A VIRTUDE DO COMPROMISSO

Autores

  • Yuval Eylon The Open University of Israel

DOI:

https://doi.org/10.21814/eps.2.1.100

Palavras-chave:

Karl Polanyi, Friedrich Hayek, pauperism, liberal creed, safety net

Resumo

O compromisso é a virtude dos agentes políticos. Esta imagem do político é comum e familiar: a política é o domínio onde os políticos razoáveis e capazes de chegar a compromissos resolvem problemas, e onde os políticos pouco razoáveis e não dispostos a chegar a compromissos são relegados para as margens. Assim, é sempre correcto e razoável chegar a bons compromissos. Neste artigo, argumento que, sob certas condições, é melhor e mais eficaz ter políticos que não fazem compromissos. Por exemplo, pensemos num partido político que a cada eleição se move mais para o centro do espectro político para maximizar as suas probabilidades de ganhar, mas perde as eleições e isto à custa do crescente distanciamento do centro político em relação às suas posições originais. Se o processo se repetir, então uma série de compromissos seria desastrosa, tanto quanto as considerações do auto-torturador são desastrosas. Assim, há algumas formas sistemáticas através das quais os compromissos de um político virtuoso não são (em última análise) virtuosos. Frequentemente, a virtude política é autodestrutiva, e é por isso uma maldição disfarçada.

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Publicado

2023-09-29

Como Citar

Eylon, Y. (2023). A VIRTUDE DO COMPROMISSO. Ética, Política & Sociedade, 2, 355–374. https://doi.org/10.21814/eps.2.1.100