Arte e pós-memória – Fragmentos, fantasmas, fantasias

Autores

  • Margarida Calafate Ribeiro

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.523

Palavras-chave:

Arte, Pós-memória, Colonialismo, Pós-colonialismo

Resumo

Neste artigo abordo a relação entre arte e pós-memória a partir das heranças coloniais ligadas à ditadura portuguesa, à guerra colonial em África e à descolonização expressas no trabalho de quatro mulheres artistas portuguesas: uma escritora, Isabela Figueiredo, com o Cadernos de Memórias Coloniais(2009), uma cineasta, Filipa César, e a performer Grada Kilomba, com Conakry(2013) e uma artista visual, Ana Vidigal, com Penélope(2000). Na minha leitura estes trabalhos constituem-se cartas ao pai/ pátria. O contexto histórico e o quadro teórico de análise é dado no início do artigo.

Referências

Appiah, K. A. (1992). In My Father's House: Africa in the Philosophy of Culture. London/New York: Methuen/Oxford University Press.

Assmann, A. (2008). Canon and Archive. In A. Erll & A. Nünning (Eds.), Cultural Memory Studies. An International and Interdisciplinary Handbook (pp. 97–107). Berlin: De Gruyter. DOI: https://doi.org/10.1515/9783110207262.2.97

Assmann, A. (2011). Espaços de Recordação – formas e transformações da memória cultural (Trad. Paulo Soethe). Campinas: Editoria Unicamp.

Blanchard, P., Bancel, N., & Lemaire, S. (2005). La Fracture coloniale. La société française au prisme de l’héritage colonial. Paris: La Découverte.

Bloch, M. (1995). Mémoire autobiographique et mémoire historique du passé éloigné. Enquête, 2, 59–76. https://doi.org/10.4000/enquete.309. DOI: https://doi.org/10.4000/enquete.309

Certeau, M. de (1982). A Escrita da história (Trad. Maria de Lourdes Menezes). Rio de Janeiro: Forense Universitária. César, F. (Dir.) (2013). Conakry. Texto e Performance de Grada Kilomba e Diana McCarty.

Di Castro, R. (2008). Testimoni del non-provato. Ricordare, pensare, immaginare la Shoah nella terza generazione. Roma: Carocci.

Figueiredo, I. (2009). Caderno de Memórias Coloniais. Coimbra: Angelus Novus.

Hirsch, M. (1997). Family Frames: Photography, Narrative, and Postmemory. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press.

Hirsch, M. (2008). The Generation of Postmemory. Poetics Today, 29 (1), 103–28. DOI: https://doi.org/10.1215/03335372-2007-019

Keightley, E., & Pickering, M. (2012). The Mnemonic Imagination: Remembering as Creative Practice. New York: Palgrave Macmillan. DOI: https://doi.org/10.1057/9781137271549

Kertész, I. (2001). Who Owns Auschwitz? (Trad. John MacKay), The Yale Journal of Criticism, 14 (1), 267–72. DOI: https://doi.org/10.1353/yale.2001.0010

Levi, P. (1997). O dever de memória (Trad. Esther Mucznik) Porto: Civilização.

Lourenço, E. (2014). O Colonialismo como o Nosso Impensado. Lisboa: Gradiva.

Marcus, G. (1997). The Dustbin of History. London: Picador.

Medeiros, P. de (2011). Spectral Postcoloniality: Lusophone Postcolonial Film and the Imaginary of the Nation”. In S. Ponzanesi & M. Waller (Eds.), Postcolonial Cinema Studies (pp. 129–142). London and New York: Routledge.

Medeiros, P. de (2014). Coffin Exchange. In S. Ponzanesi (Ed.), Gender, Globalization, and Violence: Postcolonial Conflict Zones (pp. 161–174). New York and London: Routledge.

Ossola, C. (2017). Fables d’Identité – Pour retrouver l´Europe (Trad. do italiano Pierre Musitelli). Paris: Presses Universitaires de France.

Ribeiro, A. M. (2010, julho 12). Ana Vidigal é pintora e nunca lhe passou pela cabeça ter filhos. Público. Consultado em https://www.publico.pt/2010/07/12/culturaipsilon/noticia/ana-vidigal-e-pintora-e-nunca-lhe-passou-pela-cabeca-ter-filhos-1446411. Ribeiro, A. S. (2019, novembro 23). Pós-memória e ressentimento. Memoirs newsletter, 76. Consultado em https://memoirs.ces.uc.pt/ficheiros/4_RESULTS_AND_IMPACT/ 4.3_NEWSLETTER/MEMOIRS_newsletter_76_ASR_pt.pdf. Ribeiro, A. S., & Ribeiro, M. C. (2018). A Past that Will Not Go Away. The Colonial War in Portuguese Postmemory. Lusotopie, 17 (2), 277–300. Ribeiro, M. C., & Ribeiro, A. S. (2013). Os Netos que Salazar não teve: Guerra Colonial e memória de segunda geração. Abril: Revista do Núcleo de Estudos de Literatura Portuguesa e Africana da UFF, 5 (11), 25–36. DOI: https://doi.org/10.22409/abriluff.v5i11.29660

Ribeiro, M. C. (2004). Uma história de regressos. Império, Guerra Colonial e pós-colonialismo. Porto: Afrontamento.

Ribeiro, M. C. (2007). África no Feminino – as mulheres portuguesas e a Guerra Colonial. Porto: Afrontamento. Sarlo, B. (2007). Tempo Passado. Cultura da memória e guinada subjetiva (Trad. Rosa Freire d’Aguiar). São Paulo/Belo Horizonte: Companhia das Letras/ Editora da UFMG.

Silva, A. M. (2016). Archives, memory and colonial resistance in the work of the Portuguese filmmakers Margarida Cardoso and Filipa César. Journal of Romance Studies, 16 (2), 96–111. DOI: https://doi.org/10.3828/jrs.2016.160206

Stora, B. (1999). Le Transfert d’une mémoire. De l’Algérie Française’ au racisme anti-arabe. Paris: La Découverte. Vecchi, R. (2018, maio 12). Argentina e as suas cicatrizes familiares. Memoirs newsletter, 2. Consultado em https://memoirs.ces.uc.pt/ficheiros/4_RESULTS_AND_IMPACT/ 4.3_NEWSLETTER/MEMOIRS_newsletter_02_RV_pt.pdf

Vidigal, A. (2010). Menina Limpa, Menina Suja. Exposição individual de celebração de 30 anos de carreira artística, Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna, 23 de julho a 23 de setembro 2010. Curadoria: Isabel Carlos.

Downloads

Publicado

30-07-2020

Como Citar

Ribeiro, M. C. (2020). Arte e pós-memória – Fragmentos, fantasmas, fantasias. Diacrítica, 34(2), 4–20. https://doi.org/10.21814/diacritica.523