ORIENTALISMO E CRÍTICA SOCIAL EM OBRAS DE ARTUR AZEVEDO E EÇA DE QUEIRÓS: O CASO DE DOIS O MANDARIM

Autores

  • José Carvalho Vanzelli Universidade de São Paulo
  • Antonio Augusto Nery Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.21814/diacritica.5176

Palavras-chave:

O Mandarim, Eça de Queirós, Artur Azevedo, literaturas de língua portuguesa, século XIX

Resumo

A China esteve no centro das atenções do Ocidente durante o Oitocentos. Talvez, por isso, na literatura ocidental oitocentista, a imagem do ‘mandarim’, representação, por vezes estereotipada, do chinês que detinha prestígio político, econômico ou cultural em seu país de origem é constante. Em Portugal, por exemplo, foi publicada no Diário de Portugal, em 1880, a novela O Mandarim de Eça de Queirós. Já no Brasil, foi encenada no Rio de Janeiro, quatro anos mais tarde, a peça igualmente intitulada O Mandarim, escrita por Artur Azevedo e Moreira Sampaio. A similaridade de títulos e a proximidade de datas de publicação propiciam uma série
de questões: em que sentidos esses dois O Mandarim se aproximam ou se distanciam? Poderia ser a novela de Eça uma espécie de inspiração à peça de Azevedo e Sampaio? Como teriam esses autores trabalhado com a representação do oriental que dá títulos às obras? Este artigo busca responder a essas e outras questões surgidas durante a leitura comparativa dos textos homônimos.

Referências

Assis, J. M. Machado de (2015). 16 de outubro de 1883. In id., Obra completa, vol. 4 (p. 461). São Paulo: Editora Nova Aguilar.

Assis, J. M. Machado de (2015). 23 de outubro de 1883. In id., Obra completa. vol. 4 (p. 462-463). São Paulo: Editora Nova Aguilar.

Azevedo, A. & Sampaio, M. (1985). O Mandarim. In Teatro de Artur Azevedo, tomo 2 (pp. 213-276). Rio de Janeiro: INACEN.

Berrini, B. (1992). Introdução. In: J.M. Eça de Queirós. O Mandarim. Edição Crítica das Obras de Eça de Queirós (pp. 15-69). Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

Berrini, B. (1993). A China na vida e na obra. In: Campos Matos, A. (Ed.). Dicionário de Eça de Queirós (pp. 196-200). Lisboa: Caminho.

David, S. N. (2007). Duas faces da renúncia em O Mandarim de Eça de Queirós. In: O Século de Silvestre da Silva. Estudos Queirosianos, v. 2, (pp. 49-80). Rio de Janeiro: 7Letras.

Faria, J. R. (2002). Ideias Teatrais – O século XIX no Brasil. São Paulo: Perspectiva / FAPESP.

Frier, D. G. (2010). “Sim ou a Vã Glória de Mandar”: Money, Power and Remorse in Eça’s O Mandarim. Luso-Brazilian Review, v. 47, 1, 150-167. DOI: https://doi.org/10.1353/lbr.0.0096

Jorge, C. J. F. (1999). A corrida contra a morte e a demanda do arrependimento em Les Tribulation d’un Chinois en Chine, de Julio Verne e O Mandarim, de Eça de Queirós. In Laborinho, A. P. et al. (Eds). A Vertigem do Oriente. Modalidades discursivas no encontro de culturas (pp. 243-256). Lisboa-Macau: Edições Cosmos e Instituto Português no Oriente.

Leite, J. R. T. (1992) A China no Brasil: influências, marcos, ecos e sobrevivências chinesas na sociedade e artes brasileiras. Tese de doutoramento, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

Lima, A. de (s/d). Eça de Queiroz: diplomata. Lisboa: Portugália.

Martins, A. C. (1967). O Mandarim Assassinado. In id., Ensaios Queirosianos (pp. 10-266). Lisboa: Europa-América.

Oliva, O. P. (2008). Machado de Assis, Joaquim Nabuco e Eça de Queirós e a imigração chinesa – qual medo? Revista da ANPOLL, v. 2, 24, 66-84. DOI: https://doi.org/10.18309/anp.v2i24.12

Queirós, E. (1992). O Mandarim. Edição Crítica das Obras de Eça de Queirós. Lisboa: Imprensa Nacional–Casa da Moeda.

Santos, G. C. (2001). O Mandarim: uma fábula prefiguradora da globalização? Voz Lusíada, 16, 140-155.

Sapega, E. W. (2002). O Oriente do Sonho e o Sonho do Oriente n’O Mandarim. In Congresso de Estudos Queirosianos. IV Encontro Internacional de Queirosianos, Actas (pp. 443-450) v. 1. Coimbra: Almedina e Universidade de Coimbra.

Downloads

Publicado

28-05-2019

Como Citar

Vanzelli, J. C., & Nery, A. A. (2019). ORIENTALISMO E CRÍTICA SOCIAL EM OBRAS DE ARTUR AZEVEDO E EÇA DE QUEIRÓS: O CASO DE DOIS O MANDARIM. Diacrítica, 31(3), 255–271. https://doi.org/10.21814/diacritica.5176