Intermidialidade e representações imagéticas em Os miseráveis de Takahiro Arai
DOI:
https://doi.org/10.21814/2i.3760Palavras-chave:
Os miseráveis; mangá; intermidialidade; transmidiação; representação.Resumo
As diversas adaptações do clássico Os miseráveis, de Victor Hugo, romance de reconhecida atualidade por sua narrativa sobre injustiça social, ignorância e miséria, ajudam a disseminar essa obra para um público bastante amplo. O romance não alcança apenas o mundo ocidental e dá mostras de que, no Oriente, narrativas pungentes como a de Hugo tocam diferentes públicos. Através de um processo de transmidiação, Takahiro Arai recria de modo emblemático, em linguagem mangá, a narrativa de Hugo. Este artigo analisa o novo produto midiático mangá para compreender como uma leitura a partir da cultura oriental ressignifica a narrativa de Hugo. A partir do conceito de transmidiação, Elleström (2017/2021) sugere que a representação reelabora o sentido da nova mídia a partir de seus referenciais imagéticos e simbólicos. O romance de Hugo se mostra plural e heterogêneo quando é reconfigurado em outro produto midiático. Pela pena de Arai, a história de um povo miserável do Ocidente é reinventada no contexto oriental, relançando o diálogo entre culturas.
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