A multimodalidade no Celpe-Bras. Um olhar para sua relação com o construto do exame

Autores

  • Larisse Lázaro Santos Pinheiro Universidade Brasília (Brasil)
  • Sara Domingos de Sousa Araujo nstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Brasil)
  • Eugênia Magnólia da Silva Fernandes Universidade da Califórnia (Estados Unidos da América)

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.443

Palavras-chave:

Construto, Celpe-Bras, Comunicação, Multimodalidade

Resumo

Este trabalho é um estudo inicial que tem por objetivo discutir os Elementos Provocadores nas tarefas propostas pelo Exame que certifica a proficiência em língua portuguesa para estrangeiros outorgado pelo governo brasileiro, o Celpe-Bras, com vistas a analisar as construções discursivas e ideológicas dos textos multimodais inseridos nos Elementos Provocadores (EPs), utilizados nas edições de 2014e 2017. Uma vez que os EPs correspondem ao construto comunicativo do Exame, discutir-se-á como eles refletem esse construto. A base teórica da pesquisa é centrada nos estudos de Brown (2007), Weir (2005), Scaramucci (2000; 2001 e 2003), Ebel e Frisbie (1991), na Teoria da Multimodalidade com Kress e van Leeuwen (2006), nas concepções dialógicas de gênero de Bakhtin (1991) na teoria da Análisedo Discurso Crítica de Fairclough (1992; 2001; 2003; 2006) e nas concepções de Thompson (1995) sobre ideologia. A pesquisa é de natureza qualitativa, caracterizando-se como estudo de caso, por meio de análise documental. As análises dos Elementos Provocadores levam-nos a refletir sobre a natureza comunicativa, bem como sobre as tarefas comunicativas e a questão cultural, pilares teóricos do Celpe-Bras, que refletem esse pressuposto comunicativo, principalmente no que tange à escolha dos gêneros desses elementos e suas semioses.

Referências

Araujo, S. D. S. (2017). A validade de construto das questões de língua inglesa do ENEM: um olhar para o construto e a Matriz de Referência. Dissertação de mestrado, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil.

Bachman, L. F. (1990). Fundamental considerations in language testing. Oxford, Inglaterra: Oxford University Press.

Bakhtin, M. (1997). Estética da criação verbal. São Paulo, Brasil: Martins Fontes.

Baldry, A. & _ibault, P. J. (2006). Introduction: Multimodal texts and genres. In A. Baldry & P. J. _ibault (Eds.), Multimodal transcription and text analysis: A multimedia toolkit and coursebook (pp. 1-56). Londres, Inglaterra: Equinox.

Bauman, Z. (2005). Identidade. Rio de Janeiro, Brasil: Jorge Zahar.

Brasil. (2017). Ministério da Educação e Cultura. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Manual do Examinando do Exame Celpe-Bras. Brasília, Brasil.

Brasil. (2014). Ministério da Educação e Cultura. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Roteiro de Interação Face a Face do Exame Celpe-Bras. Brasília, Brasil.

Brasil. (2013). Ministério da Educação e Cultura. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Guia do Participante: Tarefas Comentadas que Compõem a Edição de abril de 2013 do Exame. Brasília, Brasil.

Brown, H. D. (2007). Language assessment: Principles and issues. In H. D. Brown (Ed.), Teaching by principles: An interactive approach to language pedagogy (pp. 444-465). Nova Iorque, Estados Unidos da América: Longman.

Cope, B. & Kalantzis, M. (2000). Introduction: Multiliteracies: The beginnings of an idea. In B. Cope & M. Kalantzis (Eds.), Multiliteracies: Literary learning and the design of social futures (pp. 03-37). Londres, Inglaterra: Routledge.

Dell’Isola, R. (2009). Gêneros textuais em livros didáticos de português língua estrangeira: o que falta?. In R. Dias & V. L. P. Cristovão (Eds.), O livro didático de língua estrangeira: Múltiplas perspectivas (pp. 99-120). Campinas, Brasil: Mercado de letras.

Dell’Isola, R., Scaramucci, M., Schlatter, M., & Júdice, N. (2003). A avaliação de proficiência em português língua estrangeira: O exame CELPE-Bras. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, 3(1), 153-184. DOI: https://doi.org/10.1590/S1984-63982003000100010

Deschamps, J. C., & Moliner, P. (2009). A identidade em psicologia social. Rio de Janeiro, Brasil: Vozes.

Ebel, R. L., & Frisbie, D. A. (1991). Essentials of educational measurement. Nova Jersey, Estados Unidos da América: Prentice Hall.

Fairclough, N. (2006). Language and globalization. Nova Iorque: Routledge. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203593769

Fairclough, N. (2003). Analysing discourse: textual analysis for social research. Londres, Routledge. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203697078

Fairclough, N. (2001). Discurso e mudança social. Brasília, Brasil: Editora UnB.

Fairclough, N. (1995). Critical discourse analysis: the critical study of language. Harlow: Pearson Education-Longman.

Fairclough, N. (1992). Discourse and social change. Cambridge, Inglaterra: Polity Press.

Fairclough, N. (1989). Critical and descriptive goals in discourse analysis. Journal of Pragmatics, 9(6), 739-763. DOI: https://doi.org/10.1016/0378-2166(85)90002-5

Ferraz, A. J. (2007). Multimodalidade e formação identitária: O brasileiro em materiais didáticos de português língua estrangeira (PLE). In J. A. Vieira, et al. (Eds.), Reflexões sobre a língua portuguesa: Uma abordagem multimodal (pp. 109-145). Petrópolis, Brasil: Vozes.

Hall, S. (2003). Da diáspora: Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte, Brasil: UFMG.

Hall, S. (2003). A identidade cultural na pós-modernidade. (9ª ed.) Rio de Janeiro, Brasil: DP&A.

Hughes, A. (2003). Testing for language teachers. Cambridge, Inglaterra: Cambridge University Press.

Kramsch, C. (1996). The cultural component of language teaching. Zeitschrift für Interkulturellen Fremdsprachenunterricht. Disponível em: http://www.ualberta.ca. Acedido em: 18 ago. 2017.

Kress, G., & van Leeuwen, T. (2006). Introduction: The grammar of visual design. In G. Kress & T. van Leeuwen (Eds.), Reading images: The grammar of visual design (pp. 1-15). Londres, Inglaterra: Routledge. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203619728

Kress, G., & van Leeuwen, T. (2006). The semiotic landscape: language and visual communication. In G. Kress & T. van Leeuwen (Eds.), Reading images: The grammar of visual design (pp. 16-44). Londres, Inglaterra: Routledge.

Ivo, E. A. O. (2013). O letramento de adultos na empresa: Uma forma de legitimar a alienação ou uma questão de sobrevivência? Tese de doutoramento, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil.

Magalhães, I., Martins, A. R., & Resende, V. de M. (2017). Análise de discurso crítica: Um método de pesquisa qualitativa. Brasília, Brasil: Editora Universidade de Brasília. DOI: https://doi.org/10.7476/9788523013370

Ramalho, V., & Resende, V. de M. (2016). Análise do discurso crítica (2ª ed.). São Paulo, Brasil: Contexto.

Silva, F. C. O. (2015). A representação da raça negra no Brasil: ideologia e identidades. In J. A. Vieira & A. L. Bento (Eds.), Discurso e identidade e gênero (pp. 229-354). Brasília, Brasil: Movimento.

Vieira, J. A. (2007). Novas perspectivas para o texto: uma visão multissemiótica. In J. A. Vieira, et al. (Eds.), Reflexões sobre a língua portuguesa: uma abordagem multimodal (pp. 9-33). Petrópolis, Brasil: Vozes.

Vieira, J. A., & Bento, A. L. (Eds.). (2015). Discurso, identidade e gênero. Brasília: Movimento.

Wodak, R., Cillia, R. de, Reisigl, M., & Liebhart, K. (1999). The discursive construction of national identity. Edinburgh, Reino Unido: Edinburgh University Press. DOI: https://doi.org/10.1177/0957926599010002002

Weir, C. J. (2005). Language testing and validation: An Evidence-Based Approach. Research and practice in applied linguistics. Basingstoke: Palgrave Macmillan. DOI: https://doi.org/10.1057/9780230514577

Downloads

Publicado

03-07-2019

Como Citar

Pinheiro, L. L. S., Araujo, S. D. de S. ., & Fernandes, E. M. da S. (2019). A multimodalidade no Celpe-Bras. Um olhar para sua relação com o construto do exame. Diacrítica, 32(2), 293–313. https://doi.org/10.21814/diacritica.443