Português língua de acolhimento para migrantes senegaleses em Rio Grande, RS, Brasil

Autores

  • Lúcia Lovato Leiria Universidade Federal do Rio Grande (Brasil)
  • Luciana Pilatti Telles Universidade Federal do Rio Grande (Brasil)
  • Adriano Luz Ribeiro de Freitas Universidade Federal do Rio Grande (Brasil)

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.445

Palavras-chave:

Português língua de acolhimento, Extensão universitária, Migrantes senegalenses

Resumo

A imagem do Brasil como país de oportunidades atraiu imigrantes em busca de melhores condições de vida. Em Rio Grande, RS, é considerável o número de senegaleses nessa condição, criando-se a demanda para o ensino de português línguade acolhimento a imigrantes. Este artigo resulta de reflexões sobre um projeto de extensão desenvolvido para promover a integração desses sujeitos na cultura local pelo ensino/aprendizagem do português. Buscou-se também, no referido projeto, oferecer-lhes bases linguísticas para a interação em língua portuguesa; propiciar-lhes o contato com gêneros textuais típicos do mundo do trabalho; e promover competências de compreensão de textos relacionados ao ambiente de trabalho e ao dia a dia. Adotaram-se os fundamentos da Sociolinguística Interacional (Gumperz 1982) e da Antropologia Cultural (Matta 2001). Do ponto de vista pedagógico, selecionou-se a Abordagem Baseada em Tarefas (Janowska 2014; Willis 1996), visando a atender necessidades específicas do grupo. No geral, os aprendizes demonstraram facilidades de aquisição do vocabulário e algumas dificuldades nos níveis fonético e fonológico, como a distinção entre /z/ e /ʒ/; /s/ e /ʃ/; /l/ e /ʎ/. Quanto ao impactos ocial, essa ação contribuiu para o ingresso de alguns alunos no mercado de trabalho formal.

Referências

Amado, R. S. (2011). Português como segunda língua para comunidades de trabalhadores transplantados. Revista da SIPLE, 2(1), pp. 0-0. Available at: http://www.siple.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=173:portugues-como-segunda-lingua-para-comunidades-de-trabalhadores-transplantados&catid=57:edicao2&Itemid=92. Accessed on April 28, 2014.

Andrighetti, G. H. (2012). Reflexão sobre o ensino de português para falantes de outras línguas através da pedagogia de projetos. In J. Schoffen et al. (Eds.), Português como língua adicional: reflexões para a prática docente (pp. 71-90). Porto Alegre, Brazil: Bem Brasil.

Bezerra, I. C. R. M. (2003). Aquisição de segunda língua de uma perspectiva linguística a uma perspectiva social. Soletras, 5(6), 31-53.

Capilla, M. C. C. (2010). O efeito da língua materna na aquisição de línguas próximas. Revista Intercâmbio dos Congressos de Humanidades XII, 3(1), 1-12. Available at: https://www.academia.edu/1575732/O_EFEITO_DA_L%C3%8DNGUA_MATERNA_NA_AQUISI%C3%87%C3%83O_DE_L%C3%8DNGUAS_PR%C3%93XIMAS. Accessed on February 10, 2018.

Clements, N. & Hume, E. (1995). The internal organization of speech sounds. In J. Goldsmith (Ed.), Handbook of phonological theory (pp. 245-306). Oxford, England: Blackwell.

Contreras, M. (1998). As armadilhas que podem ser oferecidas pela proximidade dos idiomas - A interlíngua oferecida como insumo nas aulas de Língua Espanhola como LE (Dissertação de mestrado, Universidade Católica de Pelotas).

Feitosa, J., Marra, J., Fasson, K., Moreira, N., Pereira, R. & Amaro, T. (2015). Pode Entrar. Available at: http://www.acnur.org/portugues/wp-content/uploads/2018/02/Pode_Entrar_ACNUR-2015.pdf. Accessed on September 12, 2018.

Grenoble, L. A., Martinović, M. & Baglini, R. (2015). Verbal gestures in Wolof. In R. Kramer, E. C. Zsiga, & U. T. Boyer (Eds.), Selected Proceedings of the 44th Annual Conference on African Linguistics (pp. 110-121). Somerville, United States: Cascadilla Press.

Grosso, M. J. R. (2010). Língua de acolhimento, língua de integração. Horizontes de Linguística Aplicada, 9(2), 61-77. DOI: https://doi.org/10.26512/rhla.v9i2.886

Gumperz, J. J. (1982). Language and social identity. Cambridge, England: Cambridge University Press.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2012). Censo demográfico 2010. Características gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Available at: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/rio-grande/panorama. Accessed on September 12, 2018.

Janowska, I. (2014). Tarefa: Um conceito-chave da perspectiva acional. (Trans.) E. Nadalin & J. C. Moreira. Revista X, 0.214(2). Dossiê Especial – Didática sem Fronteiras. DOI: https://doi.org/10.5380/rvx.v2i0.2014.40330

Jardim, D. F. (2007). Cartografias da imigração: Interculturalidade e políticas públicas. Porto Alegre, Brazil: Editora da UFRGS.

Jornal da Cidade Online (2017). Senegaleses têm seus produtos apreendidos, são agredidos e presos por fiscais e PMs em Passo Fundo/RS. Available at: https://www.youtube.com/watch?v=wPWN7NVpNYY. Accessed on September 13, 2018.

Jornal Futura (2015). Senegaleses e haitianos encontram dificuldades no Brasil.

Ka, O. (1989). Wolof syllable structure: Evidence from a secret code. Eastern States Conference on Linguistics (ESCOL’88), 5(1), 261–274.

Lima, E. O. O. F., Rohrmann, L., Ishihara, T., Iunes, S. A. & Bergweiler, C. G. (2010). Novo Avenida Brasil 1: Curso básico de português para estrangeiros. São Paulo, Brazil: EPU.

Maia, V. S. (2012). "Tu vai para onde?... Você vai para onde?": manifestações da segunda pessoa na fala carioca (Master's thesis, UFRJ/FL).

Marin, S. (2010). Wolof consonant alternation: The case of continuancy. Working Papers of the Linguistics Circle, 20(1), 89-98.

Matta, R. (2001). O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro, Brazil: Rocco.

Ngom, F. (2010). Ajami scripts in the Senegalese speech community. Journal of Arabic and Islamic Studies, 10(1), 1-23. Available at: https://www.journals.uio.no/index.php/JAIS/article/view/4599/4043. Accessed on June 20, 2018. DOI: https://doi.org/10.5617/jais.4599

Reinoldes, M., Mandalá, P. & Amado, R. (2017). Portas Abertas: português para imigrantes. São Paulo, Brazil: USP.

Schoffen, J., Kunrath, S., Andrighetti, G., Santos, L. (2012). Português como língua adicional: reflexões para a prática docente. Porto Alegre, Brazil: Bem Brasil.

Willis, J. (1996). A flexible framework for task-based learning. In J. Willis & D. Willis (Eds.), Challenge and change in language teaching. Oxford, England: Macmillan Heinemann. Available at: <https://www.academia.edu/30503745/A_flexible_framework_for_task-based_learning_An_overview_of_a_task-based_framework_for_language_teaching>. Acedido em: 16 mar. 2018.

Downloads

Publicado

03-07-2019

Como Citar

Leiria, L. L., Telles, L. P. ., & de Freitas, A. L. R. (2019). Português língua de acolhimento para migrantes senegaleses em Rio Grande, RS, Brasil. Diacrítica, 32(2), 345–363. https://doi.org/10.21814/diacritica.445