Arte da memória e memória da arte em Baú de Ossos

Autores

  • Maria Alice Ribeiro Gabriel

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.307

Palavras-chave:

Memória, Pedro Nava, Memórias, Arte

Resumo

Nas últimas décadas, pesquisas nos campos da neurociência cognitiva, dos estudos culturais, da história e da literatura expandiram o conceito de memória. Estudos de Eric Kandel, Elie Wiesel, Elizabeth Loftus, Jan Assman, Hayden White, Michael Roth, Paul Ricoeur, Richard Kearney e Saul Friedländer indicam que processos sociais motrizes para representar o significado do passado incluem a arte e a literatura. Marcel Proust notou o papel da obra de arte junto à perceção sensorial e forneceu um modelo da capacidade analógica das memórias associativa e voluntária. Este artigo analisa propriedades mnemônicas da arte ao retratar cenas e perfis biográficos, a fim de mostrar que referências artísticas perfazem um memorial estético em Baú de ossos (1972).

Referências

Aguiar, J. A. de (1998). Espaços da Memória: Um estudo sobre Pedro Nava. São Paulo: EdUsp.

Almeida, M. (2009). Trilha dos trópicos: refazendo o turista aprendiz. São Paulo: Editora Lazuli.

Assis, M. (1978). Dom Casmurro. São Paulo: Abril Cultural.

Assman, A. (2011). Cultural memory and Western Civilization: Functions, Media, Archives. New York: Cambridge University Press. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511996306

Balzac, H. (s/d). Eugênia Grandet. Tradução de Ondina Ferreira. São Paulo: Melhoramentos.

Bezerra, E. (2014). Sabadoyle: o último salão literário. Blog Instituto Moreira Salles. https://blogdoims.com.br/sabadoyle-o-ultimo-salao-literario/. Consultado em:19 jan.2019.

Bittencourt, A. (2019).Personalidade e destino: Pedro Nava, Mário de Andrade e a Socialização do Modernismo.Sociologia & Antropologia, 9(1), 235–256. DOI: https://doi.org/10.1590/2238-38752019v9110

Boursier, J. Y. (2002). La mémoire comme trace des possibles. Socio-anthropologie, 12. https://journals.openedition.org/socio-anthropologie/145. Consultado em:19 jan.2019. DOI: https://doi.org/10.4000/socio-anthropologie.145

Bueno, A. (2005). Bernanos, Influências francesas no Modernismo brasileiro. Revista Brasileira, FaseVII, XI (43),145–155.

Cocking, J. M. (1982). Proust: Collected Essays on the Writer and His Art. Cambridge, London etc.: Cambridge University Press.

Cohen, P. (2014). History and Popular Memory: The Power of Story in Moments of Crisis. New York: Columbia University Press. DOI: https://doi.org/10.7312/cohe16636

Cho, K.(2012). The Search for the Beautiful Woman: A Cultural History of Japanese and Chinese Beauty. Traduzido porKyoko Selden. New York: Rowman & Littlefield Publishers.

Freyre, G. (1964). Casa Grande e Senzala. Rio de Janeiro: Livraria José OlympioEditora.

Freyre, G. (1996). Sobrados e Mucambos. Rio de Janeiro: Record.

Goethe, J. W. (2014). As afinidades eletivas. Trad.de Tércio Redondo. São Paulo: Penguin.

Le Goff, J. (1984). Documento/Monumento. In Enciclopédia Einaudi.Volume I: memória, história(pp. 95–106). Lisboa: Imprensa Nacional –Casa da Moeda.

Meyers, J. (1972). Proust’s Aesthetic Analogies: Character and Painting in Swann’s Way. The Journal of Aesthetics and Art Criticism, 30(3), 377–388. DOI: https://doi.org/10.1111/1540_6245.jaac30.3.0377

Nava, P. S. (1974). Baú de ossos. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora.

Nava, P. S. (1983). O círio perfeito. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora.

Panichi, E. &Contani, M. L. (2003). Pedro Nava e a construção do texto. Londrina: Eduel.

Panichi, E. (2016). Processos de construção de formas na criação: o projeto poético de Pedro Nava.Londrina: Eduel.

Nora, P. (1989). Between Memory and History: Les Liéux de Mémoire. Representations, 26, 7–24. https://www.jstor.org/stable/2928520. Consultado em: 19 jan.2019. DOI: https://doi.org/10.2307/2928520

Penido, P. (1998). Pedro Nava e o bicho urucutum. São Paulo: Ateliê Editorial.

Savietto, M. C. (2002). Baú de Madeleines: o intertexto proustiano nas Memórias de Pedro Nava. São Paulo: Nanquim Editorial.

Senna, H.(1985). História de uma confraria literária. Rio de Janeiro: Xérox do Brasil.

Vale, V. A. (2018). Pedro Nava. Memorialista-anatomista da sociedade brasileira (1890–1940). 16º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia. UFCG/UEPB. https://www.16snhct.sbhc.org.br/resources/anais/8/1545189705_ARQUIVO_TrabalhoVandaArantes2-rev.pdf. Consultado em: 19 jan.2019.

Ven, I. V. (2017). Size Matters. In L. Munteán et al.(Eds.).Materializing memory in Art and Popular Culture(pp. 106–122). New York: Routledge.

Werneck, H. (2014). Sonhos rebobinados. Porto Alegre: Arquipélago Editorial Ltda.

Downloads

Publicado

20-11-2019

Como Citar

Gabriel, M. A. R. (2019). Arte da memória e memória da arte em Baú de Ossos. Diacrítica, 33(1), 179–198. https://doi.org/10.21814/diacritica.307