Marcadores discursivos interacionais: diferentes metodologias, diferentes resultados
DOI:
https://doi.org/10.21814/diacritica.4922Palavras-chave:
marcadores discursivos, sexo/gênero, metodologia de coleta de dadosResumo
Marcadores discursivos são itens linguísticos que funcionam nos domínios cognitivo, expressivo, social e textual e que emergem da interação falante/ouvinte e são provenientes de outras categorias gramaticais, por processo de gramaticalização, tais como formas verbais (entendeu? e sabe?), reduções frasais (né?), adjetivos (certo?). Apresentamos o resultado de uma investigação sobre o uso de marcadores discursivos interacionais na fala de jovens escolares da cidade de Aracaju, SE, Brasil, comparando os resultados obtidos com os de outras variedades do português brasileiro. Os resultados apontam para a recorrência de uso dessas estratégias interacionais na fala dos jovens aracajuanos direcionadas para contextos específicos: interações simétricas, para as mulheres, e assimétricas, para os homens, foram os contextos mais propícios para a ocorrência dos marcadores discursivos interacionais, revelando efeitos estilísticos. No entanto, ao comparar os resultados com outras variedades, nos deparamos com questões metodológicas diferenciadas que podem interferir nos resultados obtidos.
Referências
ARAUJO, A. S., Santos, K. C. & Freitag, R. M. K., (2014). Redes sociais, variação linguística e polidez: procedimentos de coleta de dados. In R. M. K. Freitag (Org.), Metodologia de coleta e manipulação de dados em sociolinguística (99-116). São Paulo: Blucher. DOI: https://doi.org/10.5151/BlucherOA-MCMDS-8cap
ARAUJO, A. S., & Freitag, R. M. K. (2015).A forma de futuro do pretérito no português do brasil e a função de polidez. Forma y Función, 28(1), 79-97. DOI: https://doi.org/10.15446/fyf.v28n1.51973
CASTILHO, A. T (1989). Para o estudo das unidades discursivas no português falado. In A. T. Castilho (Org.), Português Culto falado no Brasil (249-279). Campinas: Editora da Unicamp.
CARRASCOSSI, C. N. (2014). Usos discursivos e os postulados da gramaticalização: um estudo da expressão modalizadora pode ser. Revista de Estudos da Linguagem, 22(1), 207-236. DOI: https://doi.org/10.17851/2237-2083.22.1.207-236
FIGUEIREDO, G. (2015). Uma descrição sistêmico-funcional dos marcadores discursivos avaliativos em português brasileiro: a gramática das partículas modais. ALFA: Revista de Linguística, 59(2), 281-307. DOI: https://doi.org/10.1590/1981-5794-1504-3
FREITAG, R. M. K. (2001). O uso de Tá? e Certo? na fala de Santa Catarina. Working Papers em Linguística, 5(1), 25-41.
FREITAG, R. M. K. (2007). Marcadores discursivos não são vícios de linguagem! Interdisciplinar-Revista de Estudos em Língua e Literatura, 4(4), 22-43.
FREITAG, R. M. K. (2008). Marcadores discursivos interacionais na fala de Itabaiana/SE. Revista do GELNE, 10(1/2), 21-32.
FREITAG, R. M. K. (2009b). Estratégias gramaticalizadas de interação na fala e na escrita: marcadores discursivos revisitados. ReVEL, 7(13), 1-15.
FREITAG, R. M. K. (2009a). Problemas teórico-metodológicos para o estudo da variação linguística nos níveis gramaticais mais altos. Matraga, 16(24), 115-132.
FREITAG, R. M. K. (2013). Banco de dados falares sergipanos. Working Papers em Linguística, 14(2), 156-164. DOI: https://doi.org/10.5007/1984-8420.2013v14n2p156
FREITAG, R. M. K. (2015). (Re)discutindo Sexo/Gênero na Sociolinguística. In R. M. K. Freitag & C. G. Severo (Orgs.), Mulheres, Linguagem e Poder - Estudos de Gênero na Sociolinguística Brasileira (17-74). São Paulo: Blucher. DOI: https://doi.org/10.5151/9788580391213-0001
FREITAG, R. M. K. (2016a). Sociolinguística no/do Brasil. Cadernos de Estudos Lingüísticos, 58(3), 445-460. DOI: https://doi.org/10.20396/cel.v58i3.8647170
FREITAG, R. M. K. (2016b). Uso, crença e atitudes na variação na primeira pessoa do plural no Português Brasileiro. DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada, 32(4), 889-917. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-44506992907750337
FREITAG, R. M. K., & Snichelotto, C. A. R. (2015). Análises contrastivas: estabilidade, variedade ou metodologia?. Working Papers em Linguística, 16(1), 157-169. DOI: https://doi.org/10.5007/1984-8420.2015v16n1p157
FREITAG, R. M. K., Martins, M. A., & Tavares, M. A. (2012). Bancos de dados sociolin- guísticos do português brasileiro e os estudos de terceira onda: potencialidades e limitações. Alfa: Revista de Linguística, 56(3), 917-944. DOI: https://doi.org/10.1590/S1981-57942012000300009
FREITAG, R. M. K., Santana, C. C.,Andrade, T. R. C., & Sousa, V. S. (2016) Avaliação e variação linguística: estereótipos, marcadores e indicadores em uma comunidade escolar. In R. M. K. Freitag, C. G. Severo & E. M. Gorski (Orgs.), Sociolinguística e política linguística: olhares contemporâneos (139-159). São Paulo: Blucher. DOI: https://doi.org/10.5151/9788580391466-07
FREITAG, R. M. K. & Santos, K. C. (2016). Efeitos de polidez na variação na primeira pessoa do plural Veredas 20(1), 136-159
GUERRA, A. R. Funções textual-interativas dos marcadores discursivos. (2007). Dissertação de Mestrado, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas - Universidade Estadual Paulista, Brasil.
HOLMES, J. (1998). Complimenting: A positive politeness strategy. In J. Coates (Ed.), Language and gender: A reader (100-120). Oxford: Blackwell.
LAKOFF, R. (1973). Language and woman’s place. Language in society, 2(01), 45-79. DOI: https://doi.org/10.1017/S0047404500000051
LONGHIN-THOMAZI, S. R. (2006). Gramaticalização,(inter) subjetivização e modalidade Epistêmica: o caso de ‘assim'. Estudos lingüísticos, 35(1), 1772-1779.
LOPES-DAMÁSIO, L. R. (2016). Um enfoque no domínio da junção: a gramaticalização de mesmo assim. Estudos Linguísticos, 42(1), 385-400.
MARCUSCHI, L. A. (1989). Marcadores conversacionais do português brasileiro: formas, posições e funções. In A. T. Castilho (Org.), Português Culto falado no Brasil (281- 321). Campinas: Editora da Unicamp.
MARTELOTTA, M. E., Votre, S. J., & Cezario, M. M. (Orgs.) (1996). Gramaticalização no português do Brasil: uma abordagem funcional. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro.
MENDONÇA, J. J., & Freitag, R. M. K. (2016). Primeira pessoa do plural com referência genérica e a polidez linguística. Revista Soletras, (31), 39-57. DOI: https://doi.org/10.12957/soletras.2016.22491
OLIVEIRA E SIlVA, G. M., & Macedo, A. T. (1996). Análise sociolinguística de alguns marcadores conversacionais. In A.T. Macedo, C. Roncarati & M. C. Mollica (Orgs.), Variação e discurso. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
ROST-SNICHElOTTO, C. A., & Görski, E. M. (2011). (Inter) subjetivização de marcado- res discursivos de base verbal: instâncias de gramaticalização. ALFA: Revista de Linguística, 55(2), 423-455. DOI: https://doi.org/10.1590/S1981-57942011000200004
RISSO, M. S., Silva, G. D. O., & Urbano, H. (1996). Marcadores discursivos: traços definidores. In I. Koch (Org.), Gramática do português falado (vol. VI) (21-57) Campinas: Editora da Unicamp/FAPESP.
RISSO, M. S., Silva, G. D. O., & Urbano, H. (2006). Marcadores discursivos basicamente sequenciadores. In C. Jubran & I. Koch (Orgs.), Gramática do português culto falado no Brasil (427-496). Campinas: Editora da Unicamp.
SCHIFFRIN, D. (1994). Approaches to discourse. Cambridge: Cambridge University Press. ScHIffRIn, D. (2001). Discourse markers: Language, meaning, and context. In Tannen, D., Hamilton, H. E., & Schiffrin, D. (Eds.), The handbook of discourse analysis (54-75). Oxford: Blackwell. DOI: https://doi.org/10.1002/9780470753460.ch4
TAVARES, M. A. (2013). Sociofuncionalismo: um duplo olhar sobre a variação e a mudança linguística. Interdisciplinar: Revista de Estudos em Língua e Literatura, 17(17), 27-48.
TRAPP, K. (2014). Os marcadores discursivos sabe? e entende? na fala de informantes do município de Chapecó/SC. Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Fronteira do Sul, Santa Catarina, Brasil.
TRAUUOTT, E. C. (2001). Zeroing in on multifunctionality and style. In Eckert, P., & Rickford, J. R. (2001). Style and sociolinguistic variation (127-136). Cambridge: Cambridge University Press. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511613258.009
URBANO, H. (2006). Marcadores discursivos basicamente interacionais. In C. Jubran & I. Koch (Orgs.), Gramática do português culto falado no Brasil (497-527). Campinas: Editora da Unicamp.
VALLE, C. R. M. (2001). Sabe? ~ não tem? ~ entende?: itens de origem verbal em varia- ção como requisitos de apoio discursivo. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.
ZIMMERMAN, D. & West, C. (1975) Sex Roles, Interruptions and Silences in Conversation. Thorne, B., & Henley, N. (Eds), Language and sex: DiJerence and dominance (105-129). Massachusetts: Newbury House Publishers.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2023 Raquel Meister Ko. Freitag, Rosangela Barros da Silva, Flávia Regina de Santana Evangelista

Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.