António José dos Santos (c. 1808–1883). Renovador da paisagem orgânica do Porto e figura de proa da organaria portuguesa na segunda metade do século XIX

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.5634

Palavras-chave:

António José dos Santos, Organaria histórica portuguesa, Paisagem orgânica, Porto, Segunda metade do século XIX

Resumo

O mito do declínio da manufatura organeira em Portugal como decorrência direta da promulgação do decreto assinado por Dom Pedro IV em 1834 – que secularizou e nacionalizou os bens da Igreja – vem sendo, gradativamente, desconstruído. No que concerne às prolíficas oficinas lisboetas de Machado e Cerveira e Peres Fontanes – falecidos, respetivamente, em 1818 e 1828 – verifica-se um fenecimento de tal atividade mais ou menos coincidente com o referido decreto. Contudo, nos Açores e no Norte de Portugal a organaria dá provas de notável vigor durante a segunda metade desta centúria. Nesse contexto e relativamente à organaria portuguesa nortenha, é preciso reivindicar António José dos Santos, enquanto grande renovador da paisagem orgânica portuense e figura de proa da organaria em Portugal na segunda metade do século XIX.

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Publicado

31-05-2025

Como Citar

Brescia, M. (2025). António José dos Santos (c. 1808–1883). Renovador da paisagem orgânica do Porto e figura de proa da organaria portuguesa na segunda metade do século XIX. Diacrítica, 39(1), 4–26. https://doi.org/10.21814/diacritica.5634