Helder Macedo: O ensaio como gesto amoroso

Autores

  • Mariana Braga

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.254

Palavras-chave:

Helder Macedo, Camões, Ensaio, Carta de amor, Presentificação

Resumo

Este artigo pretende analisar possíveis pontos de interseção semânticos e estruturais entre o género epistolar e o género ensaístico na obra crítica de Helder Macedo. Tomarei como objeto de estudo Camões e outros contemporâneos (2017), sua mais nova coletânea de textos críticos revisitados, a qual inclui quatro ensaios sobre Luís de Camões. Entre eles destaca-se “Camões: o imaginário da malandragem”, em que o ensaísta se debruça sobre cartas cuja autoria é atribuída ao poeta. Para refletir sobre a importância do amor na obra de Helder Macedo – como tema, força motriz e modus operandi –, será fundamental o estudo de semiótica Presenças do outro (2002), de Eric Landowski, no qual há um capítulo dedicado especificamente às cartas de amor, entendidas como um meio pelo qual se procura tornar presente o outro ausente, ou seja, como ato de presentificação do outro.

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Publicado

09-12-2020

Como Citar

Braga, M. (2020). Helder Macedo: O ensaio como gesto amoroso. Diacrítica, 33(3), 42–53. https://doi.org/10.21814/diacritica.254