Nós, os Monstros

Subjetivação, outrificação e multidão em Raça das Trevas (1990)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21814/2i.6199

Palavras-chave:

Horror, Queer, Necropolítica, Clive Barker, Monstros

Resumo

Este artigo investiga o filme Raça das Trevas (1990), escrito e dirigido por Clive Barker, adaptação de sua novela Cabal (1988), entendendo o filme como uma alegoria sobre a construção social da anormalidade, a partir de uma revisão de literatura de Foucault sobre o assunto. Pensamos a história de seres perseguidos por sua diferença em dois momentos: primeiro, o processo de corporificação e subjetivação daquele que é percebido como monstro, como vemos em Tucherman (2012), no imaginário popular e Preciado (2022), enquanto figura política: o queer. A segunda frente a ser abordada são os conceitos de outrificação, visto a partir da de Mbembe (2011) e Fanon (1968), e como tais processos dão vazão às organizações de multidões queer, como vimos em Preciado (2011). Com isso, espera-se mostrar como a obra de Barker revela um horror potente marcado pelo elemento da diferença. 

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Referências

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Publicado

2025-06-25

Como Citar

Demaria Ignácio Brum, B. (2025). Nós, os Monstros: Subjetivação, outrificação e multidão em Raça das Trevas (1990) . Revista 2i: Estudos De Identidade E Intermedialidade, 7(11), 23–34. https://doi.org/10.21814/2i.6199