Ironia e questionamento do real e do ficcional como estratégias de autorrepresentação na obra poética de Adília Lopes
DOI:
https://doi.org/10.21814/2i.5826Palavras-chave:
Adília Lopes, ironia, autorrepresentação, questionamento entre o real e o ficcionalResumo
O objetivo do presente artigo é discutir como a obra poética da autora Adília Lopes se serve da ironia e do questionamento entre o real e o ficcional como estratégias de autorrepresentação, a partir da encenação literária de uma autobiografia marcada por uma linguagem irônica, crítica e subversiva do fazer poético tradicional. Utilizando como base crítica e teórica autores como Rosa Maria Martelo (2019; 2004), Linda Hutcheon (1985) e Flora Süssekind (2002), foi realizada uma pesquisa bibliográfica por meio da qual são analisados diferentes poemas da autora com o intuito de evidenciar como os procedimentos de autorrepresentação utilizados tendem a forjar uma ilusão autobiográfica marcando seu eu-enunciativo com as mesmas características do eu-real, a saber, o fato de ser mulher, poeta, portuguesa, solteira, religiosa, como uma forma de afirmação do eu quanto ser do gênero feminino e renovando o artifício do autorretrato por meio da ironia e do questionamento entre o real e o ficcional.
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