O entreolhar do movimento imóvel: uma análise comparativa entre o cinema e a poética de António Reis
DOI:
https://doi.org/10.21814/diacritica.5846Palavras-chave:
António Reis, Cinema, PoesiaResumo
O presente ensaio buscar analisar, de forma comparativa, o cinema e a poética de António Reis, cineasta e poeta português. Embora se trate de duas manifestações artísticas distintas, considera-se que, em sua obra, elas dialogam em si. Para tanto, são analisados os filmes Jaime (1974), Trás-os-Montes (1976) e Ana (1984). No que se refere à sua produção poética, foi selecionado um corpus composto por oito poemas que integram o livro Poemas Quotidianos (2017), antologia que reúne os únicos cem poemas publicados pelo autor. A discussão estrutura-se, principalmente, em quatro eixos temáticos: as relações entre cinema e poesia, a imobilidade, a desconstrução do neorrealismo, a invisibilidade e a interioridade na representação feminina, considerando-se que tanto o cinema quanto a poesia de Reis integram uma poética única. Para o estudo da interação entre cinema e poesia, recorre-se às reflexões de João Batista de Brito (2006), Italo Calvino (1990) e Godoy Johnson (1982). Já para a análise da poética de Reis, são utilizados o ensaio de Eduardo Prado Coelho (1967), escrito como prefácio da primeira edição dos Poemas Quotidianos em 1967, e o prefácio de Fernando J. B. Martinho (2017) presente na edição lançada pela Tinta-da-China cinquenta anos depois.
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