A variação dos verbos existenciais 'haver' e 'ter' em situações de alto grau de monitoramento estilístico com dados do falar culto dos fortalezenses

Autores

  • Rakel Beserra de Macedo Viana
  • Aluíza Alves de Araújo

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.5123

Palavras-chave:

verbos existenciais, sociolinguística variacionista, falar culto, elocução formal, Fortaleza-CE

Resumo

Com base na perspectiva da Sociolinguística Variacionista, analisamos a atuação de fatores linguísticos e sociais sobre a variação dos verbos existenciais haver e ter em entrevistas do tipo Elocução Formal oriundas do banco de dados do Projeto Português Oral Culto de Fortaleza - PORCUFORT Fase I. Para tanto, coletamos dados da fala de 15 indivíduos, a fim de analisarmos, dentre 12 variáveis linguísticas e extralinguísticas, quais são relevantes para a variação em pauta. Os resultados da análise estatística revelaram que, de 523 dados, 192 dados são do verbo haver (29,1%) e 331 do verbo ter (50,2%). Os grupos de fatores relevantes para a análise foram, nessa ordem de importância: Concordância entre o verbo e o SN, Sexo, Faixa etária, Tempo e modo verbal e Presença de elementos à esquerda do verbo.

Referências

Araújo, A. (2000). A monotongação da norma culta de Fortaleza (Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza).

Araújo, A., Viana, R., & Pereira, M. (2018). O projeto Descrição do Português Oral Culto de Fortaleza-PORCUFORT: Das origens aos dias atuais. Web-Revista Sociodialeto, 8, 174–198.

Araújo, A., Viana, R., & Pereira, M. (2019). A variação dos verbos existenciais haver e ter em amostra do falar culto de Fortaleza-CE. Confluência, 1(56), 250–275. https://doi.org/10.18364/Rc.V1i56.260

Bagno, M. (2011). Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial.

Barbosa, J. (1822). Grammatica Philosophica da Lingua Portuguesa. (1.ª ed.). Lisboa: Typographia Academia das Sciencias.

Batista, P. (2012). Ter e haver existenciais na fala culta do Rio de Janeiro, Salvador e Porto Alegre: Do social ao linguístico. (Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro).

Bechara, E. (2009). Moderna gramática portuguesa (37.ª ed.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Berlinck, R., Duarte, M., & Oliveira, M. (2015). Predicação. In M. Kato & M. Nascimento (Eds.), Gramática do português culto falado no Brasil – A construção da sentença (Vol. 3, pp. 81–150). São Paulo: Contexto.

Bortoni-Ricardo, S. (2004). Educação em língua materna: A sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial.

Callou, D., & Avelar, J. (2000). Sobre ter e haver em construções existenciais: Variação e mudança no português do Brasil. Revista Gragoatá, 9, 85–100. Disponível em https://www.academia.edu/15828109/Sobre_TER_e_HAVER_em_constru%C3%A7%C3%B5es_existenciais_varia%C3%A7%C3%A3o_e_mudan%C3%A7a_no_Portugu%C3%AAs_do_Brasil

Calvet, L. (2002). Sociolinguistica:Uuma introdução critica. (M. Marciolino, Trad.). São Paulo: Parábola Editorial.

Cesário, M., & Votre, S. (2001). Sociolinguística. In M. E. Martelotta (Org.), Manual de linguística (pp. 141–155). São Paulo: Contexto.

Chambers, J., & Trudgill, P. (1980). Dialectology (2.ª ed.). New York: Cambridge University Press.

Cunha, C., & Cintra, L. (2010). Nova gramática do português contemporâneo (5.ª ed.). Rio de Janeiro: Lexikon.

Dutra, C. (2000). Ter e haver na norma culta de Salvador. (Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Bahia, Salvador).

Guy, G., & Zilles, A. (2007). Sociolinguística quantitativa: Instrumental de análise. São Paulo: Parábola Editorial.

Kato, M., & Nascimento, M. (2015). Apresentação. In M. Kato & M. Nascimento (Eds.), Gramática do português culto falado no Brasil – A construção da sentença (pp. 11–18). São Paulo: Contexto.

Labov, W. (1982). Building on empirical foundations. In W. Lehmann & Y. Malkiel (Eds.), Perspectives on historical linguistics (pp. 17–82). Amsterdam: John Benjamins Publishing Company.

Labov, W. (2008). Padrões sociolinguísticos (M. Bagno & M.Scherre, Trads.). São Paulo: Parábola.

Martins, L., & Callou, D. (2003). Mudança em tempo aparente e em tempo real: Construções ter/haver existenciais. In Anais do 5.º encontro do Círculo de Estudos Linguísticos do Sul ( pp. 820–825). Curitiba: Celsul.

Oliveira, C. (2014). A variação entre ter e haver em construções existenciais na fala e na escrita da variedade riopretense. (Dissertação de mestrado, Universidade Estadual Paulista, São Paulo)..

Oliveira, J. (2017). Variação dos verbos ter e haver em sentenças existenciais no Sertão Alagoano. (Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Alagoas, Maceió).

Perini, M. (2013). Gramática do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial.

Ribeiro, P., Soares, M., & Lacerda, P.. (2013). A realização da noção de existência no “Mineirês”: Um estudo da variação dos verbos ter, haver e existir. Signótica, 25(2), 535–561. https://doi.org/10.5216/sig.v25i2.19192 DOI: https://doi.org/10.5216/sig.v25i2.19192

Sankoff, D., Tagliamonte, S., & Smith, E. (2005). Goldvarb X: A variable rule application for Macintosh and Windows. University of Toronto. Consultado em http://individual.utoronto.ca/tagliamonte/goldvarb/gv_index.htm#ref

Scherre, M. (1993). Introdução ao pacote Varbrul para microcomputadores (Mimeo). Brasília: UnB.

Silva, R. (2001). Variação ter/haver na fala pessoense. (Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa).

Souza, F., Araújo, A., & Pereira, M.. (2020). Um estudo sociolinguístico acerca da variação nos verbos existenciais ter/haver/existir em amostra de linguagem falada em Fortaleza-CE. In A. Souza, C. Cardoso, M. Pereira & M. de Lima (Eds.), Linguística, literatura e educação: Teorias, práticas e ensino (pp. 32–48). João Pessoa: Ideia. DOI: https://doi.org/10.18364/rc.v1i56.260

Tagliamonte, S. (2006). Analysing sociolinguistic variation. Nova York: Cambridge University Press. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511801624

Tarallo, F. (1990). A pesquisa sociolinguística. São Paulo: Ática.

Travaglia, L. (2003). Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática. São Paulo: Cortez.

Viana, R. (2020). Tem mais existir que haver no falar dos fortalezenses: O papel dos fatores sociais na variação dos verbos existenciais. In A. Araújo, R. Viana, & M. L. de S. Pereira (Eds.), Fotografias sociolinguísticas do falar de Fortaleza-CE (2.ª ed., pp. 76–99). Ceará: Eduece.

Viana, R., & Araújo, A. (2019). Uma fotografia variacionista dos verbos existir e ter em dados do PORCUFORT. Entrepalavras, 9(2), 256–277. https://doi.org/10.22168/2237-6321-21456 DOI: https://doi.org/10.22168/2237-6321-21456

Viana, R., & Araújo, A. (2020). Os verbos haver e ter existenciais em dados de fala culta fortalezense – Uma análise variacionista. Diálogos Pertinentes, 16(1), 166–194. https://doi.org/10.26843/dp.v16i1.3601 DOI: https://doi.org/10.26843/dp.v16i1.3601

Vitório, E. (2012). Ter/Haver existenciais na fala alagoana: Variação estável ou mudança em progresso? (Tese de doutorado, Universidade Federal de Alagoas, Maceió). Consultado em http://www.repositorio.ufal.br/handle/riufal/2441

Vitório, E. (2013). As construções existenciais na fala e na escrita. Diadorim, 14, 53–76. https://doi.org/10.35520/diadorim.2013.v14n0a4058 DOI: https://doi.org/10.35520/diadorim.2013.v14n0a4058

Weinreich, U., Labov, W., & Herzog, M. (2008). Fundamentos empíricos para uma Teoria da Mudança Linguística (M. Bagno, Trad.). São Paulo: Parábola Editorial.

Downloads

Publicado

06-05-2021

Como Citar

Viana, R. B. de M., & de Araújo, A. A. (2021). A variação dos verbos existenciais ’haver’ e ’ter’ em situações de alto grau de monitoramento estilístico com dados do falar culto dos fortalezenses. Diacrítica, 35(1), 169–188. https://doi.org/10.21814/diacritica.5123