ESTAREMOS NA ÉPOCA DA PÓS-JUSTIFICAÇÃO? O ARGUMENTO DE STOUT A FAVOR DO AUTO-CONHECIMENTO, DA JUSTIFICAÇÃO POLÍTICA E DA FILOSOFIA PÚBLICA
DOI:
https://doi.org/10.21814/eps.1.1.55Palavras-chave:
auto-conhecimento, justificação política, filosofia pública, discurso público, Jeffrey StoutResumo
Será que quem participa no discurso público tem de ter conhecimento das suas crenças, atitudes e razões, bem como dos processos de formação de crenças, de forma a ter crenças políticas justificadas? Neste artigo, testamos esta questão tendo como referência a abordagem de Jeffrey Stout (2004) ao discurso público e à filosofia pública. Depois de definirmos auto-conhecimento e justificação seguindo James Pryor (2004), aplicamos a perspectiva de Stout do discurso público e da filosofia pública como piedade democrática, narração honesta e racionalidade expressiva brandomiana. Em seguida, apresentamos a crítica naturalista de Brian Leiter (2016) à filosofia pública como “higiene discursiva” para determinar se a filosofia pública tal como a concebe Stout sobrevive ao desafio emotivista-tribalista daquele. Finalmente, concluímos que a crítica de Leiter é menos radical do que poderia parecer e requer a influência moderadora de uma filosofia pública como a de Stout. Afinal, o discurso público e a filosofia pública que Stout defende ilustram de forma poderosa uma conexão forte e necessária entre auto-conhecimento e justificação política. A pós-verdade não é pós-justificação.
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