Nós, os Monstros
Subjetivação, outrificação e multidão em Raça das Trevas (1990)
DOI:
https://doi.org/10.21814/2i.6199Palavras-chave:
Horror, Queer, Necropolítica, Clive Barker, MonstrosResumo
Este artigo investiga o filme Raça das Trevas (1990), escrito e dirigido por Clive Barker, adaptação de sua novela Cabal (1988), entendendo o filme como uma alegoria sobre a construção social da anormalidade, a partir de uma revisão de literatura de Foucault sobre o assunto. Pensamos a história de seres perseguidos por sua diferença em dois momentos: primeiro, o processo de corporificação e subjetivação daquele que é percebido como monstro, como vemos em Tucherman (2012), no imaginário popular e Preciado (2022), enquanto figura política: o queer. A segunda frente a ser abordada são os conceitos de outrificação, visto a partir da de Mbembe (2011) e Fanon (1968), e como tais processos dão vazão às organizações de multidões queer, como vimos em Preciado (2011). Com isso, espera-se mostrar como a obra de Barker revela um horror potente marcado pelo elemento da diferença.
Downloads
Referências
Aleikseivz, R. A. (2021). Michel Foucault e Paul B. Preciado: Notas sobre a produção e a desconstrução de subjetividades. Cadernos de Gênero e Tecnologia, 14(43). https://doi.org/10.3895/cgt.v14n43.12033
Cohen, J. J. (2007). A cultura dos monstros: Sete teses. In I. Hunter, J. Donald, J. J. Cohen, & J. Gil, Pedagogia dos monstros: Os prazeres e os perigos da confusão de fronteiras (pp. 23-60). Autêntica.
De Man, P. (1996). Alegorias da leitura: Linguagem figurativa em Rousseau, Nietzsche, Rilke e Proust. Imago.
Fanon, F. (1968). Os condenados da terra. Civilização Brasileira.
Foucault, M. (2001). Os anormais (E. Brandão, Trad.). Martins Fontes.
Freud, S. (2010). O inquietante. In S. Freud, História de uma neurose infantil (O homem dos lobos): Além do princípio do prazer e outros textos (pp. 328–376). Companhia das Letras.
Halberstam, J. (1995). Skin shows: Gothic horror and the technology of monsters. Duke University Press.
Mbembe, A. (2018). Necropolítica. N-1 Edições.
Pereira, H. C. (2020). Paul de Man e a teoria da linguagem (Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais). FALE-UFMG.
Preciado, P. B. (2011). Multidões queer: Notas para uma política dos “anormais”. Estudos Feministas, 19(1), 312.
Preciado, P. B. (2021/2022). Eu sou o monstro que vos fala. Cadernos PET Filosofia, 22(1).
Rigby, M. (2009). 'Do you share my madness?': Frankenstein's queer Gothic. In W. Hughes & A. Smith (Eds.), Queering the Gothic (pp. 36-55). Manchester University Press. https://doi.org/10.7765/9781526125453.00008
Sayers, W. (2010). The etymology of queer. ANQ: A Quarterly Journal of Short Articles, Notes and Reviews, 18(2), 17–19. https://doi.org/10.3200/ANQQ.18.2.17-19
Tucherman, I. (2012). Breve história do corpo e de seus monstros. Vega.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 Bernardo Demaria Ignácio Brum

Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.