Vida humana e completude
DOI:
https://doi.org/10.21814/2i.6855Palavras-chave:
doença, metáfora, morte, psicologiaResumo
Inserido no âmbito das Humanidades Médicas, o artigo propõe uma reflexão sobre a existência humana e o impacto da morte, do processo de morrer e da fé na saúde mental, a partir de um caso clínico descrito pela médica Ana Cláudia Quintana Arantes. Articulando medicina, enfermagem, filosofia, psicologia e teologia, sustenta-se num tratamento interdisciplinar que conjuga dados científicos e reflexão narrativa. Destaca o papel positivo da espiritualidade e da religião no cuidado e no ajustamento ao fim da vida, bem como os desafios da integração do cuidado espiritual na prática clínica. Conclui que cada história de vida é singular; que vida e morte constituem dimensões indissociáveis da condição humana; que a morte é também representada por múltiplas metáforas; que a formação em cuidado espiritual é essencial; e que, na experiência do morrer, a fé pode abrir à transcendência e o amor prevalece como legado.
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