móbile para Adélia. In Adélia Prado, Poesia reunida (pp. 559–598). Editora Record.
Moreira, U. (2010). Adélia Prado e a polêmica sobre o processo de criação poética e o papel da inspiração. Publicatio EUPG, 18(1), 9–19. https://doi.org/10.5212/publ.humanas.v18i1.2904 DOI: https://doi.org/10.5212/PublicatioHum.v.18i1.00001
Oliveira, C. (2011). Erotismo, mística e morte: A tríade Adéliana. Horizonte, 10(25), 104–119. https://doi.org/10.5752/P.2175-5841.2012v10n25p104 DOI: https://doi.org/10.5752/P.2175-5841.2012v10n25p104
Prado, A. (2015). Poesia reunida. Editora Record.
Santos, I. (2019). Teologia do corpo em Adélia Prado: uma proposta religiosa transgressora [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão].
Santos, L. (2012). Ousar crer, ousar criar: Cristianismo e literatura brasileira contemporânea. Teoliterária, 2(3), 143–182. https://doi.org/10.19143/2236-9937.2016v2n3p143-182 DOI: https://doi.org/10.19143/2236-9937.2012v2n3p143-182
Silva, E. & Luna, H. (2017). A face de Deus atingida da brutalidade das coisas: Concepção de poesia na obra de Adélia Prado. Verbo de Minas, 18(32), 5–32.
Vicentin, E. & De Almeida, R. (2019). Pulsões de vida, pulsões de morte e compulsão à repetição. Helleniká – Revista Cultural, 1(1), 55–68.
Wandermurem, M. (2007). O corpo na fronteira do sagrado e profano: A construção ética da corporeidade através da história. Maiêutica Digital, Revista de Filosofia e Ciências Afins, 1(2), 177–195.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2023 Yun Liu
Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
