Práticas parentais exercidas na infância de autores de agressão sexual

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21814/childstudies.4533

Palavras-chave:

práticas parentais, infância, autores de agressão sexual

Resumo

Este estudo objetivou identificar práticas parentais positivas e negativas exercidas  na infância a partir do relato de autores de agressão sexual. Para tanto, utilizou-se um banco de dados que compreende 20 entrevistas realizadas com esses sujeitos. Feito a leitura exploratória do conteúdo textual, organização do banco de dados em um sistema de categorias e avaliação por juízas. A partir do valor Kappa, foram encontradas evidências da presença de pelo menos três categorias nos relatos dos entrevistados, duas negativas e uma positiva.  A monitoria positiva foi associada a momentos escolares e de lazer, que realçam a preocupação dos pais para com a educação dos filhos e seu bem estar, no entanto, foram relatadas o uso de punições físicas e psicológicas no processo de orientação e supervisão. A negligência esteve presente no relato de autores de agressão sexual pesquisados, associando tal prática à experiência de terem sido deixados sozinhos em casa.

Referências

Alexandre, N. M. C. & Coluci, M. Z. O. (2011). Content validity in the processes of construção e adaptação de instrumentos de medidas. Ciência & Saúde Coletiva. 16(7), 3061-3068. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006.

Araújo, R. V. (2019). The child and adolescent in conflict with the law and its microsystem familiar. Cadernos Zygmunt Bauman, 9(21). https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/bauman/article/view/11794

Batista, E. C.; Oliveira, B. A. & Pires. S. L. (2010). A influência da família na aquisição de modelos agressivos pelas crianças. Revista FAROL. 4(12), 09-25.

Baumrind, D. (1966) Effects of Authoritative Parental Control on Child Behavior, Child Development, 37(4), 887-90.

Benetti, S. P. C.; Pizetta, A.; Schwartz, C. B.; Hass, R. A. & Melo, V. L. (2010).Environment de saúde mental na adolescência: características familiares, eventos traumáticos e violência. Psycho-USF, v. 15, n. 3, p. 321-332. https://doi.org/10.1590/S1413-82712010000300006.

Cid, M. F. B.; Matsukura, T. S. & Cia, F. (2015). Relações entre a saúde mental de estudantes do ensino fundamental e as práticas e estilos parentais. O Mundo da Saúde, 39(4), 504-513. DOI: 10.15343/0104-7809.20153904504513.

Costa, L. P.; Cavalcante, L. I. C. & Reis, D. C. (2018). Authors of sexual assault in] contextos intra e extra familiar: revisão da literatura. Mudanças – Psicologia da Saúde, 26 (2) 61-69. DOI: https://doi.org/10.15603/2176-1019/mud.v26n2p61-69.

Fernandes, N.C. (2018). Racismo na infância: Impactos psicológicos. VII Congress Internacional de Psicologia da UEM. Anais. Teatro Calil Haddad/Campus UEM, Maringá - PR.

Gomide, P. I. C. (2014). Inventário de práticas parentais: Modelo teórico - Manual de aplicação, apuração e interpretação. Editora Vozes.

Habigzang, L.F.; Koller, S.H.; Azevedo, G.A. & Machado, P.X. (2005). Abuso sexual e dinâmica familiar: Aspectos observados em processos jurídicos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 21 (3), pp. 341-348. DOI:10.1590/S0102-37722005000300011

Landi, C. A. (2019). Violência sexual contra adolescentes e adultos jovens e estilos parentais [Master's Thesis, Federal University of São Paulo].

Lawrenz, P.; Zeni, L. C.; JuryArnoud, T. C.; NicheleFoschiera, L. & Habigzang, L. F. (2020). Estilos, práticas ou habilidades parentais: Como diferenciá-los?. Revista Brasileira de Cognitive Therapies, 16(1), 2-9. http://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20200002.

Lei nº3.010, de 26 de junho de 2014. Altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para estabelecer o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante, e altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Lopes, R. F. & Gouveia-Pereira, M. (2017). Efeitos individuais e familiares em crimes: Abuso sexual, violência conjugal e homicídio. Análise Psicológica, 35(3), 323-338. http://publicacoes.ispa.pt/index.php/ap/article/view/1181

Marafiga, C. V. & Falcke, D. (2020). Perfil sociodemográfico, judicial e experiências na família de origem de homens que cumprem pena por estupro de vulneravel. Aletheia, 53(2), 90-105. DOI: 10.29327/226091.53.2-7

Mata, N. T. (2019). Negligência na Infância: Uma Reflexão sobre a (Des)proteção de Crianças e Famílias. O Social em Questão, 45. SSN: 2238-9091 (Online)

Matos, D. A. S. (2014). Reliability and agreement between judges: Applications in the area Educational Est. Aval. Educ, 25(59), 298-324. https://doi.org/10.18222/eae255920142750

Motta, D. C.; Falcone, E. M. O.; Clark, C. & Manhães, A. C. (2006). Práticas Educativas positivas favorecem o desenvolvimento da empatia em crianças. Psicologia em Estudo, 11(3), 523-532. https://doi.org/10.1590/S1413-73722006000300008.

Olsen, N. & Geronasso, M. C. H. (2022). Estilos parentais e crianças com problemas de comportamento externalizante na escola. Revista Psicologia em Foco, 14(20), 160-172. http://revistas.fw.uri.br/index.php/psicologiaemfoco/article/view/3402.

Paludo, S. S. & Shiró, E. D. B. (2012). Um estudo sobre fatores de riso e proteção associados à violência sexual cometida contra adolescentes e jovens adultos. Estudos de Psicologia, 17(3), 397-404. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2012000300007.

Pires, M. F. D. N.; Roazzi, A.; Nascimento, A. M.; Souza, B. C. & Mascarenhas, S. A. N. (2018). A influência das práticas parentais no desenvolvimento da criança: Uma revisão de literatura. Revista AMAzônica, 12(2), 283-309. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6804342>

Prust, L. W.; Gomide, P. I. C. (2007) Relationship between Moral Behavior of Parents and filhos adolescentes. Estudos de Psicologia, 24(1), 53-60. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2007000100006.

Rodrigues, F. D. & Mendes, D. L. (2019) Parental styles and implications in desenvolvimento afetivo entre pais e filhos adolescentes. Perspectiva: Ciência e Saúde,4 (2), 69-100. http://sys.facos.edu.br/ojs/index.php/perspectiva/article/view/428.

Rodrigues, O. M. P. R.; Nogueira, S. C. & Altafim, E.R. P. (2013). Práticas Parentais Maternas e a Influência de Variáveis Familiares e do Bebê. Pensando Famílias, 17(2), 71-83. http://hdl.handle.net/11449/133833

Reis, D. C. & Cavalcante, L. I. C. (2018). Autor de agressão sexual de criança/adolescente: uma caracterização da produção sobre o tema.Ciências & Cognição, 23(2) 263-276. ISSN 18065821. http://www.cienciasecognicao.org/revista&gt.

Salvo, C. G.; Silvares, E. F. M. & Toni, P. M. (2005). Práticas educativas como forma de predição de problemas de comportamento e competência social. Estudos de Psychology, 22(2), 187-195. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2005000200008.

Sampaio, I. T. A. & Vieira, M. L. (2010). A influência do gênero e ordem de nascimento sobre práticas educativas parentais. Psychology: Reflection and Criticism, 23 (2), 198-207. https://doi.org/10.1590/S0102-79722010000200002.

Sanfelice, M. M. & De Antoni, C. (2010). A percepção do abusador sexual sobre a (sua) Sexualidade. Interamerican Journal of Psychology, 44 (1), pp. 131-139. https://www.ingentaconnect.com/content/doaj/00349690/2010/00000044/00000001/art00014

Sarmento, RS & D’Affonseca, SM (2022). Opinião dos pais sobre práticas educativas parentais. Psicologia Argumento, 40(108). https://doi.org/10.7213/psicolargum40.108.AO08.

Silva, A. H. & Fossá, M. I. T. (2015) Análise de conteúdo: Exemplo de aplicação da técnica para análise de dados qualitativos. Qualit@s Revista Eletrônica, 17(1). ISSN 1677 4280 https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006848.

Silva, E. C. & Valore, L. A. (2019). Educação e transformação social: produção de sentidos nos discursos de egressos de um programa social da iniciativa privada. Psicologia em Revista, 25(1), 176-197. https://doi.org/10.5752/P.1678-9563.2019v25n1p176-198.

Silva, MC (2018). O impacto do racismo na saúde mental das vítimas. Portal dos Psychologists, ISSN 1646-6977 https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1229.pdf

Silva, R. de S. E, & Paes, A. T. (2012). Teste de concordância Kappa. Educação Continuada em Saúde Einstein, 10(4), 165-166. http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/2715-165-166.pdf&gt.

Toni, C. G. S. & Hecaveí, V. A. (2014). Relações entre práticas educativas parentais e rendimento acadêmico em crianças. PsicoUSF, 19(3), 511-520. https://doi.org/10.1590/1413-82712014019003013

Toni, C. G. S. & Silvares, E. F. M. (2013). Práticas educativas parentais e comportamentos de saúde e risco na adolescência: Um modelo preditivo. Psicol. Argum, 31(74), 457-471. DOI: 10.7213/psicol.argum.31,074.AO01

Zilki, A.; Aguiar, L. L.; Perissinotto, R. & Resende, A. C. (2020). Autores de violência sexual e o teste de Rorschach: Revisão de literatura. Psych. Rev. Sao Paulo, 29(1), 176-200. https://doi.org/10.23925/2594-3871.2020v29i1p176-200.

Downloads

Publicado

30-04-2023

Como Citar

Baldez Diniz, D. B. D., Lília Iêda Chaves Cavalcante, & Daniela Castro dos Reis. (2023). Práticas parentais exercidas na infância de autores de agressão sexual. Child Studies, (2), 37–54. https://doi.org/10.21814/childstudies.4533

Edição

Secção

Artigos