Literatura D(ó) R(é) Mi(x)
Remix: Da música para a literatura
DOI:
https://doi.org/10.21814/2i.3770Palavras-chave:
intermidialidade, adaptação, apropriação, reescrita, remixResumo
Este artigo tem como objetivo compreender como o procedimento midiático remix é utilizado na literatura para atribuir nova roupagem a reescritas de obras literárias. Para tal, situamos as noções de adaptação e apropriação como formas de reescrita a partir das propostas de Linda Hutcheon (2013), Julie Sanders (2006) e Adrienne Rich (1972). Apresentamos, então, o conceito de remix dentro de uma cultura de atividade global, de acordo com Eduardo Navas (2012, 2018), David J. Gunkel (2016) e Owen Gallagher (2018). Devido a sua abrangência, associamos o remix com a noção de “travelling concept”, nos moldes de Mieke Bal (2002). Por fim, delimitamos as especificidades, conforme proposto por Lars Elleström (2017), do remix musical, investigando como características ligadas à remixagem musical são transportadas para a literatura. Para tal, analisamos samples transportados de Orgulho e Preconceito (1813), de Jane Austen, para o remix literário Orgulho (2019), de Ibi Zoboi.
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