Vida humana e completude

Autores

  • António de Vasconcelos Nogueira Centro de Línguas, Literaturas e Culturas, Universidade de Aveiro

DOI:

https://doi.org/10.21814/2i.6855

Palavras-chave:

doença, metáfora, morte, psicologia

Resumo

Inserido no âmbito das Humanidades Médicas, o artigo propõe uma reflexão sobre a existência humana e o impacto da morte, do processo de morrer e da fé na saúde mental, a partir de um caso clínico descrito pela médica Ana Cláudia Quintana Arantes. Articulando me­dicina, enfermagem, filosofia, psicologia e teologia, sustenta-se num tratamento interdisciplinar que conjuga dados científicos e reflexão narrativa. Destaca o papel positivo da espiritualidade e da religião no cuidado e no ajustamento ao fim da vida, bem como os desafios da integração do cuidado espiritual na prática clínica. Con­clui que cada história de vida é singular; que vida e morte constituem dimensões indissociáveis da condição humana; que a morte é também representada por múltiplas metáforas; que a formação em cuidado espiritual é essencial; e que, na experiência do morrer, a fé pode abrir à transcendência e o amor prevalece como legado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Almeida Alexandre, C. M., Lopes Júnior, H. M. P., & Mendonça, F. C. (2024). Espiritualidade e

qualidade de vida: Uma revisão dos efeitos positivos na saúde mental. Revista Ibero-

-Americana de Humanidades, Ciências e Educação – REASE, 10(11), 4805-4816.

https://doi.org/10.51891/rease.v10i11.16798

Arantes, A. C. Q. (2020). Histórias Lindas de Morrer. Oficina do Livro.

Arantes, A. C. Q. (2019). A morte é um dia que vale a pena viver. Oficina do Livro.

Arendt, H. (1997). O Conceito de Amor em Santo Agostinho. Ensaio de interpretação filosófica

(trad. Alberto Pereira). Instituto Piaget.

Ashouri, F. P., Hamadiyan, H., Nafisi, M., Parvizpanah, A, & Rasekhi, S. (2016). The

relationships between religion/spirituality and mental and physical health: A review. Inter¬national Electronic Journal of Medicine, 5(2), 28-34.

file:///C:/Users/ACER/Downloads/iejm-36-1.pdf

Bastos, J., Inácio, R., & Martins, S. (2023). Avaliação do burnout no Internato Médico Português.

Relatório do Estudo Nacional. Conselho Nacional do Médico Interno da Ordem dos

Médicos.

https://ordemdosmedicos.pt/wp-content/uploads/2023/12/Relato%CC%81rio-Estudo-Burnout.pdf

Batstone, E., Bailey, C., & Hallett, N. (2020). Spiritual care provision to end-of-life patients: A

systematic review. Journal of Clinic Nursing, 29, 3609-3624.

https://doi.org/10.1111/jocn.15411

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral (2011). Paulus Editora.

Borges, E. M. N., Fonseca, C. I. N., Baptista, P. C. P., Queirós, C. M. L., Baldonedo-Mosteiro,

M., & Mosteiro-Diaz, M. P. (2019). Fadiga por compaixão em enfermeiros de urgência e

emergência hospitalar de adultos. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 27: 23175.

http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.2973.3175

Boyer, A. (2021). As Que Não Morrem: dor, vulnerabilidade, mortalidade, medicina, arte,

sonhos, tempo, informação, exaustão, cancro, cuidados (trad. Miguel Cardoso). Tinta da

China.

Briñol, L. C. (2024). As Pequenas Mortes da Vida (trad. António Júnior). A Esfera dos Livros.

Bruner, J. (2004). Life as a Narrative. Social Research, 71(3), 691-719.

https://ewasteschools.pbworks.com/f/Bruner_J_LifeAsNarrative.pdf

Charon, R. (2004). Narrative and Medicine. The New England Journal of Medicine, 350(9), 862-

-864. doi: 10.1056/NEJMp038249

Centellas, P. (2008). Blaise Pascal. Vida, pensamento e obra. Planeta DeAgostini / Público.

Crettaz, B. (2010). Cafés mortels : Sortir la mort du silence. Labor et Fides.

Critchley, S. (2020). O livro dos filósofos mortos (trad. Hugo Barros). Edições 70.

Egea, A. V. (2023). Acompanhar na Morte. Um guia prático para cuidadores e doulas de final

de vida (trad. Margarida Luzia). A Esfera dos Livros.

Floriani, C. A. (2021). Considerações bioéticas sobre os modelos de assistência no fim de vida.

Cadernos de Saúde Pública, 37(9): e00264320.

https://doi.org/10.1590/0102-311X00264320

Franco, V. S., & Passos, C. M. (2023). Religião e espiritualidade e suas relações no doente

crônico. Revista do NUFEN. Phenomenology and Interdisciplinarity, 15(3), 33-41.

doi: http://10.0.104.199/rnufen.v15i02

Frankl, V. E. (2012). O Homem em busca de um sentido. Pref. Harold S. Kushner. Posf. William

J. Winsdale (trad. Francisco J. Gonçalves). Lua de Papel.

Frei Bento Domingues, O.P. (2024, 21 de abril). Cuidados Paliativos. Público, Ano XXXV,

n.º 12407, 8.

Garssen, B.,Visser, A., & Pool, G. (2021). Does spirituality or religion positively affect mental

health? Meta-analysis of longitudinal studies. International Journal for the Psychology of

Religion, 31(1), 4-20. https://doi.org/10.1080/10508619.2020.1729570

Gawande, A. (2015). Ser Mortal. Nós, a Medicina e o que realmente importa no final. Pref. João

Lobo Antunes (trad. Tânia Ganho). Lua de Papel.

Godin, C. (2004). Dictionnaire de Philosophie. Fayard.

Grün, A. (2011). O que vem depois da morte? A arte de viver e morrer (trad. Débora Stork).

Paulinas.

Heidegger, M. (1997). Ser y tiempo (trad., prólogo y notas de Jorge Eduardo Rivera C.). Santiago

de Chile: Editorial Universitaria.

https://hispafiles.ru/data/ve/1517082/src/Martin_Heidegger_-_Ser_y_tiempo.pdf

Hennezel, M., & Leloup, J.-Y. (2000). A Arte de Morrer: Tradições religiosas e espiritualidade

humanista perante a morte nos dias de hoje (trad. Gemeniano Cascais Franco). Editorial

Notícias.

Hill, P.C., & Pargament, K. I. (2003). Advances in the conceptualization and measurement of

religion and spirituality. Implications for physical and mental health research. American

Psychologist, 58(1), 64-74.

https://www.psychology.hku.hk/ftbcstudies/refbase/docs/hill/2003/29_Hill+Pargament2003.pdf

Infante, A. C. (2022). A Passagem. Oficina do Livro.

James-Mewes, P., Pessoa, V. L. M. P., Souza, L. C., & Salvetti, M. G. (2024). Fundamentos

filosóficos de Heidegger e sua contribuição à enfermagem paliativa e ao cuidado espiritual.

Revista da Escola de Enfermagem da USP, 58: e20240155.

https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2024-0155

Kabat-Zinn, J. (2004). Wherever you go, There you are. Mindfulness meditation in everyday life.

Hyperion.

Kübler-Ross, E. (2008). A Roda da Vida. Memórias da vida e da morte (trad. Pedro Vidal). Estrela

Polar.

Lobo Antunes, J. (2005). Sobre a Mão e Outros Ensaios. Gradiva.

Lourenço, M., Encarnação, P., & Lumini, M. J. (2021). Cuidados paliativos, conforto e

espiritualidade, In ESEP Autocuidado: Um foco central da enfermagem, 85-98, Porto:

Escola Superior de Enfermagem do Porto.

https://doi.org/https://doi.org/10.48684/mx4w-3d93

Mangas, M. D., Fernandes, C. P., & Cardoso, A. B. (2022). O burnout dos profissionais de saúde

na pandemia COVID-19: Como prevenir e tratar? Revista Portuguesa de Medicina Geral

e Familiar, 38, 226-230. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i2.13274

Marôco, J., Marôco, A. L., Leite, E., Bastos, C., Vazão, M. J., & Campos, J. (2016). Burnout em

Profissionais da Saúde Portugueses: Uma análise a nível nacional. Acta Médica Portugue-

sa, 29(1), 24-30.

Márquez, G. G. (1998). Crónica de uma morte anunciada (trad. Fernando Assis Pacheco). Dom

Quixote.

Melo-Ribeiro, P., Marta, P., & Mota-Oliveira, M. (2023). Avaliação de burnout em Profissionais

de Saúde da Unidade de Faro do Centro Hospitalar Universitário do Algarve. Revista

Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, 9(4), 126-136.

https://doi.org/10.51338/rppsm.532

Mendes, R. C. (2018). Viver da morte, a indústria funerária em Portugal. Fundação

Francisco Manuel dos Santos.

Neto, I. G. (2022). Da Ciência, do Amor e do Valor da Vida. Relatos e padrões da identidade dos

Cuidados Paliativos. Oficina do Livro.

Nunes, L. (2020). E se eu não puder decidir? Saber escolher no final da vida. Fundação

Francisco Manuel dos Santos.

O’Callaghan, C. C., Georgoussopoulou, E., Seah, D., Clayton, J. M., Kissane, D., & Michael, N.

(2020). Spirituality and religiosity in a palliative medicine population: Mixed-methods

study. BMJ Supportive & Palliative Care, 12, 316-323.

https://doi.org/10.1136/bmjspcare-2020-002261

Osswald, W. (2013). Sobre a Morte e o Morrer. Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Pais-Ribeiro, J. (2022). Espiritualidade e experiência de fim de vida. Revista Psicologia, Saúde

& Doenças, 23(1), 120-130. https://doi.org/10.15309/2

Paloutzian, R. F., & Park, C. L. (2005). Integrative themes in the current science of the

Psychology of Religion. In R. F. Paloutzian, & C. L. Park (editors). Handbook of the

Psychology of Religion and Spirituality (pp.3-20). The Guilford Press.

Pascal, B. (2008). Pensamentos. Apres. Roger-Pol Droit (trad. Salette Tavares). Prisa Innova /

Livraria Morais Editora.

Paula, F. J. (2021). Crer que se crê: O pós-Deus como condição necessária para a fé. Revista

Pesquisas em Teologia PqTeo, 4(8), 213-232.

https://doi.org/10.46859/PUCRio.Acad.PqTeo.2595-9409.2021v4n8p213

Pędrak, A. & Duszek, K. (2020). A theological perspective on the phenomenon of Life:

Introduction into the bios, psyche, and zoe. Roczniki Teologiczne, LXVII, 2, 109-124.

doi: https://doi.org/10.18290/rt20672-7

Piao, E. V., Rodrigues, K. C., & Pucci, S. H. M. (2025). A espiritualidade em diferentes processos

de tratamentos oncológicos: Revisão integrativa nacional. Revista Ibero-Americana de

Humanidades, Ciências e Educação – REASE, 11(9), 3242-3259.

https://doi.org/10.51891/rease.v11i9.21181

Platão (1997). Apologia de Sócrates. Críton (trad., introd. e notas Manuel de Oliveira Pulquério).

Edições 70.

Portugal. (1999, agosto 28). Lei n.º 141/99. Diário da República N.º 201 28-8-1999 – I Série-A.

Estabelece os princípios em que se baseia a verificação da morte, 5955.

Possenti, V. (2016). Faith and Reason: What relationship? Zeszyty Naukowe KUL, 59(1), 233.

https://bibliotekanauki.pl/articles/1181884.pdf.

Puchalski, C., Ferrell, B., Virani, R., Otis-Green, S., Baird, P., Bull, J. et al. (2009). Improving

the quality of spiritual care as a dimension of palliative care: The report of the Consensus

Conference. Journal of Palliative Medicine, 12(10), 885-904.

https://doi.org/10.1089/jpm.2009.0142

Rilke, R. M. (2007). O Livro da Pobreza e da Morte (trad. Ana Diogo e Rui Caeiro). Bonecos

Rebeldes.

Romão, A. F. (2024). A espiritualidade e a boa morte. Revista Portuguesa de Medicina Geral e

Familiar, 40, 610-614. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i6.13804

San Juan de la Cruz (1969). Obras Escogidas. Espasa-Calpe.

Santo Agostinho (2008). Confissões. Pref. Eduardo Lourenço (trad. Lúcio Craveiro da Silva, s.j.).

Livraria Apostolado da Imprensa.

Santo Agostinho (1997). Diálogo sobre a Felicidade (trad., introd. e notas Mário A. Santiago de

Carvalho). Edições 70.

Santo Agostinho (1990). O Livre Arbítrio (trad., introd. e notas António Soares Pinheiro).

Faculdade de Filosofia.

São Tomás de Aquino (2000). O Ente e a Essência (trad., introd., notas e apêndices Maria José

Figueiredo). Instituto Piaget.

Séneca, L. A. (2022). Sobre a brevidade da vida. Sobre a tranquilidade da alma (trad. Romão

Cunha). Infinito Particular.

Séneca, L. A. (1991). Cartas a Lucílio (trad., pref. e notas J. A. Segurado e Campos). Fundação

Calouste Gulbenkian.

Shapira, H. (2017). A Felicidade e outras pequenas grandes coisas (trad. Maria de Lourdes

Assis). Pergaminho.

Silva, C. C., Barbosa, R. O., Santiago, J. S., Motta, J., M., R., & Amaral, F. S. (2024). A

contribuição da espiritualidade e religiosidade no alívio do sofrimento em cuidados

paliativos. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação – REASE,

(1), 295-314. https://doi.org/10.51891/rease.v1i01.17415

Silva, A. L. B. O., Câmara, B. S., Silva, C. E. C., Brito, M. Q., Paula, L. H. A., & Freitas, V. L.

(2023). Benefícios da espiritualidade para a ressignificação do paciente em cuidados

paliativos: Revisão de literatura. Brazilian Journal of Health Review, 6(1), 2177-2191.

https://doi.org/10.34119/bjhrv6n1-170

Sontag, S. (2023). A Doença como Metáfora. A sida e as suas metáforas (trad. José Lima).

Quetzal.

Suy, A. (2023). Apontamos ao amor e acertamos na solidão. Planeta de Livros.

Vásquez, M. B. (2023). Reason and Faith: A conflict through the History of Philosophy,

Cuadernos Isidorianum, 14, 125-136. https://doi.org/10.46543/CUADISID.2314.1007

Velasco, F. D. (2023). Os cultos modernos e as religiões do futuro. In J. Gouveia Monteiro (Dir.),

História das Religiões. Da origem dos deuses às religiões do futuro (219-247). Lisboa:

Manuscrito.

Ware, B. (2024). Os cinco maiores arrependimentos antes de morrer (trad. Ester Piedade).

Cultura Editora.

Wood, J. (2022). Cicely Saunders, ‘Total Pain’ and emotional evidence at the end of life. Medical

Humanities 48(4), 411-420. doi: 10.1136/medhum-2020-012107

Wyatt, K. M. (2014). Só o amor importa. As 7 lições de vida que aprendemos com a morte (trad.

Elisa Evangelista). Pergaminho.

Zinnbauer, B. J., & Pargament, K. I. (2005). Religiousness and Spirituality. In R. F. Paloutzian &

C. L. Park (editors). Handbook of the Psychology of Religion and Spirituality (pp.21-42).

The Guilford Press.

Downloads

Publicado

2025-12-08

Como Citar

de Vasconcelos Nogueira, A. (2025). Vida humana e completude. Revista 2i: Estudos De Identidade E Intermedialidade, 7(12), 29–41. https://doi.org/10.21814/2i.6855