A cartografia e a artografia como métodos vivos de investigação em arte e em educação artística

Autores

  • Leonardo Verde Charréu

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.298

Palavras-chave:

Métodos artísticos de investigação, Cartografia, Artografia, Investigação viva

Resumo

Pretende-se abordar dois métodos que têm vindo a ser utilizados por investigadores recentes na escrita das suas dissertações e teses, com particular destaque para as que têm sido implementadas (não sem resistências) em algumas instituições universitárias que têm ousado romper com os métodos tradicionais de investigação, não só em áreas como as artísticas, como também naquelas que pertencem ao que se convencionou chamar de humanidades. A dimensão performativa e assumidamente ‘artística’ destes trabalhos, afasta-se dos critérios avaliativos e respetivos parâmetros de análise correntemente utilizados na investigação qualitativa. Esta tem claras limitações para avaliar o artístico, e o que implicam de inefável e fenomenológico, sobretudo se nos posicionarmos a partir do lugar do investigador-artista consciente da própria natureza única e irrepetível do seu trabalho e da sua prática.

Referências

Alonso-Sanz, A. (2013). A favor de la investigación plural en educación artística. Integrando diferentes enfoques metodológicos.Arte, Individuo y Sociedad, 25(1), 111–120. DOI: https://doi.org/10.5209/rev_ARIS.2013.v25.n1.41167

Barone, T. & Eisner, E. (2006). Arts-based educational research. In J. Green, G. Camille&P. Belmore(Eds.),Handbook of complementary methods in educationalresearch(pp. 95–109). New Jersey: AERA.

Bourdieu, P. (2004). Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. S. Paulo: Editora UNESP.

Charréu, L. (2018). A pesquisa educacional baseada nas artes (PEBA): Os seus elementos de concepção segundo Elliot Eisner. Revista Portuguesa de Educação Artística, 8(1), 17–29.

Charréu, L. & Oliveira, M. O. (2015). A/r/tography in practice: reviewing three research projects at the Federal University of Santa Maria, Brazil. In AAVV,2nd Encounter on practices of research in arts education: some texts(pp. 63–75). Porto: I2ADS-NEA, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

Deleuze, G. & Guattari, F. (2011). Mil platôs.Vol.1. Rio de Janeiro: Ed.34.

Dias, B. (2009). Uma epistemologia de fronteiras: Minha tese de doutorado como um projeto a/r/tográfico. In AAVV,Anais 18. Anpap(pp. (3173–3187). Salvador: ANPAP.

Dias, B. (2013). A/r/tografia como metodologia e pedagogia em artes: uma introdução. InB.Dias & R. Irwin (Eds.),Pesquisa educacional baseada em arte: a/r/tografia(pp.6–12). Santa Maria: Edufsm,

Huss, E & Cwikel, J. (2005). Researching creations: Applying arts-based research to bedouin women’s drawings. International Journal of Qualitative Methods, 4(4), 44-62. DOI: https://doi.org/10.1177/160940690500400404

Irwin, R. (2008). A/r/tografia: uma mestiçagem metonímica. In A. M. Barbosa & L.Amaral(Eds.),Interterritorialidade: mídias, contextos e educação(pp. 87–104).São Paulo: SENAC.

Irwin, R. (2013). A/r/tografia: uma introdução. In B. Dias & R. Irwin (Eds.),Pesquisa educacional baseada em arte: a/r/tografia(pp. 13–23).SantaMaria: Edufsm.

Lima de Souza, S. & Francisco A. (2016). O método da cartografia em pesquisa qualitativa:estabelecendoprincípios, desenhandocaminhos.In A. P.Costa et al.(Eds.),Atas do Vº Congresso Ibero-americano em investigação qualitativa,Vol2:Investigação qualitativa na saúde(pp. 811–820). Porto: Edição Ludomedia.

Marín-Viadel, R. (2005).La “Investigación educativa basada en las artes visuales” o “Arteinvestigación educativa”. In R. Marín (Ed.), Investigación en educación artística(pp. 223–274). Granada: Editorial Universidad de Granada.

Oliveira, M. O. & Charréu, L. (2016). Contribuições da perspectiva metodológica investigação baseada nas artes e da a/r/tografia para as pesquisas em educação. Educação em Revista, 31(1), 365–382. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-4698140547

Popper, K. (1959). The logic of scientific discovery. New York: Basic Books. DOI: https://doi.org/10.1063/1.3060577

Popper, K. (1963). Conjectures and refutations. London: Routledge. DOI: https://doi.org/10.1063/1.3050617

Roldán, J. & Marín-Viadel, R. (2012). Metodologias artísticas de investigación en educación, Málaga: Ediciones Aljibe.

Rolnik, S. (1989).Cartografia sentimental. Transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Editora Estação Liberdade.

Romagnoli, R. C. (2009). A cartografia e a relação pesquisa vida. Psicologia & sociedade, 21(2), 166–173. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-71822009000200003

Rosa, A. (2015). Sobre mudarde paisagens, sobre mirar com outros olhos –narrativas a partir de deslocamentos territoriais(Tese de doutoramento-não publicada,Universidade Federal de Goiás).

Santos, B.de S. (2002). Um discurso sobre as ciências. Porto: Afrontamento.

Springgay, S. (2008). Body knowledge and curriculum. Pedagogies of touch in youth and visual culture. New York: Peter Lang Publishing.

Springgay, S.,Irwin, R. & Kind, S. (2005).A/r/tography as living Inquiry through art and text Qualitative Inquiry, 11(6), 807–912. DOI: https://doi.org/10.1177/1077800405280696

Downloads

Publicado

20-11-2019

Como Citar

Charréu, L. V. (2019). A cartografia e a artografia como métodos vivos de investigação em arte e em educação artística. Diacrítica, 33(1), 83–103. https://doi.org/10.21814/diacritica.298