O arquétipo da mãe na ficção de Teresa Veiga: o caso de “As Parcas”
DOI:
https://doi.org/10.21814/diacritica.6260Palavras-chave:
Teresa Veiga, Ficção portuguesa contemporânea, Maternidade, ArquétiposResumo
. O arquétipo da mãe, detetado em vários mitos de origem não apenas indo-europeia, é uma constante na literatura de todos os tempos. A questão da maternidade é também uma das matrizes do imaginário de Teresa Veiga, cuja presença pode ser rastreada desde a primeira coletânea de contos até ao último livro. Ao mesmo tempo, é pertinente observar que não se trata de uma imagem fixa na obra veiguiana, mas, pelo contrário, de uma constelação de imagens rica em variedade e matizes axiológicos (p. ex. tópicos da mãe ausente / rival / alienada / suicidária / imaginária / protetora etc.). Neste contexto, é precisamente a figura da mãe (hiper)protetora, relevante no conto “As Parcas” (Uma aventura secreta do marquês de Bradomín, 2008/2015), que constitui o foco da presente análise. No centro da atenção encontra-se a relação problemática entre mãe e filha, ensombrada pelo simbolismo das Parcas. A análise deste duplo relacionamento baseia-se nas estruturas arquetípicas desenvolvidas por Carl Gustav Jung, aqui se revelando tanto a vertente simbólico-mitológica, como a sua subversão fantasmática.
Referências
Argullol, R. (2019). Goya y las Pinturas negras. Cuadernos Canela, 30, 5–11. https://www.cuadernoscanela.org/index.php/cuadernos/article/view/175/88
Berger, P. (2012). Blancanieves [Filme]. Arcadia Motion Pictures.
Cumming, L. (2016). The vanishing man: in pursuit of Velazquez. Chatto & Windus.
Cusk, R. (2002). A lifeʼs work: on becoming a mother. Picador.
Dacosta, L. (1955). Província: contos. Minerva.
Fonseca, B. (1997). Rio turvo. Relógio dʼÁgua.
Gilman, C. P. (1973). The yellow wallpaper. Faculty Press.
Grovier, K. (2020). Velázquezʼs Las meninas: A detail that decodes a masterpiece. BBC. https://www.bbc.com/culture/article/20201015-velzquezs-las-meninas-a-detail-that-decodes-a-masterpiece
Heti, S. (2018). Motherhood. Henry Holt and Company.
Horta, M. T. (1999). A mãe na literatura portuguesa. Círculo de leitores.
Horta, M. T. (2014). Meninas: contos. Dom Quixote.
Jackson, S. (2010). Novels and stories. Library of America.
Jorge, L. (2008). Praça de Londres: cinco contos situados. Dom Quixote.
Joshi, S. T. (2014). Unutterable horror. A history of supernatural fiction. Hippocampus Press.
Jung, C. G. (2009). Výbor z díla VIII. Hrdina a archetyp matky (Symboly a proměny) (Patočka & Plocek, Trans.). Nakladatelství Tomáše Janečka.
Jung, C. G. (2018). Výbor z díla II. Archetypy a nevědomí (Bosáková, Černá & Černý, Trans.). Nadační fond Holar.
Laforet, C. (1983). Nada. Círculo de Lectores.
Lisboa, I. (1994). Voltar atrás para quê?. Editorial Presença.
Lorca, F. G. (1945). La casa de Bernarda Alba: drama de mujeres en los pueblos de España. Losada.
Martins, S. (2020). Teresa Veiga: o poder da consciência. Metamorfoses, 17(1), 149–166. https://revistas.ufrj.br/index.php/metamorfoses/article/view/37421
Monteiro, J. C. (2000). Branca de Neve [Filme]. Paulo Branco.
Rákociová, Z. (2024). Nascimento de uma tradição: a intertextualidade na novela “A minha vida com Bela” de Teresa Veiga. In S. Martins & S. Špánková (Coords.). Teresa Veiga: luz e mistério na ficção portuguesa contemporânea. Tinta-da-China.
Rich, A. (1995). Of woman born. Motherhood as experience and institution. W. W. Norton & Comp.
Rich, A. (1986). Of woman born. Motherhood as experience and institution. W. W. Norton & Comp.
Riedel, I. (2011). Když se matky a dcery navzájem hledají. Démétřin zármutek a Persefonin návrat – živoucí mýtus (M. Konečná, Trans.). Emitos.
Shelley, M. (1994). Frankenstein; or, The modern Prometheus. Penguin Books.
Smith, A. (2009). Children of the night: Shirley Jacksonʼs domestic female gothic. In D. Wallace & A. Smith (Eds.), Female gothic: new directions. Palgrave Macmillan.
Soares, M. P. (2024). O leitor ingênuo e as falsas narrativas policiais de Teresa Veiga. In S. Martins & S. Špánková (Coords.), Teresa Veiga: luz e mistério na ficção portuguesa contemporânea. Tinta-da-China.
Sousa, M. G. (2024). A sumptuosa escrita de Teresa Veiga. In S. Martins & S. Špánková (Coords.), Teresa Veiga: luz e mistério na ficção portuguesa contemporânea. Tinta-da-China.
Špánková, S. (2021). O poder das parcas em Branquinho da Fonseca e Teresa Veiga. In T. M. Marques & R. M. Fina (Eds.), Os dias da peste. Centenário do PEN International 1921–2021. Gradiva Publicações, S.A.
Špánková, S. (2024). Assombrações: o gótico subversivo em Teresa Veiga. In S. Martins & S. Špánková (Coords.), Teresa Veiga: luz e mistério na ficção portuguesa contemporânea. Tinta-da-China.
Válová, K. (2022). Kitty – o cisne silencioso no conto “A morte do cisne” de Teresa Veiga. Studia Iberystyczne, 21, 69–80. https://doi.org/10.12797/SI.21.2022.21.03
Veiga, T. (1981). Jacobo e outras histórias. Círculo de Leitores.
Veiga, T. (1999). A paz doméstica: romance. Edições Cotovia.
Veiga, T. (2003). As enganadas: contos. Edições Cotovia.
Veiga, T. (2008). Uma aventura secreta do marquês de Bradomín. Cotovia.
Veiga, T. (2015). Uma aventura secreta do marquês de Bradomín. Tinta-da-China.
Veiga, T. (2015). Gente melancolicamente louca. Tinta-da-China.
Veiga, T. (2017). O último amante. Tinta-da-China.
Veiga, T. (2020). Cidade infecta. Tinta-da-China.
Veiga, T. (2021). O senhor dʼAlém. Tinta-da-China.
Veiga, T. (2024). Vermelho delicado. Tinta-da-China.
Vieira, J. (2024). Ceci nʼest pas une écrivaine. A história da bela fria como criação da existência de uma Teresa Veiga. In S. Martins & S. Špánková (Coords.), Teresa Veiga: luz e mistério na ficcão portuguesa contemporânea. Tinta-da China.
Wallace, D. (2016). Female gothic. In W. Hughes, D. Punter & A. Smith (Eds.), Encyclopedia of the gothic. Wiley Blackwell.
Wallace D., & Smith, S. (Eds.). (2009). Female gothic: new directions. Palgrave Macmillan.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 Silvie Špánková

Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.






