Ana Jotta em auto-representação

Bichos Palavras Coisas

Autores

  • Raquel Henriques da Silva Instituto de História da Arte

DOI:

https://doi.org/10.21814/2i.5864

Palavras-chave:

excentricidade, auto-representação, trabalho-transformação

Resumo

Ana Jotta (Lisboa, 1946) é uma relevante artista portuguesa com boa recepção crítica, articulada com a realização de exposições regulares desde a década de 1980 e representação nas principais colecções públicas e particulares portuguesas.

A marca Ana Jotta é a sobreposição estética e ética entre a vida e o fazer artístico cuja “excentricidade” reivindica: estar fora do centro, ou seja, das dinâmicas da cena artística e do mercado que encara a partir da filosofia dos cínicos da Antiguidade grega. Do ponto de vista das referências, Ana é radicalmente ecléctica, circulando entre pintura, escultura e instalação. Aprecia as artes populares e ama as coisas de que se rodeia, nas casas-atelier, acumulando diversa memorabilia que (re)trabalha em séries sucessivas, numa espécie de diários que ora se restringem a marcações subtis, ora se alargam numa produção esfusiante.

O tema da auto-representação é central em Ana Jotta e tem uma realidade alargada que será objecto de reflexão no meu texto. Como acontece com os grandes praticantes da representação de si, ela esconde-se mais do que se revela, mas sem qualquer intencionalidade de decoro. Simplesmente, porque a caminho dos 80 anos, continua, com juvenilidade desarmante, a confrontar a opacidade da vida.

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Referências

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Publicado

2024-12-30

Como Citar

Henriques da Silva, R. (2024). Ana Jotta em auto-representação: Bichos Palavras Coisas. Revista 2i: Estudos De Identidade E Intermedialidade, 6(10), 73–87. https://doi.org/10.21814/2i.5864