AntropoSines: Petrocultura, violência lenta e pensamento ecológico em Al Berto
DOI:
https://doi.org/10.21814/anthropocenica.4007Resumen
A abordagem crítica da obra de Al Berto tem posto em evidência a sua contribuição para a emergência de uma poesia urbana com uma consciência queer na literatura contemporânea portuguesa. Em diálogo com ambas as tradições críticas, este artigo explora as dimensões ambientalistas e ecológicas da produção de Al Berto. Centrando-se no que definirei como as ficções petroqueer de Al Berto e a relação do poeta com a a violência ambiental e as transformações sociais trazidas pela construção do complexo industrial de Sines, este artigo propõe uma aproximação da poesia de Al Berto à noção de ecologia negra de Timothy Morton e ao seu modelo de pensamento ecológico. Quando lida no contexto do antropoceno enquanto conceito liminar, a poesia de Al Berto sugere uma lógica de coexistência entre o humano e o não-humano que define o seu lugar pioneiro na literatura verde (e negra) portuguesa.
Descargas
Citas
Alaimo, S. (2010). Bodily Natures: Science, Environment, and the Material Self. Indiana UP.
Al Berto. (2012). Diários. Ed. Golgona Anghel. Assírio & Alvim.
Al Berto. (2005). O medo. Assírio & Alvim.
Anghel, G. (Org.) (2019). Al Berto: “O que vejo já não se pode cantar”. Não (Edições).
Butler, J. (2006). Precarious Life: The Powers of Mourning and Violence. Verso.
Chakrabarty, D. (2021). The Climate of History in a Planetary Age. Chicago UP.
Clark, T. (2016). Ecocriticism on the Edge: The Anthropocene as a Threshold Concept. London: Bloomsbury.
Fischer-Wirth, A. & Street, L. (2013). Editor’s Preface. In A. Fischer-Wirth & L. Street (Eds.), The Ecopoetry Anthology (pp. xxvii-xxxi). Trinity University Press.
Freud, S. (1989). The Ego and the Id. The Freud Reader (pp. 628-658). Peter Gay ed. W. W. Norton & Company.
Lugarinho, M. C. (2002). Al Berto, In Memoriam: The Luso Queer Principle. In: Susan Canty Quinlan & Fernando Arenas (Eds.), Lusosex: Gender and Sexuality in the Portuguese-Speaking World (pp. 276-299). Minnesota University Press.
Alves, C. F. (1996, dezembro 14). Maldições. Falatório. RTP.
Martelo, R. (2001). Corpo, velocidade e dissolução (de Herberto Helder a Al Berto). Cadernos de literatura comparada 3/4, pp. 43-58.
Mendes, M. do C. (2021). Environmental Crisis in José Saramago’s Fiction. Anthropocenica 2: pp. 135-141.
Mendes, V. (2016). “Féminisme sauvage” selvagem: Novas cartas portuguesas (1972) e a conceptualização do ecofeminismo (1974). Cadernos de literatura comparada 35, pp. 247-277.
Mendes, V. & Vieira, P. (Eds). (2019). Portuguese Literature and the Environment. Lexington Books.
Menely, T. & Taylor, J. (Eds.). (2017). Anthropocene Readings: Literary History in Geologic Times. Pennsylvania University Press.
Morton, T. (2016). Dark Ecology: For a Logic of Future Coexistance. Columbia University Press.
Morton, T. (2013). Hyperobjects. Philosophy and Ecology after the End of the World. Minnesota University Press.
Morton, T. (2010). The Ecological Thought. Harvard University Press.
Nixon, R. (2011). Slow Violence and the Environmentalism of the Poor. Harvard University Press.
Pacheco, F. (1999). Crónica da primeira greve ecológica em Portugal. Edição de Autor.
Sá, A. (2021). Livros que respiram: Pensamento ecológico e solidariedade nas literaturas em português. Imprensa da Universidade de Coimbra.
Sabine, M. (2013). The Art of Seeing Queerly. Al Berto: “Truque do pêssego”. In: Cláudia Pazos Alonso & Stephen Parkinson (Eds.), Reading Literature in Portuguese. Commentaries in Honour of Tom Earle (pp. 221-230). Routledge.
Sandilands, C. & Erickson, B. (Eds.). (2010). Queer Ecologies: Sex, Nature, Politics, Desire. Indiana University Press.
Seymour, N. (2013). Strange Natures: Futurity, Empathy, and the Queer Ecological Imagination. Illinois University Press.
Shannon, L., Nardizzi, V. Hiltner, K. Makdisi, S., Ziser, M. & Szeman, I. (2011). Editor’s Column. Literature in the Age of Wood, Tallow, Whale Oil, Gasoline, Atomic Power, and Other Energy Sources. PMLA 126(2), pp. 305-326.

