Em busca da felicidade perdida: a astúcia e a arrogância no caminho da iluminação profana

Autores

  • Cláudio Guilarduci Universidade Federal de São João del-Rei

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.232

Palavras-chave:

A cruzada das crianças, Traço e Mancha, Arrogância e Astúcia

Resumo

O livro A cruzada das Crianças, lançado pela editora Pulo do Gato (2014), apresenta o poema homônimo de Bertolt Brecht (1948), acompanhado pelas ilustrações de Carme Solé Vendrell. A primeira publicação no Brasil do referido poema ocorreu em 1962 quando a editora Brasiliense lançou o álbum Cruzada de Crianças com gravuras de Gershon Knispel. O presente artigo elabora uma reflexão sobre os desenhos criados pelos dois artistas para apontar possíveis emoções e sentimentos vivenciados na história criada por Brecht. Para as discussões apresentadas partiu- -se do princípio de que o livro é um brinquedo que contém imagens e um universo de signos que pode narrar histórias. O caminho metodológico elaborado foi o da montagem por sobreposição tanto dos desenhos publicados em 2014 quanto daqueles publicados em 1962, a fim de revelar uma imagem dialética.

Referências

ADORNO, T.W., Benjamin, W. (2012). Correspondência, 1928-1940. São Paulo: Editora UNESP.

AGAMBEN, G. (2015). Notas sobre o gesto. In Iannini, G., Garcia, D., Freitas, R. (Orgs.). Artefilosofia: antologia de textos estéticos (pp.19-25). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

BALLAS, G. (2015). Artista revolucionário. In Knispel, G. Retrospectiva 1950-2015 (pp.113- 124). São Paulo: Maayanot.

BARTOSH, R. (2015). Percorrer o “outro caminho”. In Knispel, G. Retrospectiva 1950-2015

(pp. 21-40). São Paulo: Maayanot.

BENJAMIN, W. (2011). Destino e Caráter. In Benjamin, W., Escritos sobre mito e linguagem

(1915-1921), (34a ed.), (pp. 89-99). São Paulo: Duas Cidades.

BENJAMIN, W. (2012). O Narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In Benjamin, W., Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura (pp. 213-240). São Paulo: Brasiliense.

BENJAMIN, W. (2006). Passagens. Belo Horizonte: Editora da UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

BENJAMIN, W. (1999). Pintura e desenho. Sobre pintura ou sinal e mancha. In Molder, M. F. Matérias invisíveis (pp. 13-17). Lisboa: Relógio D’Água

BENJAMIN, W. (1987). Rua de mão única. São Paulo: Brasiliense.

BENJAMIN, W. (2013). Rua de mão única: Infância berlinense: 1900. Belo Horizonte: Autêntica.

BENJAMIN, W. (2006). Sobre a pintura, ou sinal e mancha. In Benjamin, W., A moder- nidade, (pp. 296-301). Lisboa: Assírio & Alvim.

BOLLE, W. (1996). As siglas em cores no Trabalho das Passagens, de Walter Benjamin. Estudos Avançados, 10 (27), 41-77. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40141996000200003

BRECHT, B. (1962). A cruzada de crianças. Ilustrações de Gershon Knispel. Trad. Péricles Eugênio da Silva Ramos. São Paulo: Brasiliense.

BRECHT, B. (2011). La cruzada de los niños / La croada dels nens. Ilustrações de Carme Solé Vendrell. Trad. M. Seco Reeg e J. Escala. Madrid: El Jinete Azul; Magenta.

BRECHT, B. (2014). A cruzada das crianças. Ilustrações de Carme Solé Vendrell. Trad.

Tercio Redondo. São Paulo: Pulo do Gato.

BRECHT, B. (1998). Teatro completo 1. São Paulo: Paz e Terra.

BUCK-MORSS, S. (2002). Dialética do olhar: Walter Benjamin e o projeto das Passagens. Belo Horizonte: Editora UFMG; Chapecó/SC: Editora Universitária Argos.

DÉLOYE, Y. (2015). A arrogância do político. In Haroche, C., Lopes, M. B., Déloye, Y. (Orgs.), Ensaios sobre a arrogância (pp. 1-8). Belo Horizonte: NEHCIT / EA UFMG. DÉTIENNE, M., VERNANT, J. P. (2008). Métis - As astúcias da inteligência. Trad. de Filomena Hirata. São Paulo: Odysseus Editora.

FOUCAULT, M. (2011). A coragem da verdade: o governo de si e dos outros II: curso no Collège de France (1983-1984). Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: WMF Martins Fontes.

GUILARDUCI, C., TALARICO, O. (2015). Producto estético pedagógico: uma (des) construção das percepções sensoriais. In Assunção, A. L., Tolentino, E. C., Bragança, M. G., Figueiredo, I. V. As letras da política (pp. 113-127). Rio de Janeiro: Mauad X.

KNISPEL, G. (2015 a). Retrospectiva 1950-2015. São Paulo: Maayanot.

KNISPEL, G. (2015 b). Encarando a barbárie. In KNISPEL, G. Retrospectiva 1950-2015 (pp. 53-92). São Paulo: Maayanot.

MOLDER, M. F. (1999). Notas de leitura sobre um texto de Walter Benjamin. In Molder, M. F. Matérias invisíveis (pp. 18-33). Lisboa: Relógio D’Água.

PESAVENTO, S. (2007). Sensibilidades: escrita e leitura da alma. In Pesavento, S., Langue, F. (Orgs.), Sensibilidades na história: memórias singulares e identidades sociais (pp. 9-21). Porto Alegre: Editora da UFRGS.

NUSSBAUM, M. C. (2008). Paisajes del pensamento: la inteligência de las emociones. Paidos: Barcelona.

SEIXAS, J. A. (2015). Formas da arrogância e história: citações contemporâneas. In Haroche, C., Lopes, M. B., Déloye, Y. (Orgs.), Ensaios sobre a arrogância (pp. 21-35). Belo Horizonte: NEHCIT / EA UFMG.

VIEIRA, J. G. (1962). A Exposição de Gershon Knispel. Nossa Voz (Unzer Stime), Semanário Israelita-Brasileiro, 957, 9-10.

Downloads

Publicado

03-10-2018

Como Citar

Guilarduci, C. (2018). Em busca da felicidade perdida: a astúcia e a arrogância no caminho da iluminação profana. Diacrítica, 31(2), 83–106. https://doi.org/10.21814/diacritica.232