A retextualização hipertextual em material didático digital para a educação àdistância

Autores

  • Débora Liberato Arruda Hissa
  • Nukácia Meyre Silva Araújo

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.260

Palavras-chave:

Retextualização hipertextual, Produção de Material Didático Digital, Educação a Distância

Resumo

Este artigo tem como propósito descrever o processo de retextualização hipertextual por meio do qual o material didático digital(MDD)passa antes de ser postado em um Ambiente Virtual de Aprendizagem(AVA)para os cursos de Educação a Distância(EaD). O corpus de pesquisa é constituído de todas as versões escritas de 25 web aulas produzidas por uma equipe multidisciplinar do curso de Licenciatura em Educação Profissional, Científica e Tecnológica (EPCT). Nomeamos o processo de retextualização hipertextual como uma atividade textual de adaptação e regularização do gênero web aula, produzido tradicionalmente no meio impresso, para o novo suporte textual (o Moodle). Em nosso estudo, vimos que a retextualização hipertextual acontece pelo acréscimo de recursos visuais, auditivos e hipertextuais; pela substituição de textos escritos por textos orais e/ou visuais; e pela reordenação estrutural dos fatores de contextualização típicos de textos didáticos. Ao final do artigo, concluímos que há uma estreita relação entre a retextualização hipertextual em MDDe a transposição didática multimodal, já que, em ambas as atividades, há um movimento de adaptações discursivas e de reelaboração da linguagem em função da esfera enunciativa do Ambiente Virtual de Aprendizagem na qual o gênero é veiculado.

Referências

Araújo, N. M. S. & Hissa, D. L. A. (2014). Processo de escrita de uma webaula: proposta de classificação das etapas da produção textual. Revista Linguagem & Ensino, 17 (3), 857–877.

Araújo, N. M. S. & Hissa, D. L. A. (2016). A webaula à luz da escrita colaborativa: reflexões sobre uma produção didático-digital. Revista Intersecções, 18 (1), 187–202.

Benfica, M. F. M. B. (2012). A noção de gênero e a retextualização: implicações pedagógicas. In R. L. P Dell’Isola (Org.), Gêneros textuais: o que há por trás do espelho? Belo Horizonte: FALE/UFMG. Dell’Isola, R. (2007). Retextualização de gêneros escritos. Rio de Janeiro: Lucerna. Hissa, D. L. A. (2017). A webaula à luz da escrita colaborativa: análise de uma produção didático-digital (Tese de doutoramento, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, Brasil). Marcuschi, L. A. (2007). Da fala para a escrita: atividade de retextualização. (7ª ed.) São Paulo: Cortez.

Matencio, M. L. M. (2002). Atividades de (re)textualização em práticas acadêmicas: um estudo do resumo. Scripta, 11, 109–122.

Matencio, M. L. M. (2003). Referenciação e retextualização de textos acadêmicos: um estudo do resumo e da resenha. Anais do III Congresso Internacional da Abralin. <http://www.ich.pucminas.br/posletras/Referenciacao%20e%20retextualizacao.pdf>. Consultado em: 15 abr. 2019.

Matencio, M. L. M. (2013). Práticas discursivas, gêneros do discurso e textualização. In L. Bueno, M. A. P. T. Lopes & V. L. L. Cristovão (Eds.), Gêneros textuais e formação inicial: uma homenagem à Malu Matencio. Campinas, SP: Mercado das Letras.

Ribeiro, A. E. & d´Andrea, C. F. B. (2010). Retextualizar e reescrever, editar e revisar: Reflexões sobre a produção de textos e as redes de produção editorial. Veredas. Revista de Estudos Linguísticos, 1, 64–74. <http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2010/08/ARTIGO-5.pdf>. Consultado em: 15 abr. 2019.

Swales, J. M. (1990). Genre analysis: English in academic and research settings. Cambridge: Cambridge University Press.

Swales, J. M. & Askehave, I. (2009). Identificação de gêneros e propósito comunicativo: um problema e uma solução possível. In G. B. Bezerra et al. (Eds.), Gêneros e sequências textuais. Recife: Edupe.

Travaglia, N. (1993). A tradução numa perspectiva textual (Tese de doutoramento. Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil).

Downloads

Publicado

03-04-2020

Como Citar

Hissa, D. L. A., & Araújo, N. M. S. (2020). A retextualização hipertextual em material didático digital para a educação àdistância. Diacrítica, 34(1), 41–57. https://doi.org/10.21814/diacritica.260