A conceção gramatical de Joaquim Gonçalves: uma análise da sua visão sobre a formação e a classificação das palavras chinesas
DOI:
https://doi.org/10.21814/diacritica.5598Palavras-chave:
Gramática comparativa português-chinês, História da gramática chinesa. Historiografia linguística, Linguística missionária, Sinologia portuguesaResumo
Este artigo investiga a visão gramatical do padre lazarista português Joaquim Afonso Gonçalves (1781–1841), através da análise das suas reflexões metalinguísticas presentes na Arte China (1829), um compêndio gramatical elaborado para o ensino-aprendizagem do chinês a europeus em Macau no início do século XIX. Iniciando-se com as referências gramaticais incluídas nos capítulos III (Grammatica) e IV (Syntaxe) deste manual didático, a pesquisa centra-se na formação e classificação das palavras chinesas sob a perspetiva contrastiva do gramático português. O estudo revela que os processos de formação de palavras distinguidos no seu método gramatical se fundamentam nas características morfológicas dos vocábulos chineses. Além disso, as partes da oração utilizadas para classificar o léxico chinês não apenas herdam o modelo analítico e descritivo greco-latino como também incorporam aspetos da tradição local e adotam novas categorias para retratar os aspetos mais peculiares do chinês, em comparação com a língua materna de Gonçalves. Esta análise visa lançar luz sobre as interpretações gramaticais do sinólogo português, originalmente destinadas aos discípulos diretos, que podem parecer incompletas e obscuras para os leitores contemporâneos.
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