A DESCIDA DAS MULHERES AO PODER DA DOMESTICIDADE: DE MARGARET CAVENDISH A LAURA INGALLS WILDER
DOI:
https://doi.org/10.21814/eps.4.1.190%20Palavras-chave:
Domesticidade, Republicanismo, Revolução Francesa, Culto da Domesticidade, História da FilosofiaResumo
É a virtude da domesticidade uma forma de as mulheres acederem ao poder cívico, ou é uma ‘encosta escorregadia’ que conduz à dependência e subserviência femininas? Neste artigo examino diversas respostas filosóficas à domesticidade e traço um percurso histórico desde Aristóteles ao Culto da Domesticidade do século XIX. Central para o Culto da Domesticidade foi a ideia de que o poder das mulheres era muito mais bem aproveitado em casa, mantendo todos os membros da família seguros, vivos e virtuosos. Esta é uma atitude que nos parece muito conservadora, mas quero defender a hipótese segundo a qual ela tem as suas raízes no pensamento republicano da França do século XVIII. Pretendo mostrar como o estatuto das mulheres antes das Revoluções Francesas não permitia sequer que elas exercessem o seu poder em casa, e como o advento dos ideais republicanos em França ofereceu às mulheres um poder que não é insignificante, apesar de não gozarem do direito de voto.
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