AntropoSines: Petrocultura, violência lenta e pensamento ecológico em Al Berto
DOI:
https://doi.org/10.21814/anthropocenica.4007Resumo
A abordagem crítica da obra de Al Berto tem posto em evidência a sua contribuição para a emergência de uma poesia urbana com uma consciência queer na literatura contemporânea portuguesa. Em diálogo com ambas as tradições críticas, este artigo explora as dimensões ambientalistas e ecológicas da produção de Al Berto. Centrando-se no que definirei como as ficções petroqueer de Al Berto e a relação do poeta com a a violência ambiental e as transformações sociais trazidas pela construção do complexo industrial de Sines, este artigo propõe uma aproximação da poesia de Al Berto à noção de ecologia negra de Timothy Morton e ao seu modelo de pensamento ecológico. Quando lida no contexto do antropoceno enquanto conceito liminar, a poesia de Al Berto sugere uma lógica de coexistência entre o humano e o não-humano que define o seu lugar pioneiro na literatura verde (e negra) portuguesa.
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