Booktubers e a plataformização da crítica literária no YouTube

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21814/h2d.3568

Palavras-chave:

booktuber, Gisele Eberspächer, crítica literária, plataformização da sociedade, YouTube, gêneros do discurso

Resumo

A crítica literária realizada por jornalistas e literatos nos periódicos do séc XIX e XX passa, a partir do desenvolvimento técnico da web na contemporaneidade, a ser realizada por booktubers – pessoas que comentam, analisam e indicam obras literárias em plataformas de vídeos como YouTube. Com a hipótese de que a crítica literária é reelaborada a partir de elementos multimodais e de plataformização da sociedade, firmou-se o objetivo de identificar como se dá a construção deste gênero discursivo a partir de uma leitura bakhtiniana e uma leitura qualitativa-interpretativista. Para tanto, foi realizado um recorte diacrônico do ano de 2020 no canal Vamos falar sobre livros? da booktuber Gisele Eberspächer, compondo um corpus de 58 amostras. Os resultados demonstraram a instituição de duas principais tipologias textuais, a lista e resenha de livros específicos, que reelaboram a crítica literária a partir de elementos audiovisuais e de ferramentas disponibilizadas pela plataforma do YouTube, amplificando e recuperando, dessa forma, o potencial “caráter público” do crítico literário como importante ator social, que medeia pelas redes sociais, novos ethos literários.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Bakhtin, M. (2016). Os Gêneros do Discurso (P. Bezerra, Trad.) Editora 34.

Bakhtin. M. (2015). Teoria do romance I: A estilística. (P. Bezerra, Trad.) Editora 34.

Barton, D., & Lee, C. (2015). Linguagem Online. Textos e práticas digitais. Parábola.

Bourdieu, P. (1980). Le Capital Social Notes Provisoires. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, 31, 2-3.

Brait, B. (2013). Olhar e ler: Verbo-visualidade em perspectiva dialógica. Bakhtiniana, 8(2), 43-66. https://doi.org/10.1590/S2176-45732013000200004

Castells, M. (2003). A galáxia da internet: Reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Zahar.

Coruja, P. (2017). Vlog como gênero no You Tube: A profissionalização do conteúdo gerado por usúario. Comunicologia, 10(1), 46-66. https://doi.org/10.31501/comunicologia.v10i1.8128

Coruja, P. (2017). You Tube em pauta: uma análise das teses e dissertações em Comunicação de 2010 a 2015. Revista Communicare, 17 (2), 82-99.

De Pizan, C. (1997). The selected writings of Chritine de Pizan. W. W. Norton & Company.

Debord, G. (1997). A sociedade do espetáculo. Contracampo.

Eagleton, T. (1991). A função da crítica. Martins Fontes.

Eberspächer, G. (2017). Do meio da ìndia. O Rascunho, 172. https://rascunho.com.br/ensaios-e-resenhas/do-meio-da-india/

Eberspächer, G. (2019). Ida Pfeiffer e o Brasil: Literatura de viagem e sua traduação como Bildung [Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Paraná]. Acervo Digital da UFPR. https://hdl.handle.net/1884/67638

Habermas, J. (1984). Mudança estrutural da esfera pública: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Tempo Brasileiro.

Holanda, L. (2012). Reconsiderando a crítica literária. Revista FronteiraZ, 8.

Karhawi, I. (2017). Influenciadores digitais: Conceitos e práticas em discussão. Comunicare,17, 38-42.

Mohajan, H. (2018). Qualitative Research Methodology in Social Sciences and Related Subjects. Journal of Economic Development, Environment and People, 7(1), 23-48.

Montargil, G. S. (2020). O verbo-visual como estratégia discursiva nos infográficos: uma análise da seção Gráfico do Nexo Jornal [Dissertação de mestrado, Universidade Tecnológica Federal do Paraná]. Repositório Institucional da UTFPR. http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/5162

Remenche, M. L. R., & Montargil, G. (2021). A verbo-visualidade na infografia jornalística: Uma análise na perspectiva sociossemiótica. Texto Digital, 7(1), 46-73. https://doi.org/10.5007/1807-9288.2021.e81200

Rojo, R. (2013). Gêneros discursivos do Círculo de Bakhtin e Multiletramentos. In R. Rojo (Ed.), Escol@ conectada: Os multiletramentos e as TICs. Parábola.

Silva, T. C., Almeida, M. I. M., & Gomes, L. (2020). Booktubers: Elogio da materialidade e do compartilhamento. Revista ECO- Pós, 23(3), 396–421. https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i3.27580

Van Djick, J., Poell, T., & Waal, M. (2018). The Platform Society: Public Values in a Connective World. Oxford University Press.

Publicado

31-12-2021

Como Citar

Montargil, G., & do Rocio Santos de Oliveira, E. (2021). Booktubers e a plataformização da crítica literária no YouTube. H2D|Revista De Humanidades Digitais, 3(2). https://doi.org/10.21814/h2d.3568